Inflação dos Estados Unidos derruba Ibovespa e pressiona dólar
O dólar disparou 1,41% e fechou o dia aos R$ 5,07, maior valor em quase seis meses.
A inflação desacelerou no Brasil, mas surpreendeu nos Estados Unidos e deixou o mercado em alerta, derrubando o Ibovespa nesta quarta-feira (10).
📉 Depois de dois dias positivos, o principal índice da B3 recuou 1,41%, aos 128.053 pontos. O Ibovespa perdeu mais de 1,8 mil pontos no pregão. Ainda assim, acumula uma alta de 0,99% na semana.
Já o dólar voltou a subir forte. A moeda disparou 1,41% e terminou o dia aos R$ 5,077. Ou seja, não só reverteu as perdas sofridas no início desta semana, como também atingiu o maior patamar desde 13 de outubro de 2023.
EUA
As bolsas americanas também fecharam em baixa, com o mercado reagindo ao resultado forte da inflação de março. O baque, contudo, não foi tão pesado quanto o do do Ibovespa. Veja:
- Dow Jones: -1,09%;
- S&P 500: -0,95%;
- Nasdaq: -0,84%.
Inflação
O CPI (índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos) avançou 0,4% em março e passou a acumular uma alta de 3,5% em 12 meses, ficando mais longe da meta anual de 2% perseguida pelo Fed (Federal Reserve).
💵 Com isso, o mercado acredita que os cortes dos juros americanos ficaram mais distantes. A expectativa era de que a taxa começasse a cair em junho, mas as apostas por esse corte despencaram de 56,1% para 16,5% nesta quarta-feira (10).
Já no Brasil, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) desacelerou para 0,16% em março. O resultado foi o mais baixo para o mês desde 2020 e ficou abaixo do esperado pelo mercado (0,24%). Com isso, o índice acumula uma alta de 1,42% no ano e de 3,93% em 12 meses.
Altas
O setor de óleo e gás ajudou a aliviar o baque do Ibovespa nesta quarta-feira (10). A Petrobras (PETR4), por exemplo, disparou com o esfriamento dos rumores sobre a troca de comando da estatal. As ações ordinárias da estatal subiram 3,02% e as preferenciais, 2,22%.
Crítico da atual gestão da Petrobras, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, negou a saída da presidente da companhia, Jean Paul Prates, na noite de terça-feira (9). Nesta quarta (10), a "Reuters" reforçou que Prates deve continuar no cargo, já que a pressão pela sua troca diminuiu.
A maior parte das petroleiras juniores também teve um dia positivo, diante da alta dos preços do petróleo e do acordo de fusão entre Enauta (ENAT3) e 3R Petroleum (RRRP3). A exceção foi justamente a 3R, que recuou 0,48%.
Veja as altas do setor:
- Enauta (ENAT3): 1,88%;
- PetroReconcavo (RECV3): 1,70%;
- Prio (PRIO3): 0,70%.
Baixas
Tirando o setor de óleo e gás, houve perdas para todos os lados na B3. As empresas sensíveis à alta dos juros, como as varejistas e as companhias aéreas, foram as que mais sofreram. Mas o dia foi igualmente negativo para os bancos.
A Vale (VALE3) também recuou, mesmo com a alta do minério de ferro, e fechou o dia com queda de 1,52%. Veja algumas quedas do dia:
- Azul (AZUL4): -6,93%;
- Petz (PETZ3): -6,19%;
- B3 (B3SA3): -3,47%;
- Itaú (ITUB4): -2,11%;
- Magazine Luiza (MGLU3): -2,75%.
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