B3 já ganhou 4 penny stocks em 2024; veja lista

Bolsa brasileira tem 11 ações valendo centavos atualmente. Por isso, será palco para grupamentos de ações nos próximos meses.

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Publicado em 24/04/2024 às 16:38h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 24/04/2024 às 16:38h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
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A B3 tem 11 ações negociadas por menos de R$ 1 atualmente. O número das chamadas penny stocks cresceu desde o início de 2024, o que deve levar a uma série de grupamentos de ações nos próximos meses. 

📈 De acordo com levantamento do CEO da Elos Ayta Consultoria, Einar Rivero, a B3 tinha sete penny stocks ao final de 2023, mas outras quatro empresas já entraram na lista das ações que valem centavos em 2024: Kora Saúde (KRSA3), Espaço Laser (ESPA3), Infracomm (IFCM3) e Springs (SGPS3)

Veja a relação completa das 11 penny stocks da B3, de acordo com o fechamento de terça-feira (23):

A incorporadora PDG Realty é a ação mais barata da B3 atualmente, segundo o levantamento. O papel é negociado por R$ 0,25, mas chegou a ser cotado por mais de R$ 9 em maio de 2023. Por isso, acumula um baque de 95% em um ano.

A segunda ação mais barata é a da Sequoia. As ações da Sequoia são negociadas por menos de R$ 1 desde 14 de agosto de 2023 e não deixaram o grupo das penny stocks nem depois do salto observado após a fusão com a Move3. Por isso, a empresa pretende agrupar as suas ações

B3 de olho

Outras seis empresas dessa lista avaliam o grupamento de ações e a Aeris já aprovou a medida, com efeitos a partir de 14 de maio. Afinal, a B3 impõe limites às chamadas penny stocks e já notificou a maior parte das companhias cujos papeis valem centavos atualmente.

A B3 entende que as penny stocks apresentam alta volatilidade, o que eleva os riscos aos investidores. Por isso, determina que as companhias mantenham a cotação das suas ações em valor igual ou superior a R$ 1,00

🪙 Quando uma ação é negociada por menos de R$ 1 por 30 pregões consecutivos, seu emissor é notificado pela B3. Neste caso, a bolsa dá um prazo de ao menos seis meses para a companhia adotar as medidas necessárias para “reenquadrar a cotação ao patamar mínimo”. Caso o prazo não seja cumprido, as ações podem ser submetidas a uma negociação não contínua na B3, além de serem excluídas de índices como o Ibovespa.

O grupamento de ações é a medida mais usada pelas empresas para sair do grupo das penny stocks. A operação agrupa um determinado número de ações em um único papel. Por isso, diminui a quantidade e eleva a cotação das ações.

O grupamento de ações foi a solução encontrada pela Casas Bahia (BHIA3), por exemplo, para sair da lista das penny stocks no final de 2023. Com isso, a companhia ainda conseguiu se manter no Ibovespa

Grupamento de ações

Diante dessas regras, Sequoia e Oi colocaram uma proposta de grupamento de ações na pauta das assembleias de acionistas previstas para a próxima segunda-feira (29). Já a Americanas colocará o tema para deliberação dos acionistas no dia 10 de maio.

A TC também pretende agrupar as suas ações caso as atuais medidas de reestruturação financeira não sejam suficientes para elevar o valor do papel. A companhia tem até 21 de junho para ajustar a cotação, segundo a B3. 

PDG Realty e Recrusul também avaliam o grupamento, mas ainda não bateram o martelo sobre o assunto, pois têm até 8 de agosto para ajustar a cotação das suas ações. Já a Kora Saúde pretende colocar o grupamento para avaliação do seu Conselho de Administração até 19 de agosto. 

Embora não figure na lista das penny stocks, o Magazine Luiza (MGLU3) também pretende agrupar as suas ações, na proporção de 10 para 1. O objetivo é reduzir a volatilidade do papel, que é negociado por cerca de R$ 1,50 atualmente. A proposta está na pauta da assembleia de acionistas desta quarta-feira (24). 

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Vale a pena investir em penny stocks?

As penny stocks podem parecer uma oportunidade de grandes retornos com pequenos investimentos, mas também trazem "riscos significativos" ao investidor, segundo o CEO da Elos Ayta Consultoria, Einar Rivero.

Ele explicou que essas ações apresentam alta volatilidade, podem sofrer com baixa liquidez e geralmente carregam uma situação financeira frágil. "É crucial que os investidores entendam a natureza volátil e muitas vezes imprevisível dessas ações antes de se comprometerem", ressaltou.

Segundo levantamento de Einar Rivero, todas as 11 ações que figuram na lista de penny stocks da B3 atualmente sofreram quedas superiores a 50% entre o máximo dos últimos 12 meses e o fechamento de segunda-feira (22), o que evidencia a volatilidade dessas ações.

Além disso, só a Sequoia e a Recrusul apresentam um P/VPA (preço sobre valor patrimonial) superior a 1, segundo o especialista. O P/VPA indica quanto o mercado está disposto a pagar pelo patrimônio da empresa. Se for menor que 1, indica que a empresa está sendo cotada abaixo do seu valor patrimonial.

Ele disse, então, que, para investir em ações como essas, "uma análise cuidadosa dos fundamentos das empresas é essencial, assim como a disposição para aceitar perdas significativas".