Raízen (RAIZ4) deixará de produzir etanol de 2ª geração em Piracicaba

Após quase 10 anos de operação, planta de E2G será transformada em unidade de testes e desenvolvimento.

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Publicado em 17/01/2025 às 20:35h - Atualizado 4 minutos atrás Publicado em 17/01/2025 às 20:35h Atualizado 4 minutos atrás por Marina Barbosa
Ainda assim, a Raízen mantém aposta no etanol de segunda geração (Imagem: Shutterstock)
Ainda assim, a Raízen mantém aposta no etanol de segunda geração (Imagem: Shutterstock)

A Raízen (RAIZ4) decidiu descontinuar a produção de E2G (etanol de segunda geração) em Piracicaba, São Paulo. Segundo a empresa, a planta instalada no local passará a realizar apenas testes e futuros desenvolvimentos do biocombustível.

A planta de etanol de segunda geração localizada no Parque de Bioenergia da Costa Pinto, em Piracicaba, foi a primeira da Raízen focada nesse biocombustível. A unidade estava em operação desde a safra 2014/2015 e permitiu que a companhia atuasse de forma pioneira na fabricação e comercialização do E2G.

Após quase dez anos de atuação, no entanto, a unidade "terá sua operação recorrente descontinuada e passará a operar como uma unidade dedicada a testes e futuros desenvolvimentos do biocombustível".

A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (17) e vale a partir da próxima safra, com início em 1º de abril de 2025. Em comunicado, a Raízen destacou, por sua vez, que continuará operando no mercado de E2G. 

Segundo a empresa, a planta de Piracicaba "passou por diversas transformações para aprimoramento e desenvolvimento da tecnologia de produção de E2G". Com isso, essa tecnologia pôde ser replicada em escala comercial na planta de Guariba (SP), inaugurada em maio do ano passado como a maior planta de etanol celulósico do mundo, e também em outras plantas que ainda vão entrar em operação.

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Produção em alta

📈 A Raízen praticamente dobrou a produção de E2G nos seis primeiros meses da safra 2024/2025, alcançando uma produção de 31,2 milhões de litros do biocombustível entre abril e setembro de 2024. Além disso, pretende colocar mais duas plantas de E2G em operação em breve e tem outras cinco em construção.

No início deste ano, a companhia ainda obteve um financiamento de R$ 1 bilhão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para construir outra unidade voltada ao E2G em Andradina (SP), com capacidade instalada de produção de até 82 milhões de litros por ano.

O E2G utiliza o bagaço proveniente da produção de açúcar e etanol comum para a produção de mais etanol. "Esse reaproveitamento proporciona um aumento em até 50% na produção sem aumento de área plantada. Ainda, esse biocombustível avançado apresenta um índice de 30% menor de emissão de gases do efeito estufa, se comparado ao etanol", diz a empresa.