Copom reduz taxa Selic para 11,25% e prevê novos cortes de 0,5 p.p.

Este foi o quinto corte consecutivo de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros da economia brasileira

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Publicado em 31/01/2024 às 18:38h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 31/01/2024 às 18:38h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Sede do Banco Central, em Brasília (Shutterstock)
Sede do Banco Central, em Brasília (Shutterstock)

O Copom (Comitê de Política Monetária) cortou a taxa básica de juros da economia brasileira de 11,75% para 11,25% ao ano nesta quarta-feira (31). Com isso, a taxa Selic atingiu o menor patamar desde março de 2022.

📉 O corte de 0,5 ponto percentual era esperado pelo mercado e representa a quinta redução consecutiva da Selic. A taxa básica de juros atingiu 13,75% em agosto de 2022, mas vem caindo desde agosto de 2023 em meio à desaceleração da inflação.

Para o Copom, o novo corte da Selic é "compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau maior, o de 2025".

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Depois de dois anos acima do teto da meta perseguida pelo BC (Banco Central), a inflação oficial brasileira subiu 4,62% em 2023 e ficou dentro do limite da meta, que era de 3,25%, com um intervalo de tolerância de 1,75% a 4,75%. 

O mercado espera que a inflação suba 3,81% em 2024. Já para 2025, a previsão é de 3,5%, segundo o Boletim Focus. A meta de inflação, por sua vez, agora é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Copom prevê novos cortes de 0,5 p.p. 

Além de cortar a Selic para 11,25%, o Copom antevê novos cortes de 0,5 ponto percentual no comunicado publicado após a reunião desta quarta-feira (31).

"Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", diz o texto.

🏦 O presidente do BC, Roberto Campos Neto, já disse anteriormente que o termo "próximas reuniões" se refere aos próximos dois encontros do Copom. Novos cortes de 0,5 ponto percentual podem ser esperados, portanto, em março e maio e levariam a Selic para 10,25%. O mercado acredita que a taxa básica de juros deve encerrar 2024 aos 9%

O Copom disse, no comunicado desta quarta-feira (31), que o tamanho total do ciclo de corte de juros "dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos".

Na avaliação do comitê, é preciso "perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas". 

"A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária", diz o comunicado.

Riscos à inflação

Na avaliação do Copom, a inflação brasileira tem se aproximado da meta, mas o cenário externo segue volátil e exige cautela na condução da política monetária.

Diante desse cenário, o Copom vê riscos de alta e baixa da inflação. Veja os riscos de alta apontados pelo comitê:

  • uma maior persistência das pressões inflacionárias globais;
  • uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado.

E os riscos de baixa:

  • uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; 
  • os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.

Além disso, o Copom voltou a ressaltar a "importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária".

O governo tem uma meta fiscal de déficit zero para 2024, mas o mercado acredita que as contas públicas podem terminar o ano no vermelho mais uma vez e acompanham com cautela os programas governamentais que impactam os gastos públicos.

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