Recuperação judicial no agro? Este CRA do Posto Ipiranga não é furada

Taxa dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio do Ipiranga saltaram de IPCA+ 6,00% a.a. para IPCA+ 6,60% a.a.

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Publicado em 01/10/2024 às 17:02h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 01/10/2024 às 17:02h Atualizado 2 meses atrás por Lucas Simões
Posto Ipiranga é controlado pela holding Ultrapar, com dívidas sob controle (Imagem: Shutterstock)
Posto Ipiranga é controlado pela holding Ultrapar, com dívidas sob controle (Imagem: Shutterstock)

🤑 O dinheiro emprestado aos investimentos de renda fixa, sobretudo aqueles isentos de imposto de renda (IR), levaram o mercado de capitais brasileiro a bater um recorde em 2024. Até mesmo a B3 (B3SA3), a dona da bolsa de valores do país, deve pagar mais dividendos por conta da intensa procura por títulos de crédito privado, como, por exemplo, os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio).

No entanto, durante setembro de 2024, uma onda de pedidos de recuperações judiciais atingiu as empresas ligadas ao agronegócio brasileiro, sendo o caso mais emblemático até o momento a situação da AgroGalaxy (AGXY3), que inclusive mexeu com os dividendos de diversos fiagros dententores de CRAs.

Ou seja, muitos investidores podem acabar se afastando deste tipo de investimento no momento. Em contrapartida, as empresas que honram os seus compromissos precisam oferecer juros compostos cada vez maiores para atrair a atenção dos investidores, dado o cenário mais conturbado sobre o setor.

É neste contexto, ao som dos canhões, que o BB Investimentos vê com bons olhos os títulos de crédito privado emitidos pelo Posto Ipiranga (CRA022006N5), empresa controlada pela holding Ultrapar (UGPA3).

A empresa é um dos maiores nomes em distribuição de combustíveis e lubrificantes do país, com 17,7% de participação de mercado, atrás apenas de Vibra Energia (VBBR3) e Raízen (RAIZ4), em termos de volume de vendas de gasolina, etanol e diesel no ano passado.

➡️ Leia mais: Debênture da Taesa: Renda fixa sem IR da pagadora de dividendos vale a pena?

Quanto paga a renda fixa sem IR do Posto Ipiranga?

Devido ao sinal de alerta que acomete o principal setor da economia brasileira, as taxas de remuneração dos CRAs emitidos pelo Ipiranga estão bem maiores desde o lançamento no mercado.

Conforme consulta de dados na Anbima nesta terça-feira (1º), a taxa indicativa de remuneração saltou de IPCA+ 6,00% ao ano para os atuais IPCA+ 6,60% ao ano, com preço unitário indicativo de R$ 1.071,84.

Vale explicar que as taxas e os preços indicativos da Anbima são apenas uma referência de valor para os títulos de crédito privado. Ou seja, podem ser observados negócios com valores diferentes nas corretoras em função da própria dinâmica de oferta e demanda, custos de transação e volume das operações.

Como funciona o pagamento dos CRAs do Posto Ipiranga?

Os certificados de recebíveis do agronegócio (CRA022006N5) têm rating (nota de crédito) 'AAA' dado pela S&P à Ultrapar, que controla os negócios do Ipiranga.

No caso, o título de renda fixa da empresa paga juros semestrais aos detentores de CRAs em junho e dezembro de cada ano até o vencimento do título em 15 de junho de 2032. Já a partir de junho de 2030, os investidores começam a receber anualmente a amortização do dinheiro emprestado à distribuidora de combustíveis.

Entretanto, todos os títulos de crédito privado (debêntures, CRAs e CRIs), não contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Ou seja, caso a empresa se encontre em dificuldades financeiras no futuro e venha dar calote no dinheiro emprestado pelo investidor de renda fixa, o mesmo acaba assumindo o prejuízo.

UGPA3

ULTRAPAR
Cotação

R$ 17,77

Variação (12M)

-29,33 % Logo ULTRAPAR

Margem Líquida

1,99 %

DY

3.66%

P/L

7,57

P/VP

1,35