BlackRock reduz participação na Itaúsa (ITSA4) para menos de 5%

A maior gestora do mundo vendeu quase 4,4 milhões de ações da holding brasileira.

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Publicado em 17/04/2025 às 07:54h - Atualizado 19 horas atrás Publicado em 17/04/2025 às 07:54h Atualizado 19 horas atrás por Marina Barbosa
BlackRock reforçou que objetivo da participação "é estritamente de investimento" (Imagem: Shutterstock)
BlackRock reforçou que objetivo da participação "é estritamente de investimento" (Imagem: Shutterstock)

Maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock (BLAK34) reduziu a sua participação na Itaúsa (ITSA4). O movimento ocorre aproximadamente dez dias depois de a gestora elevar a aposta na holding brasileira.

📉 Segundo documentos enviados à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a Itaúsa vendeu quase 4,4 milhões de ações preferenciais da Itaúsa recentemente.

Com isso, passou a deter uma participação de 4,945% do total de ações preferenciais emitidas pela holding brasileira no último dia 11 de abril. É o equivalente a cerca de 356,8 milhões de ações.

O movimento reverte parte dos investimentos realizados algumas semanas antes. É que a BlackRock vinha comprando ações da Itaúsa e, por isso, havia atingido uma participação de 5,075% do total de ações preferenciais da holding brasileira em 1º de abril.

Em carta enviada à Itaúsa nessa terça-feira (15), a BlackRock reforçou que o objetivo dessa participação societária "é estritamente de investimento, não objetivando alteração do controle acionário ou da estrutura administrativa da Companhia".

A gestora disse ainda que não celebrou "quaisquer contratos ou acordos que regulem o exercício de direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários emitidos pela Companhia".

Mudança de estratégia

A BlackRock decidiu investir mais em ativos privados, como imóveis, infraestrutura e crédito corporativo, neste ano. A mudança foi anunciada na carta anual aos investidores da gestora, divulgada no último dia 31 de março.

📊 Na carta, o CEO da BlackRock, Larry Fink, disse que o tradicional portfólio 60/40, que combina investimentos em ações (60%) e renda fixa (40%), pode não ser mais suficiente em termos de diversificação. 

Ele sugeriu, então, uma carteira 50/30/20, com 50% de ações, 30% de renda fixa e 20% de ativos privados.

"Embora esses ativos privados possam apresentar maior risco, eles também oferecem grandes benefícios", escreveu Link.

Segundo ele, investimentos em infraestrutura, por exemplo, oferecem proteção contra a inflação, menos volatilidade e bons retornos.

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Itaúsa aposta em infraestrutura

CEO da Itaúsa, Alfredo Setubal reconheceu em uma entrevista recente ao "Valor Econômico" o potencial dos investimentos em infraestrutura.

💲 Segundo ele, os altos juros brasileiros prejudicam a indústria e dificultam a obtenção de retornos acima do custo de capital. Já a infraestrutura tem uma receita mais estável.

Pensando nisso, a Itaúsa ampliou os investimentos em infraestrutura nos últimos anos. O último investimento realizado pela holding brasileira, no entanto, foi em 2022, na CCR (CCRO3).

Depois disso, a Itaúsa também estudou aportes no agronegócio e na saúde, mas não conseguiu encontrar "uma operação que fizesse sentido", segundo Setubal disse ao "Valor".

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