Usiminas (USIM5): O fim de uma parceria de quase 70 anos com a Nippon Steel

Os japoneses venderam a sua participação na siderúrgica brasileira para a Ternium.

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Publicado em 05/11/2025 às 17:58h - Atualizado 9 horas atrás Publicado em 05/11/2025 às 17:58h Atualizado 9 horas atrás por Marina Barbosa
Usiminas foi fundada com ajuda dos japoneses, em 1956 (Imagem: Shutterstock)
Usiminas foi fundada com ajuda dos japoneses, em 1956 (Imagem: Shutterstock)

Os japoneses ajudaram a erguer a Usiminas (USIM5) há quase 70 anos, em meio ao esforço do governo de Juscelino Kubitschek de criar uma indústria siderúrgica no Brasil. Mas, agora, estão de fora da companhia.

👋 As japonesas Nippon Steel e Mitsubishi Corporation estavam entre os principais acionistas da Usiminas até esta quarta-feira (5), mas fecharam um acordo para vender toda a sua participação na companhia brasileira para o grupo ítalo-argentino Ternium

A transação envolve 21,7% das ações ordinárias da Usiminas (USIM3). Isto é, 153,1 milhões de papeis que foram vendidos por US$ 2,06 cada (pouco mais de R$ 11 na cotação atual). Logo, totaliza US$ 315,2 milhões (quase R$ 1,7 bilhão).

O preço é bem superior à atual cotação do papel (as ações ordinárias da Usiminas eram cotadas a R$ 5,44 no fechamento de terça-feira, 4), pois foi definido em 2023, quando a Ternium fechou um acordo com a Nippon Steel para assumir o controle da Usiminas.

O acordo de 2023

🔎 Naquela época, as empresas afirmaram que a Usiminas precisava de "uma liderança mais forte por qualquer dos referidos acionistas" para continuar crescendo em meio a um ambiente desafiador de negócios. 

Nos bastidores, o rumor era de que o estilo de gestão dos japoneses e dos argentinos era muito distinto e acabou contribuindo para o trato. A Ternium saiu na frente, com a justificativa de que a sua extensa rede na América Latina seria benéfica para os negócios.

Já em 2023, a Ternium comprou 68,6 milhões de ações da Usiminas que estavam nas mãos dos japoneses, por R$ 687 milhões. Com isso, a companhia passou a deter 49,5% das ações ordinárias da siderúrgica brasileira, além do direito de indicar o presidente e a maioria dos seus conselheiros.

O acordo ainda previa que a Ternium poderia adquirir as demais ações dos japoneses a qualquer momento depois do segundo aniversário da transação, o que aconteceu nesta quarta-feira (5).

Leia também: Usiminas (USIM5) registra prejuízo de R$ 3,5 bi, mas planeja pagar dividendos em 2025

E agora?

📈 Com isso, o grupo passou a deter 71,02% das ações ordinárias da Usiminas. Isto é, o equivalente a 92,95% do grupo de controle da empresa (os outros 7,1% são da caixa de previdência dos funcionários da Usiminas).

Em nota, a empresa disse que "este investimento adicional reforça ainda mais o compromisso da Ternium com a Usiminas e com o mercado siderúrgico brasileiro". 

"A Ternium continuará trabalhando para levar a Usiminas ao seu pleno potencial, comprometida em aprimorar sua competitividade e valor, no melhor interesse da Usiminas e de todos os seus stakeholders", acrescentou.

A Nippon Steel disse apenas que manteria o mercado informado acerca dos desdobramentos da operação. Afinal, a conclusão do negócio ainda depende da aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Para analistas, o negócio simplifica a estrutura corporativa da Usiminas, o que pode dar celeridade a decisões estratégicas, mas também levantar debates sobre um possível fechamento de capital. Ou seja, colocar a Usiminas na lista de empresas que estão de saída da B3.

USIM5

Usiminas
Cotação

R$ 5,60

Variação (12M)

-15,92 % Logo Usiminas

Margem Líquida

-11,77 %

DY

0%

P/L

-2,24

P/VP

0,34