Diretores do Fed não descartam nova alta de juros nos EUA
Segundo a ata do Fomc, vários diretores consideram a possibilidade caso os riscos inflacionários se agravem.
Dada a força da inflação americana, o Fed (Federal Reserve) vai levar mais tempo do que o esperado para cortar os juros e alguns de seus diretores não descartam apertar ainda mais a taxa caso os riscos inflacionários se agravem. É o que mostra a ata da última reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), publicada nesta quarta-feira (22).
📈 "Vários participantes mencionaram a disposição de apertar ainda mais a política monetária, caso os riscos para a inflação se materializem de uma forma que tal ação se torne apropriada", diz a ata do Fomc.
Entre os riscos inflacionários apontados pelos diretores do Fed, está a possibilidade de que conflitos geopolíticos aumentem os preços das commodities, pressionem os custos de transporte e gerem gargalos de oferta.
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Juros altos por mais tempo
Apesar desses riscos, o Fed manteve os juros americanos entre 5,25% e 5,5% ao ano no último dia 1º de maio. O comitê mantém os juros neste patamar, o maior em 21 anos, desde julho de 2023 para tentar levar a inflação dos Estados Unidos à meta anual de 2%.
A inflação americana, no entanto, acelerou nos últimos meses. Por isso, o Fomc falou em "falta de progresso em direção da meta" na ata da última reunião.
💲 Diante disso, o Fed reforçou que os cortes de juros vão demorar mais do que o esperado nos Estados Unidos. A expectativa do mercado era de a taxa começasse a cair em março, mas essa projeção passou para junho, agora se concentra em setembro, mas alguns analistas já olham para novembro.
Segundo a ata do Fomc, os diretores do Fed observaram que os dados recentes de inflação "não aumentaram a sua confiança no progresso para a meta de 2% e, consequentemente, sugeriram que o processo de desinflação provavelmente levaria mais tempo do que se pensava anteriormente".
Logo, observaram também que demoraria mais tempo do que o previsto para o comitê sentir-se confiante de que a inflação está caindo de forma sustentável em direção à meta e, assim, cortar os juros.
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