Dólar e Ibovespa fecham em queda, após eleição de Trump

A moeda americana chegou a saltar mais de 2% no início da sessão, mas fechou em baixa de 1,26%.

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Publicado em 06/11/2024 às 18:22h - Atualizado 16 dias atrás Publicado em 06/11/2024 às 18:22h Atualizado 16 dias atrás por Marina Barbosa
Dólar bateu R$ 5,86, mas fechou cotado a R$ 5,67 (Imagem: Shutterstock)
Dólar bateu R$ 5,86, mas fechou cotado a R$ 5,67 (Imagem: Shutterstock)

A eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos levou volatilidade a mercados emergentes como o Brasil nesta quarta-feira (6).

📉 O Ibovespa chegou a cair mais de 1% e a tocar nos 128 mil pontos no início da sessão. Contudo, terminou o dia com uma leve queda de 0,24%, aos 130.340 pontos.

💵 Já o dólar abriu subindo mais de 2%, mas inverteu o sinal e fechou com uma queda de 1,26%, cotado a R$ 5,67. É o menor patamar em cerca de duas semanas.

A máxima da moeda no dia foi de R$ 5,86, embora o Google tenha mostrado erroneamente uma cotação superior a R$ 6,15 no início da tarde. Veja aqui a explicação da big tech.

Na avaliação do mercado, as políticas econômicas defendidas por Donald Trump vão fortalecer o dólar, o que é prejudicial para a economia e para muitas empresas brasileiras.

Leia também: Quais ações brasileiras ganham e perdem com a eleição de Trump?

Contudo, o clima no mercado melhorou ao longo dia, na medida em que os investidores voltavam as atenções para o cenário doméstico.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que todos os ministros estão "muito conscientes" da tarefa de reforçar o arcabouço fiscal. "Penso que há um consenso", declarou.

Haddad indicou, então, que a discussão ministerial sobre o corte de gastos prometido pelo governo está concluída. O próximo passo deve ser a discussão das medidas com o Congresso Nacional.

Além da definição sobre o ajuste fiscal, o mercado aguarda a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária). A expectativa é de que a taxa Selic suba dos atuais 10,75% para 11,25% nesta quarta-feira (6).

EUA

Já nos Estados Unidos, as bolsas dispararam e renovaram suas máximas históricas na esteira da eleição de Trump.

A expectativa é de que o republicano corte impostos corporativos e reduza as exigências regulatórias das empresas. Por isso, as ações de bancos e empresas de tecnologia avançaram.

Destaque para os papeis da Tesla (TSLA) e da Trump Media (DJT), que saltaram mais de 14% e 6%, respectivamente.

Veja o fechamento das bolsas americanas:

  • Dow Jones: 3,57%;
  • S&P 500: 2,53%;
  • Nasdaq: 2,95%.

Baixas

A Vale (VALE3) fechou em queda de 1,13%, com os investidores avaliando que as tarifas de importação prometidas por Trump devem prejudicar as exportações de mineradoras e siderúrgicas brasileiras. Já a CSN (CSNA3) recuou 3,01%.

Varejistas também pode ser afetados pelo programa do republicano, já que a perspectiva é de dólar alto, o que pode pressionar a inflação e os juros no Brasil. Diante disso, o Carrefour (CRFB3) recuou 3,63% e o Magazine Luiza (MGLU3) perdeu 2,51%.

Veja outras baixas do dia:

Altas

Por outro lado, a Gerdau (GGBR4) disparou 9,61% na esteira da apresentação dos resultados do terceiro trimestre. A Metalúrgica Gerdau (GOAU4) saltou 9,15%.

O lucro da Gerdau recuou no trimestre, mas a companhia também mostrou redução de custos e aprovou dividendos milionários. Além disso, indicou que a vitória de Trump pode favorecer as suas operações americanas.

A SLC Agrícola (SLCE3) também pode se beneficiar da eleição de Trump, caso a China substitua grãos americanos por brasileiros. Por isso, ganhou 3,23%.

Destaque ainda para a Odontoprev (ODPV3), que avançou 5,62% depois de ampliar o lucro do terceiro trimestre em 14,9% e dizer que todo o resultado será distribuído aos acionistas.

Veja outras altas do dia: