Renda fixa isenta de IR: FS Bio recompra CRAs pagando IPCA+ 11% ao ano

Crise no crédito de empresas do agronegócio faz taxas dispararem e preços dos títulos caírem na marcação a mercado

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Publicado em 31/10/2024 às 17:42h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 31/10/2024 às 17:42h Atualizado 1 mês atrás por Lucas Simões
XP aprova recompra de CRAs feita pela FS Bio; entenda razões (Imagem: Divulgação)
XP aprova recompra de CRAs feita pela FS Bio; entenda razões (Imagem: Divulgação)

🌱 A XP Investimentos vê com bons olhos a atitude da FS Bio em recomprar seus Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) no montante de R$ 80 milhões em meados de outubro de 2024, época em que tais títulos de renda fixa isentos de imposto de renda (IR) chegaram a pagar IPCA+ 11% ao ano.

Fora que informações publicadas no site TheAgriBiz dão conta de que a FS Bio pode ampliar a recompra de títulos de sua própria dívida para até R$ 200 milhões.

Dessa maneira, a produtora de etanol a partir do milho busca acalmar os investidores que possuem seus títulos de renda fixa isentos de IR, que vêm sofrendo prejuízo na marcação a mercado.

Como os CRAs da FS Bio sofreram deságio na marcação a mercado, ou seja, estão sendo negociados um preço menor do que no momento da emissão, a empresa pode se beneficiar de duas formas ao realizar as recompras:

  • reduzir o seu nível de endividamento bruto a um custo mais baixo; e
  • colaborar para o equilíbrio entre oferta x demanda por seus títulos no mercado secundário, o que pode ajudar a sustentar os preços de seus papéis.

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Quanto rendem os CRAs da FS Bio?

Os certificados de recebíveis do agronegócio emitidos pela FS Bio (CRA022004SD) têm vencimento no dia 15 de maio de 2029, pagando uma taxa de rentabilidade de 10,88% ao ano acima da inflação em meados de outubro e preço unitário ao redor de R$ 1.020,00.

Segundo a XP, esses mesmos títulos de renda fixa pagavam apenas IPCA+ 8,85% ao ano e com preço unitário de por volta de R$ 1.120 em meados de junho, tendo então sido afetados pelo noticiário ruidoso sobre eventos de crédito de empresas do agronegócio.

💣 O caso mais emblemático recente foi o pedido de recuperação judicial da Agrogalaxy (AGXY3), que afetou tanto o desempenho de suas respectivas ações listadas na B3, quanto também a negociação de seus CRAs em posse de diversos fiagros, tipos de investimento que pagam dividendos mensais.

Ou seja, na prática, os investidores de renda fixa em geral têm exigido mais prêmio para aportar em CRAs, inclusive com empresas boas pagadoras tendo de colocar mais dinheiro na mesa.

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XP avalia acerto da FS Bio

Em geral, a recompra de um título de renda fixa é vantajosa quando a empresa identifica que, nas condições de mercado do momento, consegue captar a um custo mais baixo do que o de emissões em circulação junto aos investidores. Por isso, é uma maneira de baratear o custo da dívida.

"Consideramos as recompras da FS Bio como positivas, uma vez que, além de reduzir seu endividamento bruto, também pode transmitir maior tranquilidade ao mercado acerca de sua situação financeira atual", afirmam as analistas Camilla Dolle e Mayara Rodrigues, em relatório da XP.

Em relação aos custos com milho, que representam quase 70% de suas despesas totais, como a FS realiza a compra do insumo até dois anos antes da safra, atualmente o resultado está sendo afetado por períodos anteriores, ou seja, a tendência é que os próximos ciclos sejam beneficiados pelos baixos valores atuais da commodity.

AGXY3

Agrogalaxy
Cotação

0.75

Variação (12M)

-80,52 % Logo Agrogalaxy

Margem Líquida

-6,90 %

DY

0%

P/L

0.25

P/VP

0.18