Governo não cogitou saída do presidente da Petrobras (PETR4), diz ministro

Alexandre Silveira afirmou ainda que os recursos retidos pela companhia ainda podem ser distribuídos aos acionistas em forma de dividendos

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Publicado em 11/03/2024 às 20:33h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 11/03/2024 às 20:33h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Lula recebe presidente da Petrobras e ministros (Ricardo Stuckert / Presidência da República)
Lula recebe presidente da Petrobras e ministros (Ricardo Stuckert / Presidência da República)

O governo não pensou em mudar o comando da Petrobras (PETR4) diante da crise desencadeada pelo não pagamento de dividendo extraordinários pela companhia. Foi o que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta segunda-feira (11).

🗣️ "É mais uma grande especulação", afirmou Silveira, ao ser questionado por jornalistas sobre a possibilidade de saída do atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. "Em nenhum momento isso foi cogitado", acrescentou o ministro.

Silveira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participaram de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Petrobras nesta segunda-feira (11). Na saída, disseram que o encontro focou no plano de transição energética e não nos dividendos da estatal.

Ao final da reunião, o Palácio do Planalto disponibilizou uma foto em que Lula, Prates, os ministros e outros integrantes do governo aparecem juntos e sorrindo.

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Dividendos

💰 A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 124,6 bilhões em 2023, o segundo maior da sua história. Com isso, teve um lucro remanescente de R$ 43,9 bilhões. O valor, no entanto, não foi distribuído em forma de proventos aos acionistas, como esperava o mercado, mas retido nas reservas da companhia. 

Por isso, as ações da estatal desabaram na Bolsa, fazendo a empresa perder R$ 55,3 bilhões em valor de mercado só na sexta-feira (8). Lula falou em "choradeira do mercado" e disse que a Petrobras deve pensar em todos os brasileiros e não apenas nos seus acionistas.

Assim como o presidente da Petrobras havia dito na sexta-feira (8), no entanto, o ministro de Minas e Energia disse nesta segunda-feira (11) que os recursos retidos pela companhia ainda podem ser distribuídos aos acionistas em forma de dividendos. 

Segundo Silveira, esta é uma questão "dinâmica". Ele também disse, contudo, que Lula está atento aos investimentos e à geração de empregos por parte das empresa públicas e que "os investidores sabem, quando compram as ações da Petrobras, que o governo é o controlador".

"A mensagem real e adequada é de que os recursos apurados de lucro que não são obrigatórios a ser dividendos foram para a conta de contingência, que remunera o capital e que, em um momento oportuno, o Conselho de Administração da companhia pode reavaliar a possibilidade de dividir parte ou totalidade (com os acionistas)", disse Silveira.

"O que foi decidido pelo Conselho é que a distribuição dos lucros extraordinários vai ser feita à medida que ficar claro que isso não vai comprometer o plano de investimentos da companhia. Ao invés de fazer a distribuição de 100% dos dividendos, se julgou a conveniência de, à luz dos desdobramentos dos investimentos das próximas semanas e meses, o Conselho voltar a se reunir para julgar a conveniência de quanto e quando fazer", acrescentou o ministro Fernando Haddad.

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Tesouro Nacional

Como acionista majoritário da Petrobras, o governo federal seria o maior beneficiado pela distribuição de dividendos extraordinários. O ministro Fernando Haddad reconheceu nesta segunda-feira (11) que os proventos poderiam ajudar a melhorar a situação fiscal, mas garantiu que a Fazenda não estava contando com esses recursos no Orçamento de 2024.

"No Orçamento Geral da União, o que consta de receita são os lucros extraordinários. A Fazenda não fez o Orçamento contando com a distribuição de dividendos extraordinários. Se vierem a ser distribuídos, melhora nossas condições. Mas não estamos dependendo disso", afirmou Haddad. Segundo ele, a intenção é deixar o Conselho de Administração da Petrobras "com grau de liberdade para julgar quanto e quando distribuir" aos acionistas.

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