Ambev (ABEV3) sofreria com irmãos Batista (JBSS3) na Petrópolis?

Os irmãos Batista estão com estudos para comprar uma fatia de 50% no grupo.

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Publicado em 21/01/2025 às 08:40h - Atualizado Agora Publicado em 21/01/2025 às 08:40h Atualizado Agora por Elanny Vlaxio
a dinâmica do setor foi alterada em 2016 com a aquisição da Brasil Kirin pela Heineken (Imagem: Shutterstock)
a dinâmica do setor foi alterada em 2016 com a aquisição da Brasil Kirin pela Heineken (Imagem: Shutterstock)

💲 Segundo o colunista Lauro Jardim, os irmãos Joesley e Wesley Batista (JBSS3) demonstraram interesse em adquirir 50% do Grupo Petrópolis, pertencente a marca Itaipava. Em análise recente, o BTG Pactual detalhou as possíveis consequências dessa aquisição para a Ambev (ABEV3), principal concorrente do setor cervejeiro no Brasil.

A empresa ressalta que, desde a sua consolidação há cerca de 15 anos, a Ambev detém aproximadamente dois terços do mercado cervejeiro brasileiro, coexistindo com até quatro concorrentes relevantes.

Contudo, a dinâmica do setor foi alterada em 2016 com a aquisição da Brasil Kirin pela Heineken, resultando em um cenário mais concentrado, dominado por três grandes players: Ambev, Heineken e o Grupo Petrópolis, este último representando a única cervejaria de grande porte com capital integralmente nacional.

💰 Diante das dificuldades financeiras enfrentadas nos últimos dois anos, o Grupo Petrópolis solicitou a recuperação judicial. Com isso, a análise do BTG Pactual aponta duas possíveis trajetórias para a empresa nesse novo cenário, sendo elas:

  • A recuperação judicial poderia proporcionar o alívio necessário para reerguer a empresa e recuperar sua alavancagem operacional;
  • A RJ seria o último passo antes da venda de ativos, com a Heineken como provável compradora, criando um duopólio de disputa direta entre Ambev e Heineken.

O BTG Pactual destaca que o processo de recuperação judicial proporcionou ao Grupo Petrópolis resultados positivos, como a recuperação de volumes de vendas e o aumento da participação de mercado. Após encerrar o ano de 2023 com uma taxa de utilização de capacidade de apenas 41%, a empresa implementou uma estratégia de preços mais agressiva, visando otimizar sua alavancagem operacional.

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🤑 Contudo, essa estratégia parece estar em processo de revisão, evidenciado pelos recentes aumentos nos preços médios dos produtos da Petrópolis. Segundo o relatório, essa mudança indica uma busca por um equilíbrio mais racional na precificação, porém levanta questionamentos sobre a saúde financeira da empresa. O BTG Pactual sugere que, em um cenário de perda de participação de mercado pela Petrópolis, a Ambev seria a principal beneficiada, dada sua histórica dominância no setor.

A entrada de um novo competidor no mercado brasileiro, além da Heineken, representa um potencial desafio à liderança da Ambev (ABEV3). Embora a possibilidade seja especulativa no momento, segundo os analistas do BTG Pactual, não pode ser descartada.

A Ambev, como líder de um mercado maduro, depende da manutenção de seu poder de precificação para garantir um crescimento sustentável. Já a postura mais disciplinada da Petrópolis nos últimos períodos contribuiu para a estabilidade do mercado. No entanto, um aumento da competição, especialmente por parte da Petrópolis, poderia comprometer o crescimento dos lucros da Ambev no longo prazo, de acordo com a análise do BTG Pactual.