Vale a pena investir em Cosan (CSAN3) e Raízen (RAIZ4)? JPMorgan responde

De acordo com o banco, o desempenho dessas empresas agora depende de eventos específicos, como novos aportes de capital e possíveis fusões.

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Publicado em 22/12/2025 às 16:00h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 22/12/2025 às 16:00h Atualizado 1 minuto atrás por Matheus Silva
O JPMorgan manteve recomendação neutra para ambos os ativos (Imagem:Divulgação/Raízen/Shutterstock)
O JPMorgan manteve recomendação neutra para ambos os ativos (Imagem:Divulgação/Raízen/Shutterstock)
🚨 O ano de 2025 não foi fácil para os acionistas da Cosan (CSAN3) e da Raízen (RAIZ4). Com a taxa de juros estacionada no patamar de 15% durante quase todo o período, as companhias enfrentaram dificuldades com o alto endividamento e estratégias que ainda não mostraram os frutos prometidos. 
Diante dessa realidade, o JPMorgan divulgou uma análise atualizada mantendo recomendação neutra para ambos os ativos, refletindo a baixa visibilidade sobre o futuro próximo.
De acordo com o relatório do banco, o desempenho dessas empresas agora depende de eventos específicos, como novos aportes de capital e possíveis fusões. Os analistas destacam que existe pouca clareza sobre quando ou em que tamanho esses movimentos vão acontecer. Para a Cosan, o preço alvo sugerido é de R$ 6, enquanto a Raízen segue sem um preço alvo definido devido às incertezas operacionais.

Os desafios da Cosan e a estratégia de capitalização

A Cosan tem buscado alternativas para aliviar sua estrutura financeira. Recentemente, a holding fechou um acordo para entrada de capital através do BTG Pactual (BPAC11) e da Perfin. Segundo o JPMorgan, essa movimentação é positiva para a governança da companhia, mas a tese de investimento continua muito dependente de fatores externos.
Os analistas afirmam que "considerando um desconto de 25% em relação ao valor patrimonial, consistente com o observado em algumas holdings selecionadas da América Latina, não vemos potencial significativo de valorização para as ações".
A expectativa é que a administração consiga reduzir a alavancagem focando investimentos apenas nas empresas subordinadas. Uma melhora no mercado de capitais, com queda de juros e novos IPO (Oferta Pública Inicial), poderia ajudar a destravar o valor dos papéis no médio prazo.

Raízen vira penny stock e enfrenta reestruturação

A situação da Raízen é ainda mais delicada. O papel passou a ser negociado abaixo de R$ 1, o que a classifica como uma penny stock. Por conta disso, a B3 (B3SA3) solicitou que a empresa apresente um plano para recuperar o valor de sua cotação.
A grande preocupação do mercado recai sobre a queima de caixa e a alavancagem elevada, que deve chegar a 4 vezes no fechamento do quarto trimestre de 2026.
Para tentar reverter o cenário, os controladores avaliam uma injeção de recursos vultosa. De acordo com informações da Bloomberg, a Shell e a própria Cosan estudam um aporte de aproximadamente R$ 10 bilhões. No entanto, o JPMorgan estima que seriam necessários R$ 18 bilhões para que a dívida voltasse a patamares saudáveis.
📈 Apesar do pessimismo com os preços do açúcar e do etanol, os analistas veem uma luz no fim do túnel na parte operacional. A Raízen está implementando mudanças que podem gerar uma economia anual superior a R$ 500 milhões. No longo prazo, esse ajuste pode somar R$ 10 bilhões e ajudar na redução da dívida bruta, permitindo que a gigante do setor de energia volte a focar em seus ativos principais.

CSAN3

COSAN
Cotação

R$ 5,20

Variação (12M)

-38,61 % Logo COSAN

Margem Líquida

-31,04 %

DY

0%

P/L

-1,55

P/VP

3,48