Ambipar (AMBP3) deve pedir recuperação judicial nesta segunda, diz jornal

No acumulado de outubro, as ações da empresa já desvalorizaram cerca de 94%, atingindo mínimas históricas na B3.

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Publicado em 18/10/2025 às 20:49h - Atualizado 6 horas atrás Publicado em 18/10/2025 às 20:49h Atualizado 6 horas atrás por Matheus Silva
Até então, a companhia buscava evitar a via judicial, priorizando uma recuperação extrajudicial (Imagem: Divulgação/Ambipar)
Até então, a companhia buscava evitar a via judicial, priorizando uma recuperação extrajudicial (Imagem: Divulgação/Ambipar)
🚨 A Ambipar (AMBP3) está prestes a solicitar recuperação judicial, segundo informações do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. 
O pedido deve ser protocolado na próxima segunda-feira (21) na Justiça do Rio de Janeiro, diante da intensificação da crise financeira da companhia de gestão ambiental.
No acumulado de outubro, as ações da empresa já desvalorizaram cerca de 94%, atingindo mínimas históricas na B3 (B3SA3)
A deterioração da confiança do mercado foi acelerada por incertezas envolvendo a real situação do caixa da empresa e entraves nas negociações com credores.
Apesar de ter obtido apoio parcial de debenturistas brasileiros e investidores internacionais detentores de bonds, a Ambipar não conseguiu alcançar consenso com grandes bancos locais — especialmente o Itaú (ITUB4), apontado como peça central no impasse que travou um acordo mais amplo.
Até então, a companhia buscava evitar a via judicial, priorizando uma recuperação extrajudicial. No entanto, o prazo para essa alternativa está se esgotando. 
A medida cautelar que protege a empresa contra cobranças judiciais expira no final da próxima semana, obrigando a empresa a tomar uma decisão até o dia 27 de outubro.
Um dos obstáculos enfrentados foi a disputa sobre o foro responsável pelo processo: enquanto os principais credores pressionavam para levar a discussão para São Paulo, a empresa insistia em manter o Rio de Janeiro como base legal. 
Além disso, a pulverização da dívida — estimada em mais de R$ 5 bilhões (cerca de US$ 1 bilhão) — entre investidores estrangeiros dificulta o quórum necessário para um acordo extrajudicial.
A sucessão de fatos negativos — como a saída do CFO, a judicialização contra credores e as incertezas sobre a liquidez real da empresa — ampliou a percepção de risco entre investidores. 
Recentemente, também veio à tona a suspeita de irregularidades em um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) no qual a empresa afirma manter grande parte de seu caixa.
📈 Caso a recuperação judicial seja confirmada na próxima semana, será mais um capítulo de instabilidade para uma companhia que, até pouco tempo, era considerada promissora no setor de serviços ambientais.