Blockchain: conheça a tecnologia que torna as transações online mais seguras e possíveis

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Publicado em 07/10/2024 às 11:24h - Atualizado 3 dias atrás Publicado em 07/10/2024 às 11:24h Atualizado 3 dias atrás por João Henrique Possas
Saiba agora tudo sobre blockchain de uma vez por todas!
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A blockchain começou com o Bitcoin (BTC) lá em 2008 e, desde então, só tem ganhado relevância. 

No início, o foco era só viabilizar transações com moedas digitais, mas essa tecnologia foi evoluindo e hoje vai muito além disso. 

Ela está presente em contratos inteligentes, NFTs, sistemas de logística, e até mesmo em registros imobiliários

Ou seja, a blockchain não é só coisa de nerd de cripto, ela já está impactando diversos setores.

Vamos explicar direitinho o que é essa tal blockchain, como ela funciona, quais são os tipos que existem e quais são os riscos. 

No final, você vai estar por dentro de tudo e entender como essa tecnologia pode revolucionar até mesmo o mercado financeiro.

O que é blockchain?

A blockchain nada mais é do que um banco de dados, só que descentralizado e seguro

Diferente de um banco tradicional, onde um banco ou governo centraliza tudo, na blockchain todo mundo tem uma cópia do que está rolando. 

Isso mesmo, cada participante (ou "nó") da rede tem acesso a uma cópia desse banco de dados, o que garante transparência total.

A primeira blockchain foi criada com o Bitcoin e serve para registrar transações financeiras

Quando alguém manda Bitcoin para outra pessoa, isso fica registrado num "bloco" com todas as informações da transação – quanto foi enviado, quem mandou, quem recebeu, data e hora.

Agora, o mais interessante é que ninguém pode mudar esses registros de forma aleatória. 

Se a transação foi registrada, já era, não tem como alterar. Isso porque, para fazer qualquer modificação, precisaria da aprovação de todos os outros participantes, o que torna a blockchain extremamente segura.

Como funciona a blockchain?

Vamos pensar na blockchain como um livro de contabilidade digital, onde todas as transações são registradas. 

Só que, ao invés de estar guardado em um lugar só, esse livro está espalhado por milhares de computadores ao redor do mundo. 

Cada vez que uma nova transação acontece, ela é colocada em um bloco de informações e adicionada a essa cadeia, ou "corrente de blocos".

Cada bloco contém um identificador único (o famoso hash), e o próximo bloco sempre carrega um pedacinho do bloco anterior. Isso significa que todos os blocos estão conectados

Se alguém tentar mexer em algum bloco, toda a corrente fica bagunçada, e todo mundo na rede vai perceber que algo está errado.

Além disso, quem valida essas transações são os mineradores. Eles competem entre si para resolver um problema matemático complexo, e o primeiro a resolver adiciona o bloco à corrente. 

Como recompensa pelo trabalho, os mineradores ganham Bitcoin.

De onde surgiu a blockchain?

A história da blockchain começa em 2008, no auge da crise financeira global, quando um indivíduo (ou grupo) sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto publicou o famoso white paper intitulado "Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System". 

Esse artigo lançava as bases para um sistema financeiro descentralizado, revolucionário para a época, que não dependia de bancos, governos ou qualquer autoridade central para validar transações. 

A ideia era simples, mas poderosa: criar um sistema onde as pessoas pudessem transferir valor diretamente entre si, sem intermediários, de forma segura e transparente.

O primeiro bloco da blockchain, conhecido como o Bloco Gênese, foi minerado em 2009 e trazia uma mensagem enigmática de Nakamoto: "Chanceler à beira do segundo resgate aos bancos"

Essa frase fazia referência à manchete de um jornal britânico, o The Times, que relatava o impacto devastador da crise financeira de 2008 e os pacotes de resgate dos bancos pelos governos. 

Isso mostrava claramente o objetivo da blockchain e do Bitcoin: ser uma alternativa ao sistema financeiro tradicional, que muitos acreditavam estar corrompido e ineficiente.

A mensagem embutida no Bloco Gênese era um recado direto ao sistema financeiro que havia colapsado, expondo as fragilidades das grandes instituições que dependiam de políticas governamentais para sobreviver. 

Com o Bitcoin, Nakamoto oferecia uma solução: um sistema descentralizado e imutável, que não poderia ser manipulado por governos ou corporações. 

Essa foi a resposta do Bitcoin ao colapso dos mercados globais.

Impacto no mercado financeiro global

Desde então, a blockchain e o Bitcoin têm exercido um impacto massivo no mercado financeiro global

Em 2024, o Bitcoin já se consolidou como uma reserva de valor em mercados emergentes e até em economias desenvolvidas. 

