RJ da Agrogalaxy mexe com dividendos de fundos imobiliários

Alguns FIIs lançaram comunicados sobre impacto por cota

Publicado em 19/09/2024 às 14:42h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 19/09/2024 às 14:42h Atualizado 2 meses atrás por Wesley Santana

📄 Horas depois de ver sua diretoria fazer uma renúncia coletiva, a Agrogalaxy (AGXY3) entrou com um pedido de recuperação judicial na Justiça de Goiânia. A empresa pede proteção contra dívidas que somam cerca de R$ 2 bilhões, segundo comunicado divulgado.

Além do impacto que essa decisão deve causar aos investidores diretos, cotistas de alguns fundos imobiliários também deve sofrer com a RJ. Segundo levantamento da reportagem, ao menos 6 FIIs têm papeis da Agrogalaxy no portfólio.

A participação se dá, em sua maioria, por meio de títulos de dívidas emitidos pela companhia. Os CRIs (Certificados de Recebíveis Mobiliários) da Agrogalaxy somam mais de R$ 800 milhões em circulação.

Segundo os respectivas balanços financeiros, os fundos impactados são:

AZ Quest Sole (AAZQ11) terá impacto operacional de 0,39%
BB Crédito Fiagro (BBGO11) terá impacto operacional de 4,78%
Fiagro Exes Araguaia (AGRX11) terá impacto operacional de 5,50%
Capitania Agro (CPTR11) terá impacto operacional de 7,00%
XP Crédito Agrícola (XPCA11) terá impacto operacional de 7,95%
JGP Crédito Fiagro (JGPX11) terá impacto operacional de 8,00%

Alguns dos fundos comprados já se manifestaram sobre o assunto e fizeram remarcações contáveis dos títulos em posse.

No caso do JGPX11, por exemplo, o impacto será de 1,6% no valor patrimonial, segundo fato relevante. Já o AGRX11 disse que vai avaliar o que tem em caixa para mitigar os impactos, mas que usará R$ 0,06 da reserva de lucro para manter os dividendos.

Na segunda-feira (16), a companhia deixou de pagar a parcela de uma dívida que tem com a Vert Securitizadora. O título em questão foi emitido em 2022, com vencimento em 2027, e está lastreado em debentures não incentivadas que têm as fianças da Agrogalaxy como garantia.

Nesta quinta, as ações da companhia iniciaram o pregão em derrocada, segundo dados da B3. No fechamento desta reportagem, os papeis acumulavam uma baixa de 23% no dia, cotados em cerca de R$ 0,75.

No acumulado do ano, o impacto é ainda maior, de quase 80%, ainda segundo a B3. Desde que a empresa chegou à bolsa de valores, em 2021, a baixa das ações já supera os 90%, mostram dados oficiais.