BRF (BRFS3) tomba quase 9% e lidera queda em bloco dos frigoríficos na B3
O primeiro caso confirmado de gripe aviária nos Estados Unidos em 2025 liga sinal de alerta para produtoras de proteína animal

🐔 As ações de frigoríficos brasileiros listados na B3 caíam em bloco nesta terça-feira (21), com o mercado passando a pesar as implicações de um surto de gripe aviária nos Estados Unidos.
Liderando a queda do setor de proteína animal e até mesmo do Ibovespa, os papéis da BRF (BRFS3) chegaram a despencar quase −9% durante o pregão, chegando à cotação mínima diária de R$ 21,21 ante o preço do fechamento anterior de R$ 23,29 por ação.
Entre os quatro frigoríficos que estão representados na Bolsa brasileira, a BRF é a companhia mais exposta às exportações de aves e frangos.
No último dia 17 de janeiro, o Departamento de Agricultura do estado americano da Geórgia confirmou o primeiro registro de gripe aviária em uma granja comercial, desde o último surto da doença no país em 2022.
Conforme a autoridade, a gripe aviária é uma doença viral de aves, que pode ser de baixa patogenicidade (LPAI), causando doença leve, ou de alta patogenicidade (HPAI), causando doença grave e morte, como foi o caso registrado recentemente.
Até o momento, a gripe aviária não representa um risco para o suprimento de alimentos, e nenhum animal afetado entrou na cadeia alimentar para a população. O risco de infecção humana com gripe aviária é muito baixo.
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Outros frigoríficos na B3 também no vermelho
Devido à sua elevada participação nos negócios da BRF, o frigorífico Marfrig (MRFG3) é o segundo a apresentar a maior desvalorização de seus papéis nesta sessão entre os produtores de proteína animal.
Por volta das 15h40 (horário de Brasília), as ações da Marfrig recuavam em torno de −5%, tendo batido a mínima diária de R$ 14,45 ante o preço do fechamento anterior de R$ 15,58.
Embora tenham exposições bem menores ao mercado de aves e frangos, as ações tanto da JBS (JBSS3) quanto da Minerva Foods (BEEF3) também acompanhavam os ventos contrários do setor, retorcendo cerca de −2,7% e −1,6%, respectivamente.
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Frango halal da BRF sob risco?
Outro fator que pode também ajudar a entender o porquê a mão do mercado está mais pesada contra as ações da BRF é o fato da companhia brasileira ter iniciado recentemente a produção de frango halal (preparação conforme os preceitos islâmicos) no Oriente Médio, tendo desembolsado US$ 84,3 milhões.
Mesmo que ainda seja prematuro precificar quais podem ser as reais dimensões de um novo surto de gripe aviária nos EUA, a BRF deu um passo financeiro relevante em sua diversificação geográfica em meio a um ambiente de juros elevados não somente no Brasil como também nos EUA.
💰 No caso, a operação anunciada no último dia 14 de janeiro foi viabilizada com a aquisição de 26% da Addoha Poultry Company, realizada por meio de uma parceria com a Halal Products Development Company (HPDC), subsidiária do fundo soberano saudita.
Conforme já noticiado aqui no Investidor10, a produção de frango halal é um segmento vital no Oriente Médio, impulsionado por uma população crescente e pela forte demanda por produtos que sigam rigorosos padrões religiosos.
Para a BRF, a aquisição da Addoha Poultry não apenas fortalece seu portfólio, mas também abre caminho para futuras colaborações com o fundo soberano saudita.

BRFS3
BRFR$ 19,52
40,68 %
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3.61%
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