Polícia dos EUA prende suspeito de assassinar CEO da UnitedHealthcare
Acusado fez manifesto contra empresas de saúde norte-americanas
A polícia prendeu, na segunda-feira (9), o suspeito de assassinar o CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson. O acusado é Luigi Mangione, de 26 anos, que enfrenta outras quatro acusações perante à Justiça dos Estados Unidos.
🚨 Mangione foi preso na Pensilvânia enquanto comia um lanche na rede de fast food McDonald`s, depois que um funcionário do local acionou a polícia. Quando questionado sobre ter passado por Nova Iorque nos últimos, a polícia disse que ele ficou “visivelmente nervoso”, o que teria acendido um alerta.
Na ficha criminal do homem apreendido, consta uma acusação de assassinato, duas de falsidade ideológica e uma de posse de armas. Ele também foi acusado no estado do Havaí por entrar em uma área fechada de um parque estadual.
"Conscientemente, intencionalmente ou imprudentemente, não observar e cumprir um sinal oficialmente afixado autorizado pelo conselho ou seu representante autorizado designando uma área fechada, para saber, uma placa de Parques Estaduais localizado no Nuuanu Pali Lookout”, diz processo disponível online e repercutido pela CNN.
O suspeito foi levado para a penitenciária de Huntingdon, uma das mais antigas do estado da Pensilvânia. Ele pode ser transferido para Nova Iorque de acordo com o decorrer das investigações.
As principais redes sociais removeram os perfis e conteúdos publicados por Mangione, dizendo que não estavam dentro do permitido pelas diretrizes. Também foi feita a remoção de contas que se passavam por ele, de acordo com comunicados enviados pela Meta (controladora do Facebook e Instagram) e pelo Google (responsável pelo YouTube).
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Entenda o caso
Na última quarta-feira, Brian Thompson foi assassinato às 06h44 em frente ao New York Hilton Milton, onde a seguradora de saúde UnitedHealthcare realizava uma conferência. O principal executivo da empresa foi levado às pressas ao hospital, mas não resistiu e morreu logo na sequência.
Ao longo dos dias, a polícia foi coletando informações sobre o assassinato. Na cena do crime, as balas usadas no disparo continham as inscrições “negar, defender e depor”, termos usados pela empresa de saúde para negar procedimentos solicitados por seus clientes.
Isso então começou a ser usado pelos investigadores como o pontapé para a identificação do atirador. Em depoimento, a esposa de Brian destacou que ele vinha sendo vítima de ameaças que estariam associadas a falta de atendimento da UnitedHealthcare.
O assassinato do executivo pode estar relacionado a um descontentamento da população dos EUA pelo alto custo dos procedimentos médicos no país. Ao redor do país, milhares de pessoas protestam por terem suas solicitações negadas pelas empresas privadas.
No próprio LinkedIn da vítima, não são raros os casos de consumidores que prestam suas queixas. "Tenho câncer de pulmão metastático fase 4", escreveu a mulher. "Acabamos de sair [da UnitedHealthcare] por todas as negações dos meus medicamentos. Todos os meses há uma razão diferente para negá-los", completou.
Conforme relatou a polícia, o acusado do assassinato publicou diversas fotos nas redes sociais exibindo um raio-X da coluna com pinos. Ele também teria escrito um manifesto criticando os planos de saúde dos EUA, o que sugere, de acordo com a polícia, que ela tenha uma “má vontade em relação às empresas americanas”.
Quem é Luigi
📄 O detido foi citado como uma pessoa muito inteligente por todas as pessoas que o cercam, diz a polícia. Ele vem de família de classe média, com negócios na área de campo, e influente na polícia local de Maryland, onde nasceu.
Ele é especialista em informática pela Universidade da Pensilvânia, onde também fez um mestrado. Durante a faculdade, ele criou um aplicativo para celular onde os usuários podiam simular pilotagem de um avião.
Em seu perfil no LinkedIn, Luigi diz ter trabalhado como engenheiro de dados na empresa TrueCar. A empresa confirmou que ele foi funcionário até 2023, quando foi desligado.
Havia pelo menos seis meses que a família não tinha notícias dele. Com o assassinato, seus familiares emitiram um comunicado: "oferecemos nossas orações à família de Brian Thompson e pedimos às pessoas que orem por todos os envolvidos".
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