Casas Bahia (BHIA3) corre para aprovar ‘Poison Pill’ e evitar aquisições hostis

O mecanismo de "poison pill", amplamente utilizado por empresas listadas na bolsa, é um dispositivo de proteção que obriga o lançamento de uma OPA.

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Publicado em 31/03/2025 às 18:56h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 31/03/2025 às 18:56h Atualizado 1 dia atrás por Matheus Silva
A estratégia também é empregada para evitar aquisições hostis (Imagem: Shutterstock)
A estratégia também é empregada para evitar aquisições hostis (Imagem: Shutterstock)

🚨 A varejista Casas Bahia (BHIA3) anunciou no último domingo (30), uma proposta de alteração estatutária com o objetivo de implementar o mecanismo conhecido como "poison pill".

A iniciativa busca proteger a estrutura de governança corporativa da companhia e assegurar que eventuais tentativas de aquisição sejam realizadas de maneira justa e transparente, garantindo igualdade de tratamento para todos os acionistas.

O que é o Poison Pill e o objetivo da Casas Bahia?

O mecanismo de "poison pill", amplamente utilizado por empresas listadas na bolsa, é um dispositivo de proteção que obriga o lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) caso um investidor adquira participação igual ou superior a 20% das ações emitidas pela companhia.

Essa estratégia é empregada para evitar aquisições hostis, preservando o controle estratégico da empresa e garantindo que decisões importantes sejam tomadas com o devido respaldo dos acionistas.

No caso da Casas Bahia, que possui aproximadamente 75% de seu capital em free float na B3 (B3SA3) e não conta com um acionista controlador definido, a adoção desse mecanismo é vista como um aprimoramento relevante em termos de governança corporativa.

Motivação e benefícios da proposta

Segundo a administração da empresa, o modelo de "true corporation" adotado pela Casas Bahia proporciona vantagens significativas, como independência na composição do conselho de administração e redução de conflitos de interesse.

A proposta do "poison pill" visa fortalecer esses pilares de governança, assegurando que qualquer tentativa de aquisição ocorra de forma transparente e equitativa.

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Em comunicado oficial, a companhia destacou que o mecanismo pretende garantir condições adequadas para todos os acionistas, evitando que ofertas desproporcionais prejudiquem o valor justo das ações.

Além disso, a iniciativa busca consolidar um ambiente mais seguro para investidores institucionais e minoritários, promovendo um relacionamento de longo prazo e valorização sustentável.

Critérios da Oferta Pública de Aquisição (OPA)

A proposta apresentada pela Casas Bahia inclui critérios rigorosos para determinar o preço mínimo da OPA, de forma a proteger os interesses dos acionistas.

O valor deve ser calculado considerando o maior resultado entre:

  • 125% do valor justo da companhia, conforme avaliação independente.
  • 125% do preço de emissão das ações no último aumento de capital.
  • 150% do maior preço por ação pago pelo investidor relevante antes da OPA.
  • 150% da maior cotação de fechamento das ações nos últimos 12 meses anteriores à aquisição relevante.

A deliberação sobre a proposta ocorrerá na Assembleia Geral Extraordinária (AGE), marcada para o dia 30 de abril. A expectativa é que a medida, se aprovada, reforce a governança e traga mais clareza para os investidores.

Desde o anúncio da proposta de "poison pill", as ações da Casas Bahia têm demonstrado volatilidade significativa.

No pregão de 31 de março, os papéis encerraram o dia cotados a R$ 8,99, registrando uma queda expressiva de 12,89%.

📈 Contudo, em março, houve uma valorização impressionante de 289%, atribuída em grande parte a um possível fenômeno de short squeeze.

BHIA3

CASAS BAHIA
Cotação

R$ 9,30

Variação (12M)

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DY

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