Quais ações da B3 ganham e perdem com novas tarifas de Trump?
O Brasil foi o país que recebeu a maior tarifa entre as nações taxadas por Trump e Filipinas a menor, com 20%.

💸 Na última quarta-feira (9), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano) anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O Brasil foi o país que recebeu a maior tarifa entre as nações taxadas por Trump e Filipinas a menor, com 20%. A decisão, segundo comunicado, entra em vigor em 1º de agosto.
Veja quem mais perde
Com a nova medida, ao menos várias ações de empresas listadas na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) podem ser afetadas, é o que dizem especialistas consultados pelo Investidor10. A imposição de uma tarifa de 50% irá impactar principalmente a Embraer (EMBR3), até porque 60% de sua receita vem dos Estados Unidos e mais de 26% da receita total da exportação de aeronaves produzidas no Brasil para o mercado norte-americano.
"Como a maior parte da produção continua no Brasil, uma tarifa poderia elevar em até 50% o custo de seus aviões, reduzindo a competitividade em relação a rivais como a Airbus, que produz localmente nos EUA. Os impactos esperados incluem queda nas encomendas, redução das margens e pressão sobre o fluxo de caixa", explicou Júlio Vieira, contribuidor da TC Investimentos.
🤑 Além disso, as empresas exportadoras, sobretudo as mais dependentes do mercado dos EUA, devem sentir o impacto mais direto no Brasil. Entre elas estão as siderúrgicas, que já enfrentam tarifas específicas mais altas, e as grandes companhias do setor de carnes, como Marfrig (MRFG3) e a JBS (JBBS3), essa última obtém mais de 50% de sua receita do mercado americano, sendo 20% do total de exportações para os EUA e o restante de produção local, explicou Marcos Hanna, economista da Armada Asset.
A Tupy (TUPY3), Suzano (SUZB3), CBA (CBAV3), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) também podem sair perdendo com a decisão. No caso da TUPY3, 23% da receita da companhia vem das exportações para os EUA, com 20% desse total oriundo de produtos produzidos no Brasil. As outras companhias citadas também sairiam em desvantagem já que boa parte do que vendem aos americanos é produzido em território nacional e seria afetado pela tarifa.
E quem mais ganha
Nem todas as companhias seriam afetadas da mesma maneira. Algumas empresas, inclusive, podem até sair favorecidas com o novo cenário, é o caso da Gerdau (GGBR4). A empresa conta com 11 usinas localizadas nos EUA e no Canadá, e mais de 30% de sua receita vem da América do Norte. Com produção já estabelecida no mercado americano, ela praticamente não depende das exportações brasileiras para manter suas atividades na região.
💰 "Se a tarifa for adotada, poderá se tornar mais competitiva em relação a rivais estrangeiros que seriam impactados pela taxação. Analistas estimam, inclusive, um ganho significativo de margem para sua operação na América do Norte", avaliou o contribuidor da TC Investimentos. WEG (WEGE3) e Iochpe-Maxion (MYPK3) também são exemplos de companhias com presença industrial nos EUA e no México, fator que reduz sua vulnerabilidade direta às tarifas.
Nesse contexto, elas ainda podem ampliar sua competitividade, caso outras empresas menos preparadas deixem o mercado. Além delas, a Petrobras (PETR4), Suzano e Vale (VALE3) irão sofrer em menor escala, já que possuem menos exposição à importação americana e/ou possuem maior capacidade de redirecionar as exportações para outros países, pontuou o economista da Armada Asset.
O que dizem as casas de análise
Conforme análise do BTG Pactual, o efeito econômico das tarifas deve ser moderado. No entanto, determinadas empresas podem sentir impactos negativos. Entre elas, Klabin (KLBN11) e CBA. Por outro lado, o impacto tende a ser menor para empresas do setor de petróleo, para as siderúrgicas e para a maioria das companhias do agronegócio, cujos produtos têm pouca representatividade nas compras dos EUA. De acordo com a casa, as empresas com pouca exposição incluem:
Segundo avaliação da XP Investimentos, no setor de Óleo e Gás, apesar da importância das exportações brasileiras para os EUA, há espaço para desvio desses volumes a outros destinos. Em contrapartida, o Brasil importa dos EUA derivados de petróleo, gás natural e produtos químicos, o que pode ser afetado por retaliações.
Nesse contexto, empresas como a Braskem (BRKM5) poderiam se favorecer com preços mais altos e maior fatia de mercado nas resinas plásticas no Brasil. Entre outras companhias que podem sofrer algum impacto, para a XP, estão: Mahle Metal Leve (LEVE3), Frasle (FRAS3), Randon (RAPT4), Azzas (AZZA3) e Alpargatas (ALPA4).
Já para o Itaú BBA, Iochpe, Marcopolo (POMO4) e Rumo (RAIL3) são as empresas que vão apresentar impacto neutro nos resultados, uma vez que possuem pouca exposição à nova medida. "Apesar de aproximadamente 27% da receita da Iochpe vir da América do Norte, as vendas para lá são em grande parte abastecidas por fábricas localizadas no México e nos Estados Unidos. Em relação à Marcopolo, acreditamos que a empresa não tenha exportações do Brasil para os EUA", diz o relatório.
Em relação à Rumo, a casa diz que os impactos serão neutros e baixos. "Não prevemos nenhum impacto material, visto que a maior parte das exportações de grãos do Brasil é direcionada a outros mercados — principalmente a China. com exposição limitada ao mercado americano".

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