Guerra comercial? Veja empresas do Ibov que geram receita nos EUA e na China

A Gerdau (GGBR4) é apontada por analistas como uma das empresas brasileiras potencialmente menos atingidas pelo tarifaço de Trump. Afinal, tem fábricas nos Estados Unidos e a produção dessas unidades poderá ser vendida sem nenhuma taxa adicional no mercado americano. 

💲 Esta, no entanto, não é a única empresa do Ibovespa a gerar parte expressiva da sua receita nos Estados Unidos. Segundo dados do Investidor10, outras quatro companhias da atual carteira do índice geram ao menos 20% da sua receita no país ou na América do Norte. E outras 11 empresas também têm algum faturamento por lá. 

Entre essas companhias, estão nomes como Embraer (EMBR3) e Weg (WEGE3), que, assim como a Gerdau, têm fábricas nos Estados Unidos. 

A lista, contudo, é encabeçada pela JBS (JBSS3). Afinal, o grupo dos irmãos Wesley e Joesley Batista tem uma série de empresas nos Estados Unidos, a exemplo da Pilgrim's Pride (PPC). Por isso, traz mais da metade da sua receita da América do Norte.

Veja as empresas do Ibovespa que geram receita nos Estados Unidos ou na América do Norte: 

• JBS (JBBS3): 66%;
• Embraer (EMBR3): 55%;
• Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4): 45%;
• Weg (WEGE3): 27%;
• Suzano (SUZB3): 20%;
• Usiminas (USIM5): 7%;
• Cosan (CSAN3): 6%;
• Raízen (RAIZ4): 5%;
• Itaúsa (ITSA4): 4%;
• Petrobras (PETR4): 3%;
• Vale (VALE3): 3%;
• Klabin (KLBN11): 2%;
• Bradesco (BBDC4): 1%;
• MRV (MRVE3): 1%;
• Totvs (TOTS3): 1%;
• Ultrapar (UGPA3): 1%.

É possível saber as regiões em que as empresas listadas na bolsa brasileira geram receita na página de suas ações do Investidor10. A ferramenta mostra o percentual e o respectivo valor captado pela empresa no último trimestre. 

Veja o exemplo da JBS: 

E na China? 

As tarifas anunciadas por Donald Trump na semana passada geraram reações em diversas partes do mundo. A China, por exemplo, foi taxada em 34% e respondeu aplicando uma tarifa da mesma magnitude sobre os produtos americanos. Trump já fala, então, em elevar a tarifa dos produtos chineses para 50%.

⚠️ Esses movimentos reforçaram o temor de uma guerra comercial, derrubando os mercados globais. Por isso, o Investidor10 também levantou as empresas do Ibovespa que geram receita na China ou na Ásia. 

São 15 companhias ao todo, sendo que sete delas geram mais de 10% do seu faturamento no continente asiático. A lista conta, sobretudo, com produtoras de commodities como Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e São Martinho (SMTO3).

Veja as empresas do Ibovespa que geram receita na China ou na Ásia:

• CSN Mineração (CMIN3): 82%;
• Vale (VALE3): 50%;
• Suzano (SUZB3): 33%;
• CSN (CSNA3): 32%;
• São Martinho (SMTO3): 25%;
• Petrobras (PETR4): 12%;
• SLC Agrícola (SLCE3): 11%;
• Weg (WEGE3): 7%;
• Raízen (RAIZ4): 7%;
• Embraer (EMBR3): 6%;
• Itaúsa (ITSA4): 6%;
• Klabin (KLBN11): 5%;
• Natura (NTCO3): 4%;
• Bradesco (BBDC4): 1%;
• Marcopolo (POMO4): 1%.

O que dizem os analistas?

Na avaliação dos analistas, as empresas que têm operação em solo americano podem ser menos afetadas pelas tarifas. Contudo, também não estão livres de incertezas, já que uma possível guerra comercial pode colocar a economia mundial em desaceleração.

📊 Uma queda do crescimento chinês, por exemplo, poderia levar a uma redução da demanda por commodities, o teria efeitos na economia brasileira e no desempenho de muitas empresas listadas na B3. Da mesma forma, as empresas que estão instaladas nos Estados Unidos poderiam sofrer em caso de uma recessão americana.

Por outro lado, analistas lembram que os produtos brasileiros foram taxados em 10% pelos Estados Unidos. É uma taxa menor que a imposta para outros países. Por isso, há uma expectativa de que o Brasil possa abrir novos mercados diante de uma reorganização dos fluxos internacionais de comércio.

"Embora os produtos brasileiros percam competitividade relativa em relação aos fabricados nos EUA, o aumento mais agressivo das tarifas para outros países pode beneficiar determinados setores brasileiros por efeito de substituição comercial", observou o BTG.

Veja aqui os setores brasileiros que podem ser mais e menos afetados pelas tarifas, segundo analistas