Esta ação de frigorífico pode não pagar dividendos em 2025 e 2026, diz BTG

Banco mantém recomendação apenas neutra e cita outro frigorífico na B3 que vai bem melhor

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Publicado em 23/10/2024 às 21:10h - Atualizado 1 hora atrás Publicado em 23/10/2024 às 21:10h Atualizado 1 hora atrás por Lucas Simões
Marfrig está muito depende dos bons ventos da BRF, segundo analistas (Imagem: Shutterstock)
Marfrig está muito depende dos bons ventos da BRF, segundo analistas (Imagem: Shutterstock)

🐂 Os acionistas da Marfrig (MRFG3) não têm muito do que reclamar em 2024, levando em conta a valorização de 50% de suas ações na B3 no ano, atualmente cotadas a R$ 14,50.

Todavia, o BTG Pactual traz um sinal de alerta sobre o frigorífico nesta quarta-feira (23), ao mencionar em relatório que não espera pagamento de dividendos da Marfrig nos anos de 2025 e 2026, mantendo uma recomendação apenas neutra e preço justo de R$ 17 por ação. O preço-alvo anterior era de R$ 10 por ação.

Para os analistas Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Bruno Lima, que assinam o relatório, a Marfrig tem estado cada vez mais dependente do desempenho da BRF (BRFS3), que se sai muito bem graças a um ciclo avícola favorável no Brasil e à melhora na execução.

Enquanto isso, a Marfrig segue sofrendo com margens apertadas de suas operações de carne bovina nos Estados Unidos, fazendo com que 159% do patrimônio líquido da empresa venha do preço de mercado de sua participação na BRF, que está apresentando resultados recordes.

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Mas, e os dividendos da BRF?

Como acionista relevante da BRF, a Marfrig tem direito a receber uma quantia generosa de proventos do frigorífico que está lucrando bem com frango. Porém, nas palavras dos analistas do banco, os dividendos da BRFS3 para MRFG3 são 'uma faca de dois gumes'.

"Há claramente um ponto em que tanto os minoritários da BRF quanto os acionistas da Marfrig ficariam satisfeitos. Mas também acreditamos que a BRF deva aproveitar a oportunidade em que as margens estão fortes e o fluxo de caixa é positivo pela primeira vez em muitos anos para reduzir ainda mais o seu endividamento", afirma o trio.

O BTG Pactual também espera que a BRF deva acelerar em breve seu plano de capex, após anos de investimentos aquém da depreciação, incluindo um aumento adicional da capacidade no Oriente Médio.

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Agora a ficha caiu...

De volta à Marfrig, é possível enxergá-la tanto como uma empresa independente quanto como holding. Embora os dividendos da BRFS3 possam ajudar a MRFG3 a reduzir sua dívida líquida independente, o impacto seria mínimo.

Supondo um pagamento de 100% do lucro estimado da BRF de R$ 3,2 bilhões para 2024, a parte da Marfrig seria de R$ 1,6 bilhões, reduzindo sua dívida líquida em 7%, levando a alavancagem da controladora de 9,4 vezes para 8,8 vezes nas estimativas em 2024.

📉 No entanto, no nível da holding, os dividendos da BRF aumentam o endividamento da Marfrig, já que o frigorífico recebe apenas 51% do dividendo enquanto consolida 100% da dívida da BRF.

"Mesmo que a liquidez de MRFG3 não esteja em questão, sua alta alavancagem significa que uma parte significativa do fluxo de caixa será absorvida pelos pagamentos de juros, limitando o potencial de criação de valor para os investidores", alertam.

MRFG3

MARFRIG
Cotação

R$ 14,50

Variação (12M)

125,51 % Logo MARFRIG

Margem Líquida

0.03%

DY

0%

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344,67

P/VP

2,33