Debênture da Taesa: Renda fixa sem IR da pagadora de dividendos vale a pena?

Companhia elétrica pega dinheiro emprestado com investidores via debêntures e oferece juros gordos até 2038

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Publicado em 01/10/2024 às 15:27h - Atualizado 3 dias atrás Publicado em 01/10/2024 às 15:27h Atualizado 3 dias atrás por Lucas Simões
Debêntures da Taesa rendem bem mais que o Tesouro IPCA+ 2035 (Imagem: Shutterstock)
Debêntures da Taesa rendem bem mais que o Tesouro IPCA+ 2035 (Imagem: Shutterstock)

💡 Não é segredo para quem acompanha o mercado financeiro há algum tempo que a Taesa (TAEE11) é uma boa pagadora de dividendos. O próprio Luiz Barsi, o maior investidor pessoa física da bolsa brasileira, já afirmou em entrevistas que o negócio da Taesa, no segmento de transmissão, é um dos filés mignons do setor de energia.

Mas, será que você já parou para pensar se é uma boa ideia também emprestar dinheiro à companhia elétrica e recebê-lo de volta corrigido bem acima da inflação, com pagamento de juros periódicos até a data em que a empresa prometeu devolver cada centavo?

Pois, na avaliação do BB Investimentos vale muito aplicar dinheiro nas debêntures incentivadas da Taesa (TAEEC4), que são títulos de renda fixa isentos de imposto de renda com rentabilidade bem superior ao Tesouro Direto, sobretudo após a mordida do leão da Receita Federal abater o título público.

"As debêntures da Taesa (TAEEC4) têm bons fundamentos de médio e longo prazos, considerando a previsibilidade de geração de receitas do segmento e seu desempenho operacional e financeiro recentes", comentam os analistas Viviane Silva, Melina Constantino e Fernando Cunha, em relatório obtido pelo Investidor10.

Outro ponto que favorece esse título de crédito privado isento de imposto é o seu indexador estar atrelado à inflação (IPCA+). Afinal, as taxas de juros reais seguem em patamares elevados em outubro de 2024 em comparação com a média histórica.

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Quanto paga a renda fixa isenta de IR da Taesa?

Conforme dados da Anbima apurados nesta terça-feira (1º), as debêntures incentivadas da Taesa (TAEEC4) são negociadas com taxa indicativa de remuneração de IPCA+ 6,62% ao ano, e com preço unitário indicativo de R$ 1.015,04.

Vale explicar que as taxas e os preços indicativos da Anbima são apenas uma referência de valor para os títulos de crédito privado. Ou seja, podem ser observados negócios com valores diferentes nas corretoras em função da própria dinâmica de oferta e demanda, custos de transação e volume das operações.

Apesar do Tesouro IPCA+ 2035, negociado no Tesouro Direto, oferecer taxa de remuneração de IPCA+ 6,55% ao ano pelo dinheiro emprestado ao governo brasileiro, após o desconto da alíquota de 15% de imposto de renda, a rentabilidade do título público cai para apenas IPCA+ 5,50% ao ano, segundo os analistas do BB Investimentos.

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Como funcionam as debêntures da Taesa?

As debêntures incentivadas da Taesa, assim como todo título de crédito privado (debêntures simples, CRAs e CRIs), não contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Ou seja, caso a empresa se encontre em dificuldades financeiras no futuro e venha dar calote no dinheiro emprestado pelo debenturista, o mesmo acaba assumindo o prejuízo.

Portanto, o aval da corretora do Banco do Brasil sobre TAEEC4 já ajuda a mitigar o risco de crédito do debenturista, além dos analistas que destacam os ratings (notas de crédito) 'AAA' dados pela Fitch e Moody's à Taesa.

No caso, o título de renda fixa da Taesa paga juros semestrais aos debenturistas em março e setembro de cada ano até o vencimento da debênture em 15 de setembro de 2038. Já a partir de setembro de 2036, os investidores começam a receber anualmente a amortização do dinheiro emprestado à companhia elétrica.

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