Empresas como Tesla, MicroStrategy e Square adotaram o BTC como parte de suas estratégias de tesouraria, o que reforça a confiança no ativo como uma proteção contra a inflação e a instabilidade das moedas fiduciárias.

  • Tesla, por exemplo, comprou Bitcoin para seu balanço em 2021, e em 2024, essa decisão é vista como um movimento pioneiro. O BTC valorizou consideravelmente desde então, fortalecendo a posição da empresa de Elon Musk no mercado de tecnologia e finanças.

  • MicroStrategy, liderada por Michael Saylor, foi uma das primeiras grandes corporações a apostar pesadamente no Bitcoin como um ativo estratégico de longo prazo. Em 2024, a empresa continua sendo um dos maiores detentores corporativos de BTC, com milhões de dólares em reservas de Bitcoin, e sua ação na bolsa é diretamente influenciada pela performance da criptomoeda.

  • Square, que agora se chama Block, também fez grandes movimentações ao incorporar o Bitcoin em seus negócios, desde soluções de pagamento até investimentos diretos no ativo. Sob o comando de Jack Dorsey, a empresa tem defendido o uso de blockchain para promover maior inclusão financeira.

Além disso, bancos e instituições financeiras tradicionais começaram a mudar sua visão sobre a blockchain

Grandes nomes como JP Morgan, Goldman Sachs e Bank of America investem fortemente em tecnologias baseadas em blockchain, não apenas para reduzir custos operacionais, mas também para explorar novas fontes de receita. 

Esses bancos estão desenvolvendo suas próprias plataformas de blockchain privada e tokens de ativos financeiros para facilitar transferências internacionais, contratos inteligentes e até custódia de criptomoedas.

Contratos inteligentes: o próximo passo

Após o sucesso do Bitcoin, ficou evidente que a blockchain tinha um potencial muito maior do que apenas viabilizar transações financeiras

Em 2015, o programador russo-canadense Vitalik Buterin lançou o Ethereum, uma plataforma que trouxe uma inovação revolucionária: os smart contracts, ou contratos inteligentes

Essa nova funcionalidade foi um divisor de águas, transformando a blockchain em um verdadeiro ecossistema digital, com aplicações que vão muito além das criptomoedas.

Os contratos inteligentes são, basicamente, programas de computador que executam automaticamente determinadas ações quando condições predefinidas são atendidas. 

Por exemplo, ao alugar um imóvel, o smart contract pode verificar automaticamente se o pagamento foi realizado e, se estiver tudo certo, liberar a chave do imóvel sem que seja necessária a intermediação de uma imobiliária ou banco. 

Esses contratos autoexecutáveis eliminam intermediários, reduzem custos e aceleram processos, oferecendo uma solução eficiente e segura para transações de diversos tipos.

O mercado imobiliário também está sendo transformado pelos contratos inteligentes

Transações de compra, venda e aluguel de imóveis já estão sendo facilitadas por plataformas como Propy e RealT, que usam blockchain para registrar os contratos de propriedade e executar automaticamente as condições de venda ou aluguel. 

Isso elimina a necessidade de cartórios, intermediários e reduz o risco de fraudes e burocracia, além de permitir uma liquidação muito mais rápida.

A empresa Propy, por exemplo, já realizou vendas de imóveis 100% por meio de smart contracts, tornando o processo muito mais rápido e eficiente. 

Em 2024, a adoção de contratos inteligentes para transações imobiliárias está crescendo, especialmente em mercados que buscam transparência e segurança nas negociações, como nos Estados Unidos, Europa e América Latina.

Como funciona a mineração de criptomoedas?

Nos primeiros anos do Bitcoin, minerar a criptomoeda era algo relativamente simples. 

Qualquer pessoa com um computador básico e uma placa de vídeo razoável conseguia participar e ganhar seus BTCs minerando blocos. 

Mas, à medida que o Bitcoin cresceu em popularidade e o número de mineradores aumentou, o nível de dificuldade das transações também se elevou. 

Hoje, em 2024, a mineração de Bitcoin é uma verdadeira indústria, dominada por fazendas de mineração gigantescas e equipadas com ASICs (Circuitos Integrados de Aplicação Específica), que são dispositivos superpotentes projetados exclusivamente para minerar criptomoedas.

A evolução da mineração

A mineração de Bitcoin funciona como o "coração" da rede, garantindo que todas as transações sejam validadas e que o sistema continue seguro e descentralizado

O trabalho dos mineradores é resolver complexos problemas matemáticos, chamados de hashes, que validam as transações em novos blocos. 

