Americanas (AMER3) convoca AGE para decidir processo contra acusados de fraude
A descoberta da fraude ocorreu em janeiro de 2023, quando a Americanas revelou um rombo de cerca de R$ 20 bilhões em suas contas.

🚨 A Americanas (AMER3), em processo de recuperação judicial, agendou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para o dia 11 de dezembro, com o objetivo de discutir uma ação de responsabilidade civil contra antigos executivos da empresa, envolvidos em uma fraude contábil que impactou significativamente o balanço financeiro da varejista.
A proposta inclui o processamento de Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, os quais foram indicados como responsáveis por prejuízos que somam cerca de R$ 25,7 bilhões.
A fraude que desestabilizou a Americanas
A descoberta da fraude ocorreu em janeiro de 2023, quando a Americanas revelou um rombo financeiro de cerca de R$ 20 bilhões em suas contas.
Na ocasião, o CEO recém-nomeado, Sergio Rial, e o CFO André Covre, anunciaram suas renúncias, ampliando o impacto negativo da situação.
A partir desse momento, as ações da empresa sofreram uma desvalorização de 77%, e a companhia, em uma tentativa de reorganizar suas finanças, entrou com pedido de recuperação judicial no dia 19 de janeiro.
Esse movimento acarretou sua exclusão de diversos índices da B3 (B3SA3), levando-a a se tornar uma penny stock, com o valor das ações reduzido a R$ 0,79 em um momento crítico do ano passado.
Para enfrentar a grave crise, a Americanas aprovou em maio um grupamento de ações na proporção de 100 para 1, medida que entrou em vigor em 17 de julho, como uma tentativa de restaurar parte de seu valor de mercado e garantir maior estabilidade.
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O mecanismo da fraude bilionária
O rombo contábil estava ligado ao uso não declarado do “risco sacado”, uma modalidade de crédito em que a empresa, ao antecipar valores para fornecedores, não registrava esses montantes como dívida.
Essa prática inflou os ativos da Americanas, criando uma ilusão de solidez financeira que não correspondia à realidade.
O “risco sacado” permite que fornecedores recebam antecipadamente pelos produtos vendidos, enquanto o banco credor assume a dívida, mas no caso da Americanas, essa operação não foi devidamente registrada.
Esse descuido, somado a outras irregularidades, deixou a empresa em uma situação financeira precária, comprometendo sua imagem e capacidade de operação.
Assembleias e mudanças estruturais
Além da ação civil contra os ex-executivos, a AGE também tratará de alterações no estatuto da companhia e da aprovação das contas de 2022.
O movimento da Americanas visa dar um passo decisivo na responsabilização de gestores envolvidos na crise e busca enviar uma mensagem de comprometimento com a governança corporativa para o mercado.
A reunião será um momento crucial para os acionistas, que poderão votar sobre as propostas e ajudar a traçar o novo caminho da companhia.
A Americanas ainda enfrenta desafios para restabelecer sua posição e recuperar a confiança do mercado, mas essa medida pode sinalizar uma virada importante para a companhia.
A ação judicial também levanta questões sobre a necessidade de regulamentações mais rigorosas no setor, visando evitar novas situações que coloquem investidores e stakeholders em risco.
O mercado aguarda resultados
📊 Investidores e analistas estarão atentos aos desdobramentos da AGE, pois, a decisão pode impactar diretamente o futuro da companhia.
A possibilidade de processar os executivos envolvidos cria uma expectativa sobre como a Americanas planeja superar o rombo bilionário e os danos à sua reputação.
A data de 11 de dezembro promete ser um marco na história da empresa, à medida que ela busca justiça e um novo começo em meio à turbulência que marcou o último ano.

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