Valuation barato faz Brasil entrar no radar dos investidores estrangeiros, diz André Esteves

Fundador do BTG entende que ações estão com desconto e que Brasil tem problemas menores que outros países.

Publicado em 26/06/2025 às 13:16h - Atualizado 3 minutos atrás Publicado em 26/06/2025 às 13:16h Atualizado 3 minutos atrás por Wesley Santana

André Esteves falou por vários minutos sobre situação brasileira durante evento com gestores de investimentos (Imagem: Divulgação)

Conhecido por ser otimista com a situação do mercado brasileiro, o fundador do BTG Pactual (BPAC11) diz que o Brasil está no radar dos investidores estrangeiros. Segundo André Esteves, o valuation barato do mercado de ações chama a atenção no mesmo momento em que eles buscam opções fora dos Estados Unidos.

🗣 “Entramos no radar [dos investidores globais], os valuations estão baratos. E temos como consertar aquilo que precisa ser consertado”, disse. “Não é difícil consertar as coisas e essa é a percepção dos investidores internacionais, especialmente os sofisticados, que estão olhando para cá”.

A afirmação foi feita durante a sétima edição do Global Managers Conference 2025, organizado pelo time do BTG. O objetivo do evento é discutir, junto de gestores globais, as oportunidades que o Brasil oferece e avaliar as perspectivas econômicas da maior economia da América Latina.

Esteves destacou que os ativos brasileiros apresentam descontos em quase todos os formatos, seja na renda fixa ou na variável. A base de seu cálculo se ampara, ainda, na expectativa de crescimento do Brasil, que pode ser de até 2,5% neste ano.

“Tudo isso está atraindo a atenção global e as coisas por aqui estão relativamente funcionais”, disse ele. “As nossas confusões estão em linha ou são melhores do que as que estão por aí”, destacou, se referindo ao fato das guerras que acontecem na Europa e Oriente Médio.

Ele ainda comparou a bolsa norte-americana com a brasileira, dizendo que os investidores estão revendo suas posições no país, mas não deixam de investir lá. Ele entende que este é um momento de parcimônia.

“Os portfólios globais não venderam de forma relevante ações americanas, mas provavelmente não compraram”, afirmou. “As companhias continuam espetaculares, a inovação está lá. Os valuations estão ricos, não vivemos uma bolha, mas as empresas não estão baratas, porque são espetaculares”, concluiu.

Fim da valorização do salário mínimo?

O empresário também discutiu a crise fiscal e disse que na mesa há uma opção que pode conter o avanço dos gastos públicos nos próximos anos. Segundo ele, seria a revisão da política de valorização do salário mínimo, o que seria “uma medida que parece simples”.

“É uma coisa nunca antes vista? Precisa trazer ou desenterrar o Einstein para ele ver qual é a ideia mais brilhante que pode ser feita?”, indagou, em tom de ironia. A afirmação está baseada no fato de que várias despesas, como o pagamento de benefícios sociais, estão atreladas ao piso mínimo nacional.

BTG aumenta participação na Meliuz

💸 O evento do BTG aconteceu um dia antes que o banco de investimentos divulgou um comunicado ao mercado afirmando que aumentou sua participação na Meliuz. Agora, ele obtém uma fatia de 14,26% do capital social.

No mesmo dia, o time de research passou a fazer a cobertura da empresa de cashback, com recomendação de compra para os papéis. Os analistas avaliam que há um potencial de crescimento de 40% no preço das ações, com preço-alvo de R$ 10.