Com Selic em 15%, veja as empresas mais endividadas da B3

Juros altos elevam o custo da dívida das empresas. Logo, podem pressionar seus resultados.

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Publicado em 24/06/2025 às 12:43h - Atualizado 14 horas atrás Publicado em 24/06/2025 às 12:43h Atualizado 14 horas atrás por Marina Barbosa
7 empresas listadas na B3 têm uma dívida bruta superior a R$ 60 bi (Imagem: Shutterstock)
7 empresas listadas na B3 têm uma dívida bruta superior a R$ 60 bi (Imagem: Shutterstock)

Com a nova alta da Selic, os investidores devem ficar ainda mais atentos ao endividamento das empresas listadas na bolsa.

💲 Afinal, juros altos elevam o custo da dívida das empresas e ainda podem criar dificuldades para o refinanciamento dessas obrigações, colocando em risco os resultados corporativos.

Não foi à toa que a Cosan (CSAN3) derreteu 9% na B3 na última sexta-feira (20), depois da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de elevar a taxa básica de juros para 15% ao ano.

O temor do mercado é de que a nova alta dos juros atrapalhe o processo de reestruturação da holding, que tem trabalhado há meses para reduzir o seu endividamento.

📊 Pensando nisso, a Elos Ayta Consultoria levantou quais são as 10 empresas mais endividadas da B3 a pedido do Investidor10.

O levantamento revela que a Cosan tem a sexta maior dívida da B3: R$ 67 bilhões. A dívida da sua subsidiária Raízen (RAIZ4), contudo, é ainda maior: R$ 68,4 bilhões.

Juntas, portanto, Cosan e Raízen acumulam uma dívida superior a R$ 135 bilhões. O valor só é batido por uma empresa listada na B3: a Petrobras (PETR4).

Veja as empresas que têm as 10 maiores dívidas brutas da B3:

Recuo do dólar pode ajudar

CEO da Elos Ayta Consultoria, Einar Rivero observou que "esse nível elevado de endividamento, especialmente em um contexto de juros elevados, acende o alerta para o impacto do custo financeiro sobre os resultados dessas companhias".

💵 Ele lembrou, no entanto, que nem todas essas dívidas estão expostas à taxa Selic. Afinal, muitas dessas empresas também captam recursos no exterior e as linhas de crédito internacionais costumam ter juros menores que os praticados no Brasil.

"Isso significa que, mesmo com a Selic em patamar elevado, a pressão sobre o serviço da dívida pode ser mitigada, principalmente para companhias com boa parte de seus passivos em moeda estrangeira, como Petrobras, Vale e Suzano", destacou.

Além disso, a recente queda do dólar ajuda no pagamento das dívidas atreladas à moeda americana. "A queda do dólar contribui para a redução do saldo devedor em reais, gerando ganhos financeiros contábeis que podem inclusive superar os impactos negativos do juro doméstico alto", explicou Einar Rivero.

Selic

O Copom elevou a Selic para 15% ao ano na última quarta-feira (18). Este é o maior nível da taxa básica de juros da economia brasileira em quase 20 anos.

🏦 O comitê ainda avisou que os juros devem seguir em um "patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado". Contudo, indicou que agora deve pausar o ciclo de alta da Selic para analisar os seus desdobramentos.

A expectativa do mercado, portanto, é de que a Selic se mantenha em 15% ao ano até pelo menos o início de 2026.