Irã ameaça fechar o Estreito de Ormuz e mercado já projeta novas altas do petróleo
Cerca de 30% do petróleo e 20% do gás consumido no mundo passa pelo Estreito de Ormuz.

O conflito no Oriente Médio pode levar o mundo a uma nova crise energética. É que o Irã avalia fechar o Estreito de Ormuz em resposta ao ataque dos Estados Unidos -medida que criaria dificuldades para o escoamento do petróleo e, por isso, poderia levar a um aumento significativo dos preços da commodity.
🚢O Estreito de Ormuz é uma estreita passagem marítima que liga Omã e o Irã e conecta os produtores de petróleo e gás do Golfo Pérsico com os mercados globais de exportação. Além de Irã, países como Arábia Saudita, Iraque, Kuwait e os Emirados Árabes Unidos usam essa rota para exportar sua produção.
De acordo com a IEA (Agência Internacional de Energia), cerca de 20 milhões de barris de petróleo passam diariamente pelo Estreito de Ormuz. É o equivalente a cerca de 30% do comércio mundial de óleo e aproximadamente US$ 1,5 bilhão, considerando o atual preço do petróleo (US$ 75 o barril).
O preço do petróleo, no entanto, pode disparar em caso de fechamento do Estreito de Ormuz. O JP Morgan, por exemplo, calcula que o barril poderia superar US$ 120 nesse cenário, podendo até chegar a US$ 130.
A IEA admite que mesmo uma interrupção de curta duração teria um "impacto significativo nos mercados de petróleo".
💲 "Um aumento significativo nos preços do petróleo seria inevitável e a escassez física se desenvolveria rapidamente se a interrupção fosse prolongada", acrescentou, em relatório publicado em 2023.
No relatório, a IEA explica que há poucas rotas alternativas para o escoamento desse petróleo. Logo, o fechamento do Estreito de Ormuz poderia levar à uma redução da oferta da commodity nos principais mercados mundiais, pressionando os preços.
A IEA ainda lembrou que o mercado de gás também seria impactado, pois cerca de 20% do gás natural mundial é transportado pelo Estreito de Ormuz.
Leia também: Bitcoin (BTC) perde os US$ 100 mil após ataque dos EUA ao Irã
Irã ameaça fechar Ormuz
Ainda assim, é isso que o Irã avalia fazer agora que os Estados Unidos entraram na guerra iniciada por Israel contra o país.
O Parlamento do Irã aprovou fechamento do Estreito de Ormuz neste domingo (22), em resposta ao ataque americano.
A medida ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo aiatolá Khamenei para entrar em vigor.
🗣️ O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, já disse, contudo, que o país vai usar "todas as opções para defender sua soberania, seus interesses e seu povo".
"Eles traíram a diplomacia, traíram as negociações. É irrelevante pedir ao Irã que retorne à diplomacia", afirmou o chanceler iraniano, após o ataque americano.
Os Estados Unidos bombardearem as três principais instalações nucleares iranianas (Fordow, Natanz e Esfahan) nesse sábado (21).
Em pronunciamento, o presidente Donald Trump disse que o objetivo do ataque americano era "destruir a capacidade nuclear iraniana, para que deixem de ser uma ameaça nuclear e do terror". Além disso, avisou que os ataques podem continuar, caso o Irã não se renda.
Diante da escalada do conflito e da possibilidade de fechamento do Estreito de Ormuz, uma nova alta do petróleo é esperada para esta segunda-feira (23).
Vale lembrar que o preço do barril já subiu 11% desde o início da guerra no Irã, em 13 de junho, quando Israel atacou o país tentar impedir o desenvolvimento de uma arma nuclear iraniana.
Como isso impacta o Brasil?
A maior parte do petróleo que passa pelo Estreito de Ormuz vai para a Ásia e a Europa. Contudo, a alta dos preços do petróleo também teria impactos no Brasil, já que levaria ao aumento dos preços dos combustíveis e, consequentemente, da inflação.
⛽ A Petrobras (PETR4) acabou com a política de Paridade de Importação em 2023. Mesmo assim, ainda usa os preços internacionais do petróleo como balizadores dos valores cobrados nas suas refinarias. Por isso, poderia ter que reajustar os preços dos combustíveis diante de uma alta significativa e consistente do petróleo.
A alta do petróleo, por outro lado, pode ajudar as contas da Petrobras, contribuindo até para o pagamento de dividendos extraordinários. A presidente da estatal, Magda Chambriard, já admitiu que o provento depende do preço do petróleo.

21 ações que pagarão mais dividendos em 2025, segundo BTG Pactual
Veja a lista de companhias brasileiras que podem garantir uma boa renda passiva

FIIs ressuscitam ganhos, enquanto Bitcoin (BTC) é abatido em fevereiro; veja ranking
Saiba quais classes de investimentos são destaques positivos no mês e quais deram dor de cabeça aos investidores

Ações brasileiras: Qual empresa subiu quase 40% e quem evaporou 55% em abril? Veja os destaques do Ibovespa
Uma varejista surfou o mês embalada por troca em seu conselho de administração e uma companhia área tem perdido bastante valor de mercado

Luiz Barsi da Faria Lima: Como gestor do Fundo Verde dribla Trump em 2025 com renda fixa?
Fundo Verde, liderado por Luis Stuhlberger, já acumula valorização superior a 26.000% desde 1997 e revela estratégia de investimentos em meio à guerra comercial

Não foi o Bitcoin (BTC)? Saiba qual classe de investimento mais subiu em janeiro
Maior criptomoeda do mundo se valorizou quase +2% no mês que se encerra, mas soma ganhos de +184% nos últimos 12 meses

Renda fixa isenta de IR está entre as captações favoritas das empresas em 2024
Emissão de debêntures e mercado secundário de renda fixa batem recordes entre janeiro e setembro, diz Anbima

3 REITs de data center que podem subir com o plano de Trump, segundo Wall Street
Presidente eleito dos Estados Unidos anuncia US$ 20 bilhões em investimentos para construir novos data centers no país

Quais tipos de renda fixa ganham e perdem com a eleição de Trump?
Renda fixa em dólar pode ganhar mais fôlego com juros futuros em alta. Aqui no Brasil, a preferência é por títulos pós-fixados