Quando um minerador consegue resolver o problema, ele adiciona o bloco à blockchain e, como recompensa, recebe 6,25 BTC – o que, em 2024, equivale a mais de R$ 2 milhões.

Mas esse processo se tornou tão competitivo que não basta mais ter um computador doméstico. Hoje, a mineração requer enormes quantidades de energia e hardware especializado

Empresas gigantescas, com sede em países como China, Estados Unidos, Canadá e Cazaquistão, lideram o setor com suas fazendas de mineração

Essas fazendas possuem milhares de máquinas ASIC rodando 24 horas por dia, competindo pela validação de blocos.

Fazendas de mineração: o grande negócio

Com a alta demanda por mineração de Bitcoin, surgiram verdadeiras fábricas de criptomoedas, conhecidas como fazendas de mineração

Grandes empresas, como a Bitmain (uma das maiores fabricantes de ASICs do mundo) e a Riot Blockchain, têm enormes instalações dedicadas exclusivamente à mineração. 

Esses locais são escolhidos estrategicamente em regiões onde o custo de energia elétrica é mais barato, uma vez que o maior custo para minerar Bitcoin é a energia necessária para alimentar os equipamentos.

Em 2024, o Cazaquistão se destaca como um dos principais centros de mineração de Bitcoin, graças à sua energia abundante e barata. 

Empresas como Genesis Mining e Argo Blockchain estão expandindo suas operações para lá. 

Além disso, os Estados Unidos também se consolidaram como líderes na mineração de Bitcoin, especialmente após a repressão da China ao setor de criptomoedas. 

Estados como Texas e Nova York se tornaram hubs de mineração, atraindo bilhões de dólares em investimentos em infraestrutura.

O impacto ambiental e as novas soluções

Com a crescente popularidade do Bitcoin e a demanda cada vez maior por poder computacional, surgiram preocupações sobre o impacto ambiental da mineração. 

Em 2024, estima-se que a rede do Bitcoin consuma mais eletricidade do que países inteiros, como a Argentina ou a Suécia

Isso gerou uma onda de críticas, especialmente de ambientalistas que apontam para a pegada de carbono gerada pela mineração.

Como resposta a essas preocupações, muitas empresas estão adotando soluções mais sustentáveis

Tesla, por exemplo, que em 2021 já havia comprado Bitcoin como parte de sua estratégia de tesouraria, suspendeu suas transações com a criptomoeda por preocupações ambientais. 

Agora, em 2024, empresas de mineração estão investindo em energia renovável para mitigar os danos ambientais.

Empresas como a Blockstream estão liderando a inovação ao construir fazendas de mineração movidas a energia solar e hidrelétrica

Na Islândia, onde a energia é predominantemente gerada por fontes geotérmicas, fazendas de mineração como a Genesis Mining aproveitam esse recurso natural para manter suas operações de forma sustentável

No Texas, o uso de energia eólica também está ajudando a minimizar o impacto ambiental.

Mineração de outras criptomoedas

Embora a mineração de Bitcoin seja a mais famosa, outras criptomoedas, como Ethereum e Litecoin, também podem ser mineradas, embora com métodos diferentes. 

No caso do Ethereum, o processo de mineração está sendo substituído pelo sistema Proof of Stake (PoS), que exige menos energia e recursos computacionais

Em 2024, com a implementação completa do Ethereum 2.0, a mineração tradicional de ETH se tornou obsoleta, e os investidores agora precisam apostar suas moedas para validar transações e ganhar recompensas.

Outras moedas, como o Litecoin, ainda utilizam métodos tradicionais deProof of Work (PoW), mas a tendência é que, com o tempo, mais criptomoedas sigam o caminho do Proof of Stake, buscando um modelo mais sustentável e eficiente.

Tipos de blockchain: pública x privada

Com o passar dos anos, a blockchain passou por uma evolução significativa, e hoje podemos identificar dois tipos principais que dominam o cenário tecnológico e financeiro: as blockchains públicas e as blockchains privadas

Cada uma delas desempenha um papel único no ecossistema, atendendo a diferentes demandas, desde transações descentralizadas até processos empresariais privados.

Blockchains públicas

As blockchains públicas são o verdadeiro símbolo da descentralização

Elas são abertas a qualquer pessoa no mundo, o que significa que qualquer indivíduo pode se conectar à rede, participar da validação de transações e acessar todos os dados registrados. 

Essas redes operam sem a necessidade de uma autoridade central, como um governo ou empresa, e funcionam com base em consenso, onde os participantes (ou nós) validam as transações de forma colaborativa.

