XP (XPBR31) eleva o tom contra Grizzly Research: "Casa com credibilidade duvidosa"

Acusada de pirâmide financeira, a XP também explicou modo de funcionamento dos fundos citados no relatório da consultoria americana.

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Publicado em 17/03/2025 às 08:28h - Atualizado Agora Publicado em 17/03/2025 às 08:28h Atualizado Agora por Marina Barbosa
XP disse que seu modelo de negócio é sólido e sustentável (Imagem: Shutterstock)
XP disse que seu modelo de negócio é sólido e sustentável (Imagem: Shutterstock)

A XP (XPBR31) publicou um comunicado no domingo (16) rebatendo mais uma vez as acusações de pirâmide financeira feitas pela consultoria americana Grizzly Research.

🔎 Relatório da Grizzly Research diz que a XP estaria operando um "esquema Ponzi massivo facilitado por certas vendas de derivativos para clientes de varejo". A fraude ocorreria a partir dos fundos Gladius e Coliseu e da venda de COEs (Certificados de Operações Estruturadas).

A XP já havia classificado essas informações como "falsas, incorretas e imprecisas", dizendo que segue as normas e legislações aplicáveis no Brasil e nos Estados Unidos e conta com auditorias regulares de "instituições independentes de primeira linha".

A corretora também já havia ameaçado processar a Grizzly Research na última quarta-feira (12). Contudo, endureceu o tom em comunicado publicado nesse domingo (16).

🗣️ "A tentativa mais recente de fake news contra a XP, no dia 12 de março, veio camuflada de um relatório recheado de informações falsas e distorcidas, assinado por uma casa de análise pequena e desconhecida, com credibilidade duvidosa e envolvida em polêmicas anteriores", disparou a XP.

A companhia brasileira, que viu suas ações caírem mais de 9% em Nova York depois da publicação do relatório da Grixxly Research, disse ainda que "essas casas lucram derrubando os preços das ações e títulos das empresas que supostamente analisam".

"Agentes que espalham fake news com o objetivo de atacar a XP, em sua maioria, possuem algum nível material de conflito de interesse. Mas a maior consequência deste tipo de desinformação e a decorrente guerra de narrativas nas redes sociais é o prejuízo ao cliente final", declarou.

Os fundos Gladius e Coliseu

No novo comunicado, a XP também tentou explicar o modo de funcionamento dos fundos Gladius e Coliseu, citados no relatório da Grizzly Research. De acordo com a companhia, os fundos são veículos exclusivos da sua tesouraria e têm a XP como a única cotista.

💲 "Eles não captam recursos de clientes, tampouco dependem da entrada de novos participantes para manter suas operações ou compor seu patrimônio líquido e, portanto, sua estrutura de rentabilidade não pode ser comparada com fundos de investimento que são distribuídos abertamente no mercado", afirmou.

Como a Grizzly Research ressaltou que o fundo Gladius teve um retorno de 2.419% nos últimos 5 anos com baixa volatilidade, a XP disse ainda que o resultado dessas carteiras é fruto da sua atuação "em diversos mercados e instrumentos nos quais a companhia tem uma participação significativa, especialmente, a remuneração por serviços de formação de mercado e liquidez em diversos segmentos da indústria financeira, cobrindo tanto investidores do varejo, quanto clientes corporativos e institucionais".

"Os veículos são essenciais para gerenciar o risco de mercado e liquidez dessas atividades e são capitalizados através de carteiras não-residentes da XP Inc.", afirmou, dizendo que "esses serviços desempenham uma função importante no mercado brasileiro, permitindo que operações sejam realizadas com mais eficiência e liquidez".

Leia também: O que é a Grizzly Research?

Sobre os COEs, a XP disse que esse instrumento representa "apenas uma pequena fração das carteiras dos clientes" e, portanto, dos seus resultados. A participação é estimada em cerca de 3%. Contudo, vale ressaltar que a XP tem 23% de market share nesse mercado no Brasil: dos R$ 40 bilhões em COEs emitidos no país em 2024, a XP participou com R$ 8,5 bilhões.

A XP acrescentou, então, que "os custos dos COEs são similares a outros produtos compatíveis no mercado (entre 0,7% e 1,0% ao ano)" e que "todas as informações sobre taxas e condições são apresentadas de forma clara e transparente". A casa ainda destacou o retorno dos seus COEs:

"Nos últimos 3 anos, aproximadamente 80% dos clientes que adquiriram COEs, têm performance acima de 100% do CDI, com rentabilidade média de 111% do CDI. Para além dos retornos do produto, parte significativa dos COEs tem principal garantido, o que oferece proteção ao investidor caso o ativo de referência tenha uma performance negativa".

Medidas legais

A XP concluiu dizendo que o seu modelo de negócios "é um dos mais sólidos e sustentáveis do país, oferecendo uma proposta única aos investidores, com uma das menores alavancagens do mercado e o melhor índice de eficiência dentre as principais instituições financeiras que operam no Brasil".

Diante isso, afirmou que "vai continuar prestando o seu serviço de qualidade para o investidor brasileiro" e voltou a dizer que vai levar à Justiça as acusações feitas pela Grizzly Research:

"XP vai reagir com energia contra mais essa fake news, com todo um arsenal de medidas legais, como já fez no passado contra esse mesmo tipo de acusação inverídica. A XP já foi alvo de ataques similares, inclusive com tentativas de ações coletivas. A companhia não fez qualquer acordo para encerrar tais ações e obteve êxito em todas as decisões na Justiça americana".

XPBR31

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