Banco do Brasil (BBAS3): Moody's afirma rating, apesar de desafios no agro

Para a agência, a inadimplência deve melhorar em 2025, diante de safra mais positiva.

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Publicado em 10/12/2024 às 14:51h - Atualizado 15 dias atrás Publicado em 10/12/2024 às 14:51h Atualizado 15 dias atrás por Marina Barbosa
Banco do Brasil tem o rating mais alto da Moody's (Imagem: Shutterstock)
Banco do Brasil tem o rating mais alto da Moody's (Imagem: Shutterstock)

Apesar de o agronegócio estar pressionando o Banco do Brasil (BBAS3), a Moody's afirmou a nota de crédito do banco em AAA.br, o nível mais elevado da sua escala de rating, com perspectiva estável.

🌱 Em relatório publicado na segunda-feira (9), a agência de classificação de risco reconhece que o cenário desafiador do agronegócio brasileiro tem impactado a qualidade da carteira de crédito do BB. Contudo, projeta uma melhora da inadimplência em meados de 2025, devido à expectativa de uma safra mais positiva.

Além disso, a Moody's espera que os aumentos das provisões decorrentes do agravamento da inadimplência no agronegócio e da recuperação judicial no setor "sejam compensados pelas outras atividades do banco, mantendo assim a consistência e recorrência dos seus resultados".

"A afirmação dos ratings do BB reflete um perfil de crédito com geração estável de receitas recorrentes, decorrentes de um mix de negócios diversificado e da boa qualidade da carteira de crédito, com métricas de qualidade de ativos controladas, mesmo que tenha apresentado impacto pelo cenário desafiador no agronegócio", declarou.

💲 Para a Moody's, o Banco do Brasil mantém "índices de rentabilidade extremamente fortes e estáveis" e a posição de capital se mantém robusta, impulsionada pela geração de resultados estáveis.

O rating do BB, no entanto, também incorpora "uma probabilidade de suporte extremamente alta do seu controlador, o Governo Federal, considerando o papel estratégico do banco como agente financeiro-chave para o setor agrícola e o fato de o banco ser sistemicamente importante no Brasil".

Diante disso, a agência avalia que a nota de crédito do BB só seria rebaixada em caso de uma deterioração substancial do seu risco de ativos ou da liquidez, que impacte a rentabilidade e as posições de capital. Uma redução na percepção de suporte do governo federal também poderia pesar sobre o rating.

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No mercado, momento é de cautela

🔎 O relatório da Moody's vem em um momento em que o mercado tem olhado com cautela para os possíveis impactos da crise do agronegócio brasileiro nos resultados do BB, o líder em crédito rural no país.

Na última sexta-feira (6), o Goldman Sachs e o Citi cortaram a recomendação para as ações do Banco do Brasil, de compra para neutra, devido a preocupações com o ritmo de crescimento dos resultados do banco no próximo ano.

Na avaliação dos analistas, o lucro do BB vai crescer em um ritmo menor do que os dos demais bancos privados brasileiros no próximo ano, devido ao cenário de juros elevados, alto endividamento das famílias brasileiras e desafios no agronegócio.

Para o Itaú BBA, o lucro do Banco do Brasil deve crescer apenas 4% em 2025, enquanto o do Bradesco (BBDC4) deve saltar 20% e o do Santander (SANB11), 19%. Ainda assim, o BBA projeta um DY (Dividend Yield) de 11% para o BB, o que o tornaria um "bom carry".

A avaliação dos bancos derrubou as ações do BB na sexta (6) e na segunda-feira (9). O papel, no entanto, sobe nesta terça-feira (10) diante da melhora do humor do mercado e do relatório da Moody's. Às 14h35, a ação subia 0,36%, a R$ 24,76.

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