Ibovespa se segura, mas dólar vai a R$ 5,51 com risco fiscal no radar

Mercado questiona ajuste fiscal após Lula dizer que "o problema é saber se precisa efetivamente cortar".

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Publicado em 26/06/2024 às 17:54h - Atualizado 19 dias atrás Publicado em 26/06/2024 às 17:54h Atualizado 19 dias atrás por Marina Barbosa
Dólar fechou no maior patamar em mais de dois anos e meio (Shutterstock)
Dólar fechou no maior patamar em mais de dois anos e meio (Shutterstock)

O Ibovespa conseguiu fechar em alta, mas o dólar disparou a R$ 5,519 nesta quarta-feira (26) após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizer que o governo analisa o corte de gastos, mas "sem levar em conta o nervosismo do mercado".

🗣️ Em entrevista ao "UOL", Lula disse que o corte de gastos deve considerar "a necessidade de manter política de investimento". Além disso, descartou a desvinculação de pensões e do BPC (Benefício de Prestação Continuada) do salário mínimo.

Além disso, o presidente afirmou que "o problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se a gente precisa aumentar a arrecadação".

💵 A declaração de Lula levantou dúvidas sobre o ajuste fiscal e pressionou o dólar. A moeda subiu 1,20% e terminou o dia no maior patamar em mais de dois anos e meio. Desde 18 de janeiro de 2022, o dólar não fechava acima dos R$ 5,50.

Ainda assim, o Ibovespa segurou os 122 mil pontos. Apesar de ter caído durante boa parte do dia, o principal índice da B3 fechou com alta de 0,25%, aos 122.641 pontos. Foi sustentado, sobretudo, por empresas exportadoras, que ganham com a alta do dólar.

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EUA

Nos Estados Unidos, os investidores discutem uma possível correção do setor de tecnologia, já que a Nvidia (NVDC34) teve pregões difíceis nos últimos dias. Ainda assim, as bolsas fecharam no azul e a Nvidia ganhou 0,25%. Veja:

  • Dow Jones: 0,04%;
  • S&P 500: 0,16%;
  • Nasdaq: 0,49%.

Altas

A Vale (VALE3) subiu 1,24% e ajudou a segurar o Ibovespa. A mineradora foi beneficiada pela alta dos preços do minério de ferro, que também impulsionou outras companhias do setor. A Usiminas (USIM5), por exemplo, ganhou 3,32% e garantiu a maior alta do dia no Ibovespa. Já a Gerdau (GGBR4) subiu 2,07%.

Destaque também para a Suzano (SUZB3), que avançou 2,23% depois de afirmar que vai colocar a maior fábrica de celulose do mundo em operação em julho.

Veja outras altas do dia:

Baixas

As varejistas, por outro lado, tiveram um dia de perdas, com as dúvidas sobre a situação fiscal brasileira pressionando os juros futuros. O GPA (PCAR3), por exemplo, desabou 7,77% e a Lojas Renner (LREN3) perdeu 3,07%.

Já a Azul (AZUL4) é atingida pela alta do dólar e, por isso, sofreu um baque de 5,56%. Veja outras quedas do dia: