Taxados, frigoríficos da B3 investiram quase R$ 4 bi nos EUA em 5 anos
JBS foi a empresa brasileira que mais investiu nos EUA entre 2020 e 2024, segundo a CNI.

Empresas brasileiras investiram mais de US$ 3,3 bilhões para erguer novas operações nos Estados Unidos nos últimos cinco anos, segundo levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
💰 A maior investidora, no entanto, não deve ser poupada da tarifa de 50% que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, promete impor aos produtos brasileiros a partir da próxima quarta-feira (6).
Isso porque o maior aporte foi realizado pela JBS (JBSS3) e as carnes ficaram de fora da lista de produtos poupados da taxação, pelo menos até esta sexta-feira (1º).
Segundo o levantamento da CNI, a JBS investiu US$ 607 milhões nos Estados Unidos entre 2020 e 2024. Isto é, quase R$ 3,4 bilhões na cotação atual.
🥩 A companhia dos irmãos Joesley e Wesley Batista ainda anunciou outro investimento de US$ 135 milhões em maio deste ano, para construir uma fábrica de linguiças em Perry, Iowa.
A construção deve começar no final de 2025, gerando 500 vagas diretas e 250 empregos na construção civil local.
Igualmente visada pelas tarifas, a Marfrig (MRFG3) também investiu nos Estados Unidos nos últimos anos. Os aportes somaram US$ 100 milhões, segundo a CNI. Isto é, mais de R$ 550 milhões, em valores atualizados.
Dessa forma, os aportes realizados por JBS eMarfrig em solo americano nos últimos anossomam US$ 707 milhões. Isto é, quase R$ 4 bilhões na cotação atual.
Diversificação geográfica
Esses investimentos podem ajudar as empresas a conter os danos das tarifas, já que permitem a produção de carnes em solo americano.
🗺️ Além disso, vale lembrar que essas companhias também têm plantas em outros países. Por isso, podem tentar relocar suas exportações, segundo analistas.
A Marfrig, por exemplo, exportou 7 mil toneladas de carne para os Estados Unidos a partir do Brasil neste ano, mas também vendeu outras 27 mil toneladas a partir do Uruguai e da Argentina, que receberam tarifas menores que a do Brasil.
Além disso, em linha com a estratégia de diversificação geográfica, a companhia está presente mercado norte americano por meio da Operação da NationalBeef, conforme ressaltado em comunicado publicado nesta sexta-feira (1º).
Minerva (BEEF3) e BRF (BRFS3) também têm operações internacionais, mas não nos Estados Unidos. Por isso, não aparecem na lista de investidoras mapeadas pela CNI.
Outras investidores
A CNI mapeou 70 empresas brasileiras que investiram nos Estados Unidos entre 2020 e 2024.
Além de JBS e Marfrig, outras cinco companhias listadas na B3 aparecem na relação. Essas firmas, no entanto, foram poupadas da sobretaxa que entrará em vigor na próxima semana, pois se concentram em setores minerais e energéticos.
Veja as empresas da B3 que mais investiram nos EUA entre 2020 e 2024:
- JBS (JBSS3): US$ 607 mi;
- Serena Energia, ex-Omega (SRNA3): US$ 420 mi;
- CSN (CSNA3): US$ 350 mi;
- Embraer (EMBR3): US$ 192 mi;
- Marfrig (MRFG3): US$ 100 mi;
- Gerdau (GGBR4): US$ 67 mi;
- Vale (VALE3): US$ 61 mi.
A Novonor (ex-Odebrecht), que é um dos principais acionistas da Braskem (BRKM5), também está na lista, com US$ 37 milhões em investimentos.
Já Inter (INBR32) e Vtex (VTEX), que têm ações listadas em Nova York, investiram cerca de US$ 10 milhões cada, segundo a CNI.
Setores poupados
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na quarta-feira (30) o decreto que impõe uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros. O texto, contudo, adiou o início da cobrança para 6 de agosto e livrou da tarifa uma lista de quase 700 produtos.
📊 Aeronaves, suco de laranja, papel e celulose, ferro, aço e alumínio, petróleo e energia foram alguns dos itens poupados da taxação. Por outro lado, carnes, frutas, café, açúcar, etanol e alguns bens de capital continuam na mira da taxação. Veja aqui quais empresas da B3 ganham e perdem com essa reviravolta no tarifaço.
Diante disso, o governo brasileiro pretende continuar tratando desse assunto com os Estados Unidos. E os investimentos das empresas podem ser importantes para esta negociação. Afinal, investir nos Estados Unidos tem sido uma das exigências de Donald Trump nos acordos sobre as tarifas.
Foi ampliando os investimentos e abrindo seus mercados a produtos americanos que a União Europeia e o Japão conseguiram que Trump baixasse as tarifas aplicadas a suas exportações, por exemplo.

JBSS3
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