Tarifa de importação sobre o aço faz ações da Gerdau (GGBR4) dispararem
Outras companhias, no entanto, viram recuo nos preços

Mesmo com a implantação de tarifas de importação para o aço, as ações da Gerdau (GGBR4) fecharam o pregão em alta nesta segunda-feira (10). De acordo com dados da bolsa de valores, o ticker acumulou uma alta superior a 5%, encerrando o dia cotado em R$ 17,57.
💰 O motivo deste desempenho é o fato de que, embora brasileira, a companhia tem uma produção nos Estados Unidos que supre a demanda local. Por isso, a medida implementada por Donald Trump deve fazer pouca pressão ou até beneficiar os ativos da Gerdau.
“Se as tarifas forem de fato implementadas, devemos ver alguma tração positiva nos preços. Observamos, no entanto, que os produtos de aço longo representam menos de 20% das importações totais de aço dos EUA, o que implica em um benefício relativamente maior para os preços do aço plano”, pontuaram os analistas do Bradesco BBI.
❌ Leia mais: Trump impõe tarifas de 25% sobre importação de aço e alumínio
As outras companhias do setor, porém, tiveram uma performance diferente, mostram dados da B3. A Usiminas caiu mais de 2%, enquanto a CBA recuou cerca de 1% no fim do dia.
“Estimamos que cerca de 2,5% do Ebitda consolidado da empresa vem da América do Norte. No entanto, com o Brasil fornecendo mais de 60% da necessidade de aço semiacabado dos EUA (principalmente placas), notamos que tarifas potenciais podem implicar em maior disponibilidade de placas no Brasil, traduzindo-se em custos mais baixos para a Usiminas”, avalia o Bradesco.
25% confirmado
📄 No fim do dia, o presidente Donald Trump publicou a medida que impõe uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio para os Estados Unidos. O Brasil deve ser um dos países mais afetados considerando que quase metade das exportações destes itens são destinadas aos EUA.
Segundo a imprensa norte-americana, as tarifas devem começar a ser aplicadas em 4 de março. A autorização das tarifas faz parte da Seção 232 da Lei de Expansão do Comércio que permite ao presidente em exercício fazer mudanças comerciais com base na Segurança Nacional.
O governo brasileiro afirma que deve tentar negociar por meios diplomáticos neste primeiro momento. No entanto, no começo da manhã, fontes do Planalto disseram que estariam sendo avaliadas medidas retaliativas, como a taxação de big techs, o que foi negado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Não é correta a informação de que o governo Lula deve taxar empresas de tecnologia se o governo dos Estados Unidos impuser tarifas ao Brasil”, escreveu Haddad no X (antigo Twitter).

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