Ricardo Faria, rei do ovo, diz que é difícil contratar funcionários por vício no Bolsa Família

Empresário ocupa a posição de número 21 da revista Forbes, com patrimônio superior a R$ 17 bilhões

Author
Publicado em 16/06/2025 às 17:56h - Atualizado Agora Publicado em 16/06/2025 às 17:56h Atualizado Agora por Wesley Santana
Ricardo é natural de Santa Catarina, onde fundou uma das maiores empresas do setor (Imagem: Reprodução/Redes Sociais)
Ricardo é natural de Santa Catarina, onde fundou uma das maiores empresas do setor (Imagem: Reprodução/Redes Sociais)

Conhecido como rei do ovo e listado como uma das pessoas mais ricas do Brasil, o empresário Ricardo Faria afirmou que é difícil contratar funcionários no país. Segundo ele, isso se deve ao fato de que as pessoas estariam “viciadas no Bolsa Família”.

🗣 “Está um desastre no Brasil. Por duas razões”, disse ele, quando questionado sobre a contratação de pessoal. “Primeiro, porque as pessoas estão viciadas no Bolsa Família. Não temos nem a chance de trazer essas pessoas para treinar e conseguir dar uma vida melhor, porque elas estão presas no programa”, afirmou.

“Por outro lado, os jovens não querem mais ter essa relação trabalhista formal, uma carteira assinada, e ter que ir todo dia para o mesmo lugar”, continuou. “Aqui não conseguimos, porque tem o Estado tutelando. Não é mais como antigamente, que o camarada chegava numa empresa e queria ficar 25 anos”.

Ele ainda destacou que é mais difícil empreender no Brasil que em outros países, mesmo sua empresa tendo sido fundada no país. “Operar no Brasil é comprar uma canoa, pegar o remo e começar a remar rio acima. É uma árvore caída e daqui a pouco você vê uma cobra, um jacaré. Isso é tocar o negócio do Brasil”, classificou.

“Na Europa, você pega aquele lago lisinho, tudo transparente, e fica ali remando. Coisa mais linda. Nos Estados Unidos, é esse mesmo rio morro abaixo. Tudo é fácil. Quer montar uma empresa? Demora duas horas. Quer fechar a empresa, é um hora e meia. Quer contratar, chega na rua e contrata a pessoa”, detalhou, se referindo à burocracia que envolve os negócios.

💰 Leia mais: Nubank (ROXO34) reage a críticas de Haddad e diz pagar mais imposto que Bradesco

Ele também comentou a alta do preço dos ovos neste ano, para um patamar poucas vezes visto na história. Ele ressaltou que a questão do clima foi importante para a alta dos preços aferidos não só no Brasil, mas em vários países.

“Em fevereiro, teve um calor absurdamente alto e houve naquele momento uma mortalidade de aves fora do normal. O Brasil deve ter perdido aí pelo menos uns 3% do seu plantel”, disse. “Foi um negócio momentâneo por conta das razões que já discutimos. A água voltou para o mar. O plantel das empresas já voltou ao normal”.

Aos 50 anos, Ricardo foi apontado pela revista Forbes como o novo bilionário brasileiro, ocupando a 21ª posição. Ele é dona da catarinense Granja Faria, reconhecida como a maior produtora de ovos do país, e soma um patrimônio de R$ 17,4 bilhões.

O apelido de “rei dos ovos” foi cunhado pela imprensa norte-americana, mas ele recusa ser chamado como tal. “Não sou rei de nada. Sou um cara que trabalha duro, tomo risco, não herdei nada. Não tem muito a ver. O Financial Times botou "egg king", aí matou (risos)”, disse à reportagem da Folha.