Petrobras (PETR4): Unigel cobra ressarcimento por prejuízo em fertilizantes

Em carta, a Unigel quantificou as perdas em "centenas de milhões de reais."

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Publicado em 22/07/2024 às 09:52h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 22/07/2024 às 09:52h Atualizado 1 mês atrás por Matheus Rodrigues
A Unigel espera retomar as operações quando se tornarem viáveis economicamente. Imagem: Shutterstock.
A Unigel espera retomar as operações quando se tornarem viáveis economicamente. Imagem: Shutterstock.

📊 A disputa entre a Unigel e a Petrobras (PETR4) ganhou novos contornos com a exigência de ressarcimento pela empresa químicadevido aos prejuízos acumulados com duas fábricas de fertilizantes arrendadas da estatal.

O pedido, detalhado em uma carta obtida pela Reuters, evidencia mais um obstáculo nas negociações para reativar as unidades.

As fábricas, situadas em Sergipe e na Bahia, são cruciais para a estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reduzir a dependência do Brasil de fertilizantes importados. No entanto, ambas estão paralisadas desde o segