21 empresas listadas na B3 estão em recuperação judicial, veja lista

O número de empresas que pediram recuperação judicial no Brasil bateu recorde em 2024 e segue em alta em 2025. O problema afeta negócios de todos os portes, inclusive companhias listadas na B3.

⚖️ De acordo com dados da B3, 21 das empresas listadas na bolsa brasileira estão em recuperação judicial no momento. 

A lista conta com casos de grande repercussão, como os da Americanas (AMER3), Oi (OIBR3), Gol (GOLL4) e AgroGalaxy (AGXY3). E atesta essa tendência de alta dos pedidos de recuperação judicial.

Segundo as informações da B3, 7 dessas empresas pediram recuperação judicial em 2024. E uma deu entrada no processo neste ano de 2025: a Bombril (BOBR4), que pediu recuperação judicial em fevereiro.

Ou seja, 38% das empresas listadas em bolsa que estão em recuperação judicial recorreram à Justiça para reorganizar suas contas do ano passado para cá.

A lista, no entanto, também mostra que algumas empresas vêm lutando há anos contra esse processo. É o caso da Teka (TEKA3), que pediu recuperação judicial em 2012 e agora discute o processo de falência na Justiça.

É importante, contudo, lembrar que também há empresas deixando essa página da sua história para trás. A Renova Energia (RNEW4), por exemplo, pôs fim ao seu processo de recuperação judicial em 13 de fevereiro deste ano, após seis anos de negociação com os credores.

Veja as empresas listadas na B3 que estão em recuperação judicial:

• Teka (TEKA3): 12/11/2012;
• Pet Manguinhos (RPMG3): 24/01/2013;
• Hoteis Othon (HOOT4): 29/11/2018;
• Bardella (BDLL4): 31/07/2019;
• Rodovias do Tietê (RDVT): 13/11/2019;
• João Fortes Engenharia (JFEN3): 29/04/2020;
• Atma S.A. (ATMP3): 08/06/2022;
• Rossi Residencial (RSID3): 21/09/2022;
• Paranapanema (PMAM3): 30/11/2022;
• Americanas (AMER3): 19/01/2023;
• Nexpe (NEXP3): 14/02/2023;
• Oi (OIBR3): 03/03/2023;
• Light (LIGT3): 12/05/2023;
• OSX Brasil (OSXB3): 23/01/2024;
• Gol (GOLL4): 30/01/2024 (nos Estados Unidos);
• Coteminas (CTNM4): 09/05/2024;
• Santanense (CTSA4): 09/05/2024;
• Springs Global (SGPS3): 09/05/2024;
• Agrogalaxy (AGXY3): 19/09/2024;
• Intercement (ICBR3): 03/12/2024;
• Bombril (BOBR4): 10/02/2025.

A data informada acima se refere ao dia em que foi apresentado o pedido de recuperação judicial.

Outros casos

Outras duas companhias listadas na B3 estão em recuperação extrajudicial: Têxtil RenauxView (TXRX3) e BBM Logística (BBML3), que deram entrada neste processo em 2019 e 2024, respectivamente.

💲 Esta é uma modalidade de renegociação de débitos em que a empresa negocia a dívida diretamente com os credores e só vai à Justiça depois de estabelecido um acordo.

Caso tenha apoio de credores que respondem por mais da metade da dívida negociada, a empresa pode pedir a homologação do plano de recuperação judicial para que ele seja estendido aos demais credores da dívida.

Neste caso, a empresa deixa a lista de "emissores em situação especial" da B3 quando o plano é homologado pela Justiça.

Foi o que fizeram a Casas Bahia (BHIA3) e a Sequoia (SEQL3) no ano passado. O processo da Casas Bahia foi homologado em junho de 2024 e o da Sequoia, na última quinta-feira (20).

Recorde em 2024

De acordo com dados da Serasa Experian, 2.273 empresas pediram recuperação judicial no Brasil em 2024. O número saltou 61,8% em relação a 2023 e é o maior da série histórica, iniciada em 2006.

📈 Economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack disse que a recuperação judicial é reflexo do aumento da inadimplência das empresas, no atual cenário de juros altos. Por isso, a economista não descarta um novo recorde dos pedidos de recuperação judicial neste ano de 2025.

A Selic está em 14,25% ao ano e deve continuar subindo nos próximos meses. Por isso, pressiona o custo da dívida das empresas e pode levar a uma desaceleração da atividade econômica brasileira neste ano, afetando também as receitas corporativas, segundo a economista.

"Essas empresas terão que reorganizar suas estruturas de dívidas. Esperamos, portanto, altos índices de recuperação judicial, já que os dados de inadimplência também devem atingir novos recordes", afirmou Camila Abdelmalack.

Não à toa, 162 empresas pediram recuperação judicial em janeiro deste ano. Segundo dados da Serasa Experian, o número é menor do que o observado nos últimos meses de 2024. Contudo, é o maior para o mês de janeiro da série histórica.

Veja quantas empresas pediram recuperação judicial no Brasil nos últimos 10 anos:

• 2015: 1.287;
• 2016: 1.863;
• 2017: 1.420;
• 2018: 1.408;
• 2019: 1.387;
• 2020: 1.179;
• 2021: 891;
• 2022: 833;
• 2023: 1.405;
• 2024: 2.273.