JPMorgan reduz projeção para o Ibovespa em 5%, mas destaca oportunidades; veja as ações

Apesar do otimismo, o JPMorgan revisou sua projeção para o índice Ibovespa, reduzindo-a em cerca de 5%.

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Publicado em 25/06/2024 às 16:26h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 25/06/2024 às 16:26h Atualizado 1 mês atrás por Matheus Rodrigues
Imagem: Shutterstock.
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💲 A equipe de estratégia do JPMorgan mantém uma postura otimista para o mercado de ações na América Latina no segundo semestre de 2024, destacando o Brasil e o Chile como os países com maior potencial de crescimento.

O banco recomenda uma exposição acima da média (overweight) para esses países, enquanto mantém uma posição neutra para o México e abaixo da média (underweight) para Colômbia e Peru.

Em termos setoriais, a recomendação é de exposição acima da média para os setores imobiliário, financeiro, industrial e de consumo básico, e abaixo da média para energia, telecomunicações e tecnologia da informação.

Apesar do otimismo, o JPMorgan revisou sua projeção para o índice Ibovespa, reduzindo-a em cerca de 5%, refletindo uma deterioração nas expectativas devido a fatores como o cenário fiscal e a pausa no ciclo de flexibilização monetária.

A nova projeção para o final do ano coloca o Ibovespa em 135 mil pontos, com cenários alternativos prevendo uma alta para 140,5 mil pontos ou uma queda para 113.700 pontos.

O banco acredita que as ações brasileiras estão subvalorizadas, negociando a 7,4 vezes o múltiplo de preço sobre lucro, comparado a uma média de 10,7 vezes nos últimos dez anos, e com um desconto de 40% em relação a outros mercados emergentes.

Segundo o JPMorgan, o Brasil continua sendo a melhor opção na América Latina, com potencial de atração de fluxos de capital, especialmente se o cenário externo se estabilizar.

Perspectivas para o Segundo Semestre

Emy Shayo e sua equipe de estrategistas no JPMorgan preveem um cenário global mais favorável para a América Latina no segundo semestre de 2024.

Espera-se que um corte de juros pelo Federal Reserve em novembro, seguido por cortes trimestrais em 2025, beneficie os mercados da região.

Além disso, a recuperação dos índices de gerentes de compras (PMI) globais deve contribuir para um desempenho melhor, com valuations ainda atrativos.

Os economistas do banco projetam que o PIB da América Latina cresça 2,3% em 2025, superando os 1,4% esperados para 2024.

Este crescimento é destacado como o mais rápido entre as regiões globais, exceto a Europa Ocidental.

Em contraste, o PIB dos países desenvolvidos deve desacelerar de 2,6% para 2,3%, liderado pelos EUA, e o dos mercados emergentes de 4,2% para 3,6%.

Desempenho Regional

O índice MSCI LatAm apresentou o pior desempenho acumulado no ano, com uma queda de 18%, enquanto os mercados dos EUA registraram um desempenho positivo.

A desvalorização cambial no Brasil e no México, juntamente com juros elevados, contribuíram para a fraqueza dos índices.

Apesar desse cenário, o JPMorgan acredita que esses mercados podem recuperar-se no segundo semestre, aproximando seus índices locais dos níveis de início de 2024.

A recuperação dos países andinos, ajudada pela flexibilização da política monetária e pelo crescimento econômico, deve superar a dos dois maiores países da região.

Oportunidades para o segundo semestre

📊 Para navegar nesse cenário, a equipe do JPMorgan recomenda foco em setores específicos e ações com potencial de geração de lucros.

Entre as principais escolhas estão empresas com receitas em dólares ou orientadas para exportação, como Suzano (SUZB3), Vale (VALE3), PRIO (PRIO3), Embraer (EMBR3), Cemex e BRF (BRFS3).

Além disso, ações com valuations atrativos e forte poder de geração de lucros, como Itaú (ITUB4), Santos Brasil (STBP3), Natura (NTCO3), Marcopolo (POMO4), Energisa (ENGI11) e Arcos Dorados, são destacadas.

Perspectivas para o Brasil

O Brasil é beneficiado por duas frentes globais: a política do Fed e a demanda chinesa por commodities.

Internamente, a expectativa é que mudanças na trajetória orçamentária e na transição do Banco Central possam melhorar o sentimento do mercado.

O país apresenta um cenário de crescimento econômico sólido, baixo desemprego, inflação estável e contas externas equilibradas.

Os analistas do JPMorgan acreditam que, apesar das incertezas, o Brasil continua sendo uma das melhores opções de investimento na América Latina, especialmente para aqueles que buscam exposição a mercados emergentes com potencial de valorização.