Renda fixa: Juros futuros precificam maior chance de Selic subir em breve

Taxas dos DIs com prazos mais curtos disparam após ata do Copom

Author
Publicado em 06/08/2024 às 16:32h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 06/08/2024 às 16:32h Atualizado 2 meses atrás por Lucas Simões
Risco de alta da Selic favaorece renda fixa que paga CDI. (Fonte: Shutterstock)
Risco de alta da Selic favaorece renda fixa que paga CDI. (Fonte: Shutterstock)

As apostas dos investidores para uma nova alta da taxa Selic em breve se intensificam nesta terça-feira (6), o que pode beneficiar a renda fixa atrelada ao CDI.

Tais expectativas para os juros futuros se consolidam na disparada das taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) com prazos mais curtos, que apuram ganhos consistentes. Enquanto isso, a ponta longa da curva termo sobe com menos intensidade, acompanhando o rendimento dos títulos de 10 anos do governo dos Estados Unidos, cuja taxa subia de 3,78% para 3,88%.

📊Por volta das 16h, a taxa do DI para janeiro de 2025 — que é mais sensível às decisões do Banco Central para a Selic no curtíssimo prazo — saltava para 10,68% ante o último fechamento a 10,58%. Na máxima do dia, a taxa do juro futuro encostou em 10,70%.

No mesmo instante, a taxa do DI para janeiro de 2027 marcava 11,66%, ante 11,43 do ajuste da véspera. Nos contratos mais longos da curva a termo, a taxa do DI para janeiro de 2029 subiu de 11,79% ontem para os atuais 11,87%.

E também no Tesouro Direto, as taxas dos títulos públicos prefixados subiam, embora ainda sigam abaixo do rendimento de 12% ao ano.

Para economistas, parte do movimento do mercado é justificada pela divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta manhã. No documento, o Banco Central deixa claro que não hesitará em subir a taxa Selic no curto prazo caso se faça necessário.

Leia também: Banco Central “ameaça” elevar a taxa Selic para desacelerar a inflação

Conforme a ata da última reunião, realizada nos dias 30 e 31 de julho, o comitê destacou que não hesitará em elevar os juros, atualmente em 10,5% ao ano, caso considere preciso assegurar a convergência da inflação à meta estabelecida.
A percepção dos agentes de mercado sobre o aumento dos gastos públicos e a sustentabilidade do atual arcabouço fiscal tem influenciado significativamente os preços dos ativos e as expectativas econômicas.

Renda fixa indicada no momento

🤑Os investimentos em renda fixa indexados à Selic ou ao CDI seguem os mais recomendados por analistas, tanto para lidar com um cenário de incertezas, quanto para aproveitar uma possível alta dos juros.

A pedido do Investidor10, o planejador financeiro Rafael Haddad, do C6 Bank, calcula que o rendimento do Tesouro Selic nos próximos 12 meses deve chegar a 9,40%, já descontado o imposto de renda. Ou seja, uma aplicação de R$ 5.000 rende o montante de R$ 5.470,16 no período.

Caso o investidor procure um produto mais rentável e com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), o planejador indica que LCAs e LCIs, que ofereçam taxas de 93% do CDI, remuneram 10,67% ao ano. Portanto, o mesmo aporte de R$ 5.000 totaliza isento de imposto de renda a quantia de R$ 5.533,36, após 12 meses.