Pacheco apresenta projeto que pode levar à federalização de Cemig e Copasa

Projeto propõe que estados reduzam dívida com a União por meio da federalização de estatais.

Author
Publicado em 09/07/2024 às 18:29h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 09/07/2024 às 18:29h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Pacheco quer votar projeto ainda em julho (Geraldo Magela/Agência Senado)
Pacheco quer votar projeto ainda em julho (Geraldo Magela/Agência Senado)

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentou nesta terça-feira (9) um projeto de lei complementar sobre a renegociação das dívidas dos estados com a União. O texto propõe, entre outras coisas, que os estados abatam a dívida por meio da federalização de empresas estatais.

💵 Segundo o Senado, os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal têm uma dívida de aproximadamente R$ 764,9 bilhões com a União. O projeto de Pacheco nasceu, contudo, diante das negociações em torno da dívida de Minas Gerais, que já chega a R$ 160 bilhões.

Para ajudar Minas Gerais a renegociar essa dívida, Pacheco propôs que o estado possa entregar ativos como recebíveis, créditos judiciais e até participações acionárias em empresas como uma forma de reduzir a dívida com a União. A proposta poderia, então, levar à federalização da Copasa (CSMG3) e Cemig (CMIG4).

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), já demonstrou apoio à proposta. Em entrevista publicada pelo "Estado de Minas" nesta terça-feira (9), por exemplo, ele disse que, juntas, Cemig, Copasa e Codemig podem valer mais de R$ 60 bilhões. Logo, as empresas permitiriam um abatimento importante da dívida mineira.

"Se houver uma avaliação justa do valor das empresas e a concessão de descontos no valor total da amortização para federalização desses ativos, poderíamos ter sim um grande avanço no controle da dívida do Estado", disse Zema, ao "Estado de Minas".

Leia também: Vale (VALE3): CEOs da Embraer e Gerdau são cotados para assumir presidência

O que diz o projeto

💲 O projeto de lei complementar apresentado por Pacheco nesta terça-feira (9) reforça que eventuais transferências de ativos devem ser realizadas com base em "valor justo, levando em conta a conveniência e oportunidade da operação, tanto para a União quanto para o Estado".

Ainda de acordo com o texto, para que isso aconteça, o estado deve comunicar formalmente à União a intenção de transferência do ativo, propondo as condições da operação e o valor do ativo. Depois disso, as partes teriam 120 dias para tentar chegar a um acordo.

O projeto ainda propõe que parte dos juros pagos pelos estados sejam revertidos em investimentos no próprio estado. O presidente do Senado destacou, contudo, que o texto é apenas um "ponto inicial" e que ainda deve receber sugestões dos parlamentares, dos estados e do Ministério da Fazenda.

Ainda assim, Pacheco pretende votar o projeto no plenário do Senado antes do recesso parlamentar, que já começa no próximo dia 18 de julho.