Um dos exemplos mais clássicos de blockchain pública é o Bitcoin, que foi a primeira rede a implementar essa tecnologia e continua sendo a mais famosa em 2024

Sua rede descentralizada é mantida por milhares de mineradores ao redor do mundo, que validam as transações e garantem a segurança da rede sem a necessidade de um intermediário central. 

O Ethereum também se destaca como uma das principais blockchains públicas, especialmente por seu suporte a contratos inteligentes, que permitem uma vasta gama de aplicações além de simples transações financeiras, como DeFi (finanças descentralizadas) e NFTs (tokens não fungíveis).

O Bitcoin, com sua oferta limitada e características deflacionárias, se tornou uma alternativa digital ao ouro, atraindo grandes investidores institucionais que buscam proteção contra a inflação. 

Por outro lado, o Ethereum expandiu seu uso para além das criptomoedas, sendo a base para dApps (aplicativos descentralizados) e novos modelos de negócios, como DAOs (organizações autônomas descentralizadas).

Além de empresas, bancos centrais e governos de países como El Salvador e Cingapura estão explorando o uso de blockchains públicas para criar moedas digitais soberanas e sistemas financeiros alternativos. 

Esses esforços representam uma mudança no panorama financeiro global, com blockchains públicas oferecendo soluções para inclusão financeira e transparência em economias emergentes e avançadas.

Blockchains privadas

Por outro lado, as blockchains privadas seguem um caminho diferente, sendo fechadas e controladas por uma entidade central, geralmente uma empresa ou organização. 

Nesse tipo de rede, quem participa é definido pela administração central, o que garante um controle rigoroso sobre quem pode acessar e o que pode ser visualizado

Isso é ideal para grandes corporações que buscam os benefícios da tecnologia blockchain, como transparência e segurança, mas que precisam manter o controle total sobre os dados e participantes.

Um dos principais exemplos de uso de blockchains privadas é a IBM, que desenvolveu uma plataforma baseada em blockchain para rastrear cadeias de suprimentos

Essa solução está sendo usada por grandes empresas como Walmart e Maersk para garantir que os produtos cheguem ao consumidor final de maneira mais transparente e segura, reduzindo fraudes e ineficiências no processo logístico. 

Além disso, o uso de blockchains privadas permite a automação de processos internos e o registro imutável de informações, tornando as auditorias e o gerenciamento de dados mais eficientes.

O impacto das blockchains privadas no mercado financeiro e empresarial é notável. 

Grandes bancos, como JP Morgan e HSBC, estão utilizando suas próprias redes privadas para transações internacionais, contratos financeiros e liquidações de ativos, eliminando intermediários e reduzindo os custos operacionais. 

A Citi e o Bank of America também estão investindo em soluções privadas de blockchain para melhorar suas operações internas, trazendo mais eficiência e segurança para o setor financeiro.

O equilíbrio entre as duas abordagens

Embora as blockchains públicas e privadas sirvam a propósitos diferentes, há uma tendência crescente em 2024 de fusão entre as duas abordagens, conhecida como blockchains híbridas

Essas redes combinam o melhor dos dois mundos: a descentralização e transparência das blockchains públicas com o controle e privacidade das blockchains privadas. 

Empresas como a Microsoft estão investindo fortemente nessa tecnologia, permitindo que organizações mantenham certos processos privados e confidenciais enquanto ainda se beneficiam de uma rede descentralizada para outras funções.

Portanto, à medida que a tecnologia blockchain continua a evoluir, tanto as redes públicas quanto as privadas têm um papel vital no futuro financeiro global, e o uso estratégico de ambas pode transformar setores inteiros da economia, desde a logística até os mercados financeiros e governança corporativa.

A blockchain é segura?

Uma das grandes vantagens da blockchain é sua segurança. Por ser descentralizada e ter milhares de cópias espalhadas pelo mundo, é praticamente impossível hackear a rede. 

Para fazer isso, seria necessário controlar mais de 50% dos nós (o famoso ataque de 51%). 

No caso do Bitcoin, isso é tão caro e difícil que não vale a pena tentar.

Mas nem todas as blockchains são invulneráveis. 

Em 2021, por exemplo, o Bitcoin SV sofreu um ataque de 51%, mostrando que algumas redes menores podem ser mais vulneráveis. Mesmo assim, para as principais criptomoedas como Bitcoin e Ethereum, a segurança é bem sólida.

Diferenças entre blockchain, tokens e criptomoedas

Para esclarecer de uma vez por todas as diferenças entre esses termos que estão cada vez mais presentes no mercado financeiro e na tecnologia, é importante entender o papel de cada um. 

Em primeiro lugar, a blockchain é a tecnologia fundamental que sustenta todo o ecossistema de ativos digitais

Ela funciona como uma espécie de livro-razão distribuído, onde todas as transações são registradas de forma transparente, segura e imutável

Ou seja, a blockchain é a infraestrutura sobre a qual tudo acontece, desde transferências de criptomoedas até a criação de contratos inteligentes e tokenização de ativos.

Dentro dessa tecnologia, temos os tokens, que são representações digitais de ativos ou direitos que podem ser emitidos e transacionados na blockchain. 

Os tokens podem ser usados para diversos fins, como representar uma fração de propriedade, fornecer acesso a serviços exclusivos ou até representar direitos financeiros sobre algum ativo físico ou digital.

Por fim, as criptomoedas são um tipo específico de token

Elas foram criadas com o objetivo de funcionar como moeda digital e são usadas principalmente para transferir valor de forma descentralizada, sem intermediários como bancos. 

Exemplos clássicos de criptomoedas são o Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH), que lideram o mercado em termos de adoção e valor de mercado. 

Contudo, é importante ressaltar que nem todos os tokens são criptomoedas, mas todas as criptomoedas são tokens.

A expansão da blockchain em 2024

Em 2024, a blockchain já não é apenas uma tecnologia restrita ao mundo das criptomoedas

Ela está se expandindo para diversas indústrias, como logística, saúde, entretenimento e finanças tradicionais, trazendo soluções inovadoras para descentralização, automação e segurança de dados. 

A blockchain pública, como a do Bitcoin e do Ethereum, continua sendo a mais utilizada para transações financeiras e contratos inteligentes, mas há um crescimento significativo no uso de blockchains privadas por empresas, que buscam adotar a tecnologia sem abrir mão do controle sobre seus dados e processos.

Tokens: representações digitais de ativos

Os tokens ganharam uma relevância enorme em 2024 por sua versatilidade. 

Eles são usados para representar ativos financeiros como ações, imóveis, ou até frações de obras de arte, permitindo que qualquer ativo físico ou digital possa ser "tokenizado" e negociado de forma rápida, segura e descentralizada

A tokenização de ativos já é uma realidade em várias plataformas de blockchain, democratizando o acesso a investimentos que antes estavam restritos a grandes investidores institucionais.

Em setembro de 2024, por exemplo, grandes empresas estão utilizando tokens de valores mobiliários (security tokens) para captar recursos e permitir que investidores comprem pequenas frações de projetos imobiliários, startups ou mesmo commodities, como o ouro. 

Isso significa que, com apenas alguns cliques, qualquer pessoa pode adquirir uma parcela de um arranha-céu em Nova York ou de uma startup tecnológica no Vale do Silício.

Além disso, plataformas de finanças descentralizadas (DeFi) estão cada vez mais adotando utility tokens, que são usados para oferecer acesso a serviços específicos dentro de plataformas, como protocolos de empréstimos e exchanges descentralizadas

Esses tokens permitem aos usuários participar do governo das plataformas e obter recompensas por fornecer liquidez ou realizar transações.

Criptomoedas: o tipo mais conhecido de token

As criptomoedas são o exemplo mais conhecido de tokens porque foram as primeiras aplicações populares da blockchain

O Bitcoin (BTC), lançado em 2009, foi a primeira criptomoeda e continua sendo o ativo digital mais valioso em 2024, sendo amplamente reconhecido como uma reserva de valor e até mesmo chamado de "ouro digital". 

Seu objetivo inicial era criar um sistema financeiro descentralizado, sem a necessidade de intermediários como bancos ou governos.

Já o Ethereum (ETH), lançado em 2015, foi projetado para ir além do dinheiro digital. Ele introduziu os smart contracts, permitindo que acordos sejam executados automaticamente quando certas condições são atendidas. 

Hoje, o Ethereum é a principal plataforma para aplicações descentralizadas (dApps), DeFi e tokens não-fungíveis (NFTs), criando um ecossistema de inovação e interatividade digital que está transformando a maneira como fazemos negócios e transações online.

Em 2024, as criptomoedas estão sendo aceitas por grandes corporações e até bancos centrais, que estão explorando a criação de moedas digitais soberanas

A adoção de Bitcoin como meio de pagamento por gigantes como PayPal e Visa consolidou seu papel como dinheiro digital

Além disso, o Ethereum completou sua transição para o modelo de Proof of Stake (PoS) com o Ethereum 2.0, tornando a rede mais escalável e sustentável em termos de consumo de energia, o que ampliou ainda mais sua adoção.

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