Fim da novela? BRB abandona disputa após compra do Banco Master ser vetada
Fontes próximas ao banco afirmam que a avaliação interna é de que ajustes no formato do negócio não seriam suficientes.
🚨 O Banco de Brasília – BRB (BSLI4) decidiu encerrar a disputa com o Banco Central (BC) e não irá recorrer da decisão que vetou a aquisição do Banco Master, anunciada em março deste ano.
Fontes próximas ao banco afirmam que a avaliação interna é de que ajustes no formato do negócio não seriam suficientes para mudar o entendimento do regulador.
A desistência marca um desfecho importante em uma negociação que vinha sendo acompanhada de perto pelo mercado financeiro.
A operação, que poderia movimentar cerca de R$ 2 bilhões, foi considerada inviável após cinco meses de análise do BC.
Última tentativa frustrada
Na quarta-feira (3), poucas horas antes do anúncio oficial do veto, o BRB fez uma última tentativa junto ao Banco Central.
O banco enviou um ofício em que se mostrava disposto a reestruturar o acordo e atender a qualquer nova exigência ou ponto de atenção levantado pelo regulador.
O esforço, porém, não surtiu efeito. Na mesma noite, o BC comunicou formalmente que a operação havia sido rejeitada. Questionados, tanto o BRB quanto o Banco Central optaram por não se manifestar publicamente sobre o caso.
➡️ Leia mais: Banco Master deve receber nova proposta de compra após veto do BC; veja de quem
Motivos do veto
Embora o BC não tenha divulgado oficialmente todos os detalhes, pessoas ligadas ao processo afirmam que a negativa se baseou em quatro pontos principais:
- Risco de sucessão, ou seja, a possibilidade de problemas do Master contaminarem o BRB;
- Preocupações com a qualidade dos ativos do Master, grande parte deles considerados de difícil liquidez;
- Questões na forma da proposta, que não atenderiam integralmente às exigências do regulador;
- Achados da auditoria feita pelo próprio BRB sobre a situação financeira do Master.
O histórico recente do banco privado pesou contra a aprovação. O Banco Master cresceu rapidamente nos últimos anos com um modelo considerado arriscado: oferecia CDBs com rentabilidade muito superior à média de mercado, atraindo investidores, mas alocava boa parte dos recursos captados em precatórios, direitos creditórios e ações de empresas em dificuldades financeiras.
Risco de intervenção e liquidação
Com o veto, aumenta a possibilidade de o Banco Master passar por intervenção ou até mesmo liquidação.
Na intervenção, o banco seguiria operando, mas sob gestão de um administrador indicado pelo BC. Já na liquidação, a instituição seria fechada e seus ativos colocados à venda.
O BRB, por sua vez, não considera participar de uma eventual liquidação, pois seu interesse era restrito à operação bancária saudável do Master, e não ao conjunto dos ativos.
Quando foi anunciada, em março, a negociação previa a incorporação de cerca de R$ 48 bilhões em ativos do Banco Master. Entretanto, após análises internas, o BRB reduziu o escopo da compra para R$ 23,9 bilhões, praticamente a metade.
Esse encolhimento foi interpretado no mercado como um sinal de fragilidade da operação, já que grande parte dos ativos inicialmente previstos foi descartada pelo próprio BRB após avaliação de riscos.
Ainda assim, o acordo previa a aquisição de 49% das ações ordinárias (com direito a voto) e 100% das ações preferenciais (sem direito a voto) do Master, o que daria ao BRB uma participação de 58% no capital total.
➡️ Leia mais: Trump prepara sanções contra o Banco do Brasil (BBAS3), diz jornal
Desdobramentos e cenário futuro
A desistência do recurso encerra uma tentativa polêmica, vista por analistas como um socorro disfarçado ao Banco Master, por meio de um banco estatal.
O episódio expôs fragilidades do modelo de negócios do Master e levantou questionamentos sobre os critérios de crescimento adotados nos últimos anos.
📊 Para o BRB, o recuo representa uma forma de preservar sua imagem e evitar riscos de contaminação. No entanto, a instituição ainda avalia se há espaço para apresentar novas propostas em outros formatos, caso o Banco Central considere alternativas no futuro.
BSLI4
BRBR$ 7,25
-13,42 %
6,56 %
6.27%
5,47
0,88
BRB (BSLI4): Fitch alerta para "risco de falha" após caso Master
A Fitch rebaixou os ratings do Banco de Brasília, devido aos riscos deflagrados pelo caso Master.
BRB (BSLI4) diz que já recuperou R$ 10 bi das carteiras com o Master
O BRB chegou a investir mais de R$ 12 bilhões no Master, em operações com indícios de fraude.
BRB (BSLI4) troca mais uma vez de comando, após operação da PF
O governador do DF indicou dois nomes diferentes para a presidência do BRB após a operação.
BRB (BSLI4): Auditoria externa vai apurar indícios de fraudes citados pela PF
O BRB foi alvo da operação da PF que levou à prisão do presidente do Banco Master.
BRB – Banco de Brasília (BSLI4) está sob nova direção; saiba quem
Estatal está no olho do furacão diante de fraude bilionária junto ao Banco Master, apontada pela Polícia Federal.
PF vê fraude de R$ 12 bilhões entre Master e BRB; venda é suspensa após liquidação
Investigação cita falsificações “grosseiras” em contratos, enquanto a Fictor recua após a intervenção do BC.
Presidente e CFO do BRB (BSLI4) são afastados pela Justiça
Este é um desdobramento da operação da PF que levou à prisão do presidente do Banco Master.
LCAs e LCIs a 92% do CDI: Saiba o retorno da renda fixa isenta no seu bolso
Investidor10 aponta o quanto os investimentos isentos pagam em tempos de taxa Selic a 15% ao ano.