SELIC

Taxa Básica de Juros da Economia

Qual a taxa Selic hoje?

A taxa Selic hoje está em 10.75% ao ano. Em 2024, a taxa Selic foi de 11.25%.

A Taxa Selic é taxa básica de juros da economia brasileira. Definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central, a Selic "meta" é decidida e divulgada em reuniões a cada 45 dias.

Compreender o que é a Taxa Selic, seu histórico e movimentos é essencial para tomar melhores decisões financeiras.

Gráfico histórico Taxa Selic

Consulte abaixo variação da taxa Selic

O que é taxa Selic?

Resumidamente, a taxa Selic é um indicador que representa os juros básicos do Brasil. Qualquer alteração no valor da Selic, que é medida em percentual, afeta a economia.

Essa taxa é tão importante que ela influencia todas as outras taxas de juros praticadas no país, sejam estas de bancos e instituições privadas, como de outras agentes.

O nome Selic, por sua vez, é a sigla para "Sistema Especial de Liquidação e de Custódia", que é um sistema administrado pelo Banco Central, em que se negocia títulos públicos.

A taxa média pela qual são registradas essas negociações diariamente, é o que se denomina como taxa Selic. Essas negociações são os empréstimos de curtíssimo prazo.

Esses empréstimos são denominados de curtíssimo prazo especificamente por que eles possuem validade de apenas um dia, sendo feitos entre as próprias instituições financeiras para manter o equilíbrio do sistema bancário e garantir em caixa o valor mínimo que cada banco deve possuir a título de depósito compulsório, ou seja, uma espécie de reserva.

Todos os dias a taxa média apurada é tida como a "Selic efetiva". Em outras palavras, trata-se do percentual de juros efetivamente praticado nesse mercado.

Para que serve a SELIC?

Além de ser usada como a taxa básica de juros para definir qual devem ser os juros mínimos praticados durante as transações, a taxa Selic também é usada como política monetária no Brasil.

No caso, ela está baseada em um sistema de metas de inflação criado em 1999 com o objetivo de estabelecer o compromisso do país em controlar a inflação.

Ela faz isso mantendo a inflação em uma faixa fixada periodicamente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é composto pelas seguintes personalidades:

  • Ministro da Economia (presidente do Conselho);
  • Presidente do Banco Central;
  • Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia.

A faixa em questão, chamada de meta de inflação, iniciou-se na casa dos 8% ao ano, com um limite de variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

Com o tempo, essa meta caiu e permaneceu em 4,5% ao ano por um período de 15 anos. No ano de 2020, todavia, ela era de 4%, com um limite de variação de 1,5%.

No entanto, como existem muitos fatores envolvidos no controle e na composição da inflação, essa meta nem sempre consegue ser alcançada pelo Governo e o Banco Central, por mais que se façam esforços neste sentido.

Como a Selic influencia a inflação?

Para ser capaz de influenciar a inflação, a Selic acaba agindo como uma das principais estratégias e componentes da política monetária.

Basicamente, a taxa Selic é capaz de controlar a quantidade de dinheiro em circulação, já que uma taxa elevada diminui a oferta de crédito, enquanto que o contrário, reduz os juros de empréstimos e financiamentos, injetando dinheiro no mercado e gerando um estímulo para a economia

Controlar a moeda que circula no país serve para diminuir também, o ímpeto consumista das pessoas, o que por sua vez diminui a demanda por produtos e serviços.

Com a diminuição da demanda por produtos e serviços, principalmente aqueles que não são essenciais, a inflação não tem motivos lógicos para aumentar a priori.

Portanto, pode-se entender a Selic em relação a inflação da seguinte forma:

  • Quando os preços das coisas estão muito elevados, ameaçando a meta de inflação, a Selic é aumentada para reduzir o consumo e conter a alta;
  • Quando a atividade econômica está muito estagnada, a Selic é reduzida para estimular o consumo, o que por outro lado, pode aumentar a inflação.

Quais são os efeitos da Selic no dia a dia?

Podemos resumir os efeitos da Selic no dia a dia das pessoas em três vertentes diferentes. No crédito, no consumo e nos investimentos. Veja cada uma dessas dimensões a seguir.

1. Efeito da Selic no crédito


O crédito é o dinheiro que é emprestado para pessoas e empresas para que elas efetuem compras, quitem dívidas ou realizem investimentos diversos que possam gerar algum retorno

Se uma pessoa quer comprar ou financiar uma casa, um carro, realizar uma reforma ou abrir um negócio, ela depende de linhas de crédito. E a Selic afeta os juros dessas linhas.

Via de regra, quanto maior a Selic, mais caras ficam as linhas de crédito e, portanto, mais difícil de financiar um objetivo. Por outro lado, o oposto também é verdade, ou seja, com a taxa básica de juros reduzida, os empréstimos e financiamentos podem custar menos.

2. Efeito da Selic no consumo


Quando a taxa Selic sobe, os financiamentos e empréstimos ficam mais caros, o que significa menos dinheiro em circulação e redução no consumo da população, principalmente de itens não essenciais.

Com isso, a tendência é que os preços comecem a cair, tendo em vista que haverá no mercado mais oferta do que demanda por consumo.

Por outro lado, quando a Selic está baixa, há mais oferta de crédito e dinheiro em circulação, o que pode elevar os preços de muitos produtos e serviços.

3. Efeito da Selic nos investimentos


O terceiro efeito da Selic na inflação, está relacionado ao mercado de investimentos. Basicamente, funciona assim:

  • Selic baixa: Os investimentos de renda fixa (CDB, Tesouro, CRIs, LCIs) oferecem menor rentabilidade, forçando os investidores a migrar parte da carteira para a renda variável.
  • Selic alta: Por sua vez, com a Selic alta, os investimentos de renda fixa começam a chamar maior atenção dos investidores.

Como a Selic é definida?

Quem define a taxa Selic é o governo, no entanto, isso não ocorre diretamente. Na realidade a responsabilidade passa pela reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).

Este órgão é administrado pelo Banco Central, e tem como uma das suas funções "perseguir" a meta inflacionária definida para cada ano.

A definição pela elevação, redução ou manutenção da Selic, por sua vez, ocorre periodicamente em reuniões que acontecem a cada 45 dias. A reuniões possuem duração média de dois dias, ocorrendo mais ou menos 8 vezes por ano.

De acordo com o Banco Central, em todos os encontros, os seus participantes assistem a apresentações técnicas e discutem as perspectivas para a economia brasileira e global.

Também são discutidas as condições de liquidez da economia e o comportamento dos mercados internos e externos. A votação sobre os rumos da Selic ocorre apenas após a análise dos dados.

Vale ressaltar que, apesar de as pessoas ficarem sabendo imediatamente o resultado da reunião do Copom sobre a Selic, o detalhamento da reunião só aparece depois.

Na maioria das vezes, seis dias úteis após o anúncio da taxa, quando é publicada a ata da reunião. Geralmente os dias da reunião são terça e quarta e a publicação da ata acontece na terça seguinte.

A ata da reunião do Copom

A ata da reunião do Copom tem o objetivo de explicar e contextualizar a decisão tomada em relação ao aumento ou diminuição da taxa Selic para que as pessoas e o mercado entendam a decisão.

É comum e esperado que essa ata mostre uma análise da evolução da taxa Selic junto das expectativas quanto a economia brasileira e a economia global.

Além disso, vale destacar que o documento da ata costuma ser bastante robusto, com duas ou três páginas de detalhamentos minuciosos que tratam das decisões tomadas durante a reunião

Também com esse objetivo, o Banco Central faz a publicação de outros documentos periódicos que servem para orientar o mercado, como o relatório da inflação.

Este relatório tem a função de apresentar projeções para a inflação frente ao cenário presente e considerando mudanças eventuais de perspectivas.

Evidentemente, que este relatório é um conteúdo complementar à ata do Copom, que é de fato o que realmente interessa aos investidores e empresas.

Sem a Ata do Copom, as decisões tomadas a respeito da taxa de juros não teriam o mesmo peso, levando à perda de credibilidade quanto as decisões.

Qual é a diferença entre Selic e CDI?

Quando o assunto é economia e a variação da taxa Selic, também é muito comum ouvir falar sobre a taxa do CDI - Certificado de Depósito Interbancário. Mas, afinal, qual é a diferença?

Na prática, as taxas andam muito próximas, estão de certa forma relacionadas e podem ser assim definidas:

  • Selic: Taxa básica de juros da economia brasileira, determinada em reuniões do Copom, órgão ligado ao Banco Central.
  • CDI: Taxa de juros praticada nas operações de crédito, ou seja, empréstimo bancário realizadas entre as próprias instituições financeiras.


Cotação

COMPARAÇÃO DE CDI COM OUTROS INDICES

O CDI segue a taxa Selic (um pouco menor), por esse motivo apresentamos o gráfico a seguir com as informações desse índice para análise.

Se você tivesse investido R$ 1.000,00 (alterar)5 anos, hoje você teria:

*O valor considera o reinvestimento dos dividendos.