Governo eleva tarifa de importação de 11 produtos de aço

Medida atende a uma demanda do setor, que vem reclamando do aumento das importações do aço chinês.

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Publicado em 23/04/2024 às 19:13h - Atualizado 11 dias atrás Publicado em 23/04/2024 às 19:13h Atualizado 11 dias atrás por Marina Barbosa
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O governo federal decidiu estabelecer cotas e elevar a tarifa de importação de 11 produtos de aço. A medida foi aprovada nesta terça-feira (23), depois de reclamações do setor sobre o aumento das importações de aço da China.

💲 Com isso, produtos como laminados, tubos e fios-máquinas de ferro ou aço ficarão sujeitos a cotas de importação. Caso o volume de importações ultrapasse essas cotas, as novas compras estarão sujeitas a uma tarifa de 25%. Hoje, o imposto de importação desses produtos varia de 9% a 12,6%.

A medida entrará em vigor nos próximos 30 dias e valerá por 12 meses. Segundo o governo federal, as cotas ainda podem ser estendidas a outros quatro produtos de aço, sobretudo outros tipos de tubo.

📈 De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a medida será aplicada aos produtos que, em 2023, apresentaram um volume de importação 30% superior à média das compras ocorridas entre 2020 e 2022. Ao todo, 15 produtos se encaixam nesse critério, mas quatro também apresentaram variações de preço que demandaram novos estudos do governo.

Segundo o ministério, o aumento das tarifas de importação não deve impactar os preços ao consumidor, nem os produtos de derivados da cadeia produtiva. "A expectativa do governo é que a decisão contribua para reduzir a capacidade ociosa da indústria siderúrgica nacional", afirmou.

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Setor cai na B3

O aumento das tarifas de importação do aço é uma cobrança do setor, que vem reclamando há meses do aumento das importações do aço chinês. O argumento é de que o aço chinês é vendido a preços muito baixos, o que geraria uma concorrência desleal no mercado.

A importação de aço foi citada no balanço da Usiminas (USIM5), que reportou uma queda de 93% do lucro líquido no primeiro trimestre de 2024. O resultado fez as ações da companhia derreterem 13,91% e também puxou outras empresas do setor para baixo na B3 nesta terça-feira (23). As ações da Gerdau (GGBR4), por exemplo, recuaram 4,03% e as da CSN (CSNA3) caíram 2,44%