Copom eleva Selic para 13,25%, na 1ª reunião sob o comando de Galípolo
Aumento de 1 ponto percentual era esperado e leva os juros para o maior patamar desde setembro de 2023.
O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a Selic em 1 ponto percentual nesta quarta-feira (29), na primeira reunião sob o comando de Gabriel Galípolo.
🏦 Com isso, a taxa básica de juros da economia brasileira subiu para 13,25%. É o maior patamar desde setembro de 2023.
Esta é a quarta alta consecutiva da Selic. O aperto, contudo, era esperado pelo mercado e foi aprovado de forma unânime pelo Copom. Afinal, a expectativa é de que a inflação volte a ficar acima do teto da meta perseguida pelo BC (Banco Central) neste ano.
Segundo o Boletim Focus, o mercado acredita que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) subirá 5,5% em 2025. A projeção do Copom é de 5,2%. A meta de inflação, no entanto, é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%.
Copom prevê nova alta de 1 p.p.
💲 Diante desse cenário, o mercado vê a Selic em 15% no final do ano. Já o Copom prevê mais um aperto de 1 ponto percentual da Selic, o que deve levar os juros para 14,25% em março de 2025. E deixou a porta aberta para as reuniões seguintes.
No comunicado desta quarta-feira (29), o comitê "antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião". Contudo, afirmou que, depois disso, o rumo da Selic vai depender da dinâmica dos resultados e das expectativas de inflação.
"Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", disse.
No comunicado, o Copom reconhece que as expectativas de inflação "elevaram-se de forma relevante" e que a inflação tem se mantido acima da meta.
"O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista", afirmou.
Além disso, o comitê reforçou que segue monitorando os impactos da questão fiscal na política monetária e nos ativos financeiros. E lembrou que o cenário externo exige cautela por parte de países emergentes, como o Brasil.
"O ambiente externo permanece desafiador em função, principalmente, da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, o que suscita mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed", pontuou.
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Os riscos para a inflação
📊 A avaliação do Copom é de que "persiste uma assimetria altista no balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação".
No momento, o comitê vê os seguintes riscos de alta para a inflação brasileira:
- desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado;
- maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo;
- conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.
Já os riscos de baixa da inflação são:
- impactos sobre o cenário de inflação de uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada;
- cenário menos inflacionário para economias emergentes decorrente de choques sobre o comércio internacional e sobre as condições financeiras globais.
O comitê avaliou, por sua vez, que a alta de 1 ponto percentual da Selic desta quarta-feira (29) "é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante".
O Copom é composto pelo presidente e pelos diretores do BC e agora conta com sete membros indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lula indicou o presidente do BC, Gabriel Galípolo, e seis dos oito diretores atuais da autoridade monetária.
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