Ação abandonada por Luiz Barsi em 2021 pode engordar dividendos

Bilionário zerou sua posição no conglomerado, mas BTG Pactual avisa que proventos da holding voltarão a crescer

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Publicado em 19/09/2024 às 16:44h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 19/09/2024 às 16:44h Atualizado 2 meses atrás por Lucas Simões
Barsi viu dividendo da Itaúsa murchar, mas a história é outra em 2024 (Imagem: Shutterstock)
Barsi viu dividendo da Itaúsa murchar, mas a história é outra em 2024 (Imagem: Shutterstock)

As ações da Itaúsa (ITSA4) já não fazem parte da carteira de Luiz Barsi desde 2021, ano em que o maior investidor da bolsa de valores brasileira zerou sua fatia na holding que detém participações em negócios como: Itaú (ITUB4), CCR (CCRO3), Alpargatas (ALPA4), entre outros. 

O bilionário caiu fora da Itaúsa ao perceber que os dividendos do conglomerado de empresas haviam murchado, migrando sua posição para outros negócios, como mais recentemente a Taurus Armas (TASA4)

🏆 Entretanto, os dividendos pagos pela Itaúsa aos seus acionistas estão prestes a voltar aos tempos áureos em 2024, conforme percepção de analistas do BTG Pactual após conversa com Priscila Grecco, diretora financeira da holding.

Conforme relatório divulgado pelo banco nesta quinta-feira (19), além das expectativas de dividendos mais gordos e revisão no payout, ficou evidente que a holding está negociando atualmente com um desconto de 21%, levando em conta o seu portfólio de companhias.

"Embora não cubramos oficialmente as ações, saímos da reunião mais confiantes de que o desconto da Itaúsa (atualmente em 21%) tem boas chances de diminuir nos próximos meses", comentam os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel, Thiago Paura e Bruno Lima, em relatório.

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Desconto nos negócios e dividendos

A diretora financeira da Itaúsa revelou ao BTG Pactual nesta semana que, na verdade, o desconto da holding deveria ser "apenas" de 7% a 8%, refletindo apenas a ineficiência tributária mais os custos gerais e administrativos para manter as operações da holding.  

🔎 Segundo a executiva, existe atualmente uma ineficiência fiscal devido aos impostos federais PIS/Cofins incidentes sobre os dividendos recebidos do Itaú (ITUB4), na forma de juros sobre o capital próprio, o qual é o carro-chefe para a distribuição de proventos da holding.

"Em tese, se a reforma tributária for aprovada no Congresso Nacional conforme está redigida, essa ineficiência tributária terminaria em 2027 (imediatamente, sem qualquer implementação gradual), com isenção de impostos sobre JCP recebidos", destaca o quarteto de analistas.

Dessa maneira, a diretoria da Itaúsa acredita que este desconto de 21% no valor de mercado da holding poderá diminuir à medida que o mercado começar a perceber os benefícios da reforma fiscal, particularmente com as alterações do IVA.

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Como ficam os dividendos da Itaúsa no futuro?

Barsi afirmou em entrevistas à mídia que havia vendido todas as suas ações da Itaúsa porque a holding estaria direcionando recursos para novos investimentos pouco rentáveis, definhando os dividendos

Agora, em 2024, a gestão da Itaúsa se esforça para fornecer mais informações sobre os seus outros investimentos, especialmente aqueles em empresas privadas.

🤑 "Eles acreditam que esta transparência poderia ajudar o mercado a reconhecer que o atual desconto de holding é ainda maior, na prática. Além disso, há potencial para o Itaú pagar dividendos mais elevados no futuro", pontua o BTG.

Isso porque a Itaúsa ostenta um forte nível de capital, que seria integralmente repassado aos acionistas (assumindo que a holding mantenha sua política atual de distribuir 100% dos dividendos que recebe do Itaú).

Dessa maneira, o BTG Pactual tem a percepção de que o atual rendimento de dividendos (dividend yield) de 8,6% no primeiro semestre de 2024 deve alcançar níveis ainda mais elevados nos próximos meses.

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Vale a pena investir?

Apesar de não cobrir “oficialmente” as ações da Itaúsa, o BTG Pactual considera que ela é negociada com desconto excessivo.

Conforme seu último preço de fechamento, a Itaúsa tem um valor de mercado de R$ 115 bilhões, enquanto sua participação somente no Itaú (assumindo os últimos preços de fechamento) totaliza R$ 134 bilhões.

Isto implica uma avaliação negativa de R$ 19 bilhões para o restante de seu portfólio (Alpargatas, Dexco, Aegea, Copa Energia, NTS e CCR), o que parece injusto dada a sua qualidade e relevância.

Por exemplo, Copa Energia e Aegea, as posições da holding no setor de infraestrutura e saneamento, continuam registrados pelo valor contábil, ou seja, o desconto seria ainda maior quando considerado o valor justo.

📊 Com base no último preço de fechamento de R$ 11,10 por ação preferencial, o desconto de holding está acima de 20%, o que deverá diminuir devido aos potenciais impactos positivos da reforma do imposto sobre consumo. 

Uma consulta feita no Investidor10 nesta data aponta que, se você tivesse investido R$ 1.000,00 em Itaúsa (ITSA4) há 10 anos, hoje você teria R$ 4.616,60, já considerando o reinvestimento dos dividendos. Em comparação, o retorno do Ibovespa no período foi de apenas R$ 2.309,30.

ITSA4

ITAUSA
Cotação

R$ 10,40

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DY

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P/VP

1,24