Casas Bahia (BHIA3) deve ganhar um novo controlador, conheça

Mapa Capital negocia a aquisição do controle da varejista com Bradesco e Banco do Brasil.

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Publicado em 27/06/2025 às 12:49h - Atualizado Agora Publicado em 27/06/2025 às 12:49h Atualizado Agora por Marina Barbosa
Casas Bahia pretende reduzir alavancagem pela metade com operação (Imagem: Shutterstock)
Casas Bahia pretende reduzir alavancagem pela metade com operação (Imagem: Shutterstock)

O processo de reestruturação de dívidas da Casas Bahia (BHIA) deve resultar na transferência do controle da varejista para a Mapa Capital.

A Mapa Capital é uma empresa de gestão de participações e soluções de capital fundada pelos ex-executivos do Itaú BBA André Helmesteir e Fernando Beda e pelo CEO da Plascar (PLAS3), Paulo Silvestri.

A empresa já atuou na reestruturação de dívidas de empresas como America Net e Armco e prestou assessoria financeira para companhias como Sky e Prumo Logística. Agora, fez um acordo com Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) que deve lhe render o controle da Casas Bahia.

A Casas Bahia anunciou no início de junho um acordo com os seus principais bancos credores para a conversão antecipada de US$ 1,5 bilhão em debêntures em ações da companhia. Ao todo, 328,9 milhões de novas ações devem ser emitidas na operação, o que representaria uma fatia de 77,58% da empresa.

Bradesco e Banco do Brasil, por sua vez, estão negociando a transferência dessas debêntures para a Mapa Capital. Por isso, assinaram um Memorando de Entendimentos não vinculante sobre o assunto.

Em fato relevante publicado nesta sexta-feira (27), a Casas Bahia informou que o Grupo Mapa já demonstrou a intenção de realizar a conversão dessas debêntures em ações ordinárias de emissão da companhia após a transferência.

A operação depende aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), pois, conforme observado pela Casas Bahia, resultaria na "aquisição de participação majoritária pelo Grupo Mapa na Companhia".

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Cronograma

A Casas Bahia espera concluir a conversão das debêntures em ações até o final de agosto deste ano.

Contudo, a varejista fez um acordo com Bradesco e Banco do Brasil para que a venda desses papeis seja feita de forma escalonada, dentro de um cronograma de lock-up predeterminado, para não provocar uma pressão repentina no preço das ações.

Dessa forma, os bancos poderão vender 10% das novas ações já no trimestre da conversão, outros 15% no trimestre seguinte e assim sucessivamente, sempre com percentuais maiores. Todas as ações devem estar disponíveis para negociação dentro de 16 meses.

A conversão das debêntures em ações visa reduzir pela metade a alavancagem da Casas Bahia, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda. O indicador estava em 1,6x ao final do primeiro trimestre, mas deve cair para 0,8x após a conversão das debêntures, segundo a varejista.

A operação, no entanto, deve levar não apenas à mudança do controle da companhia, como à diluição de até 78% da participação dos demais acionistas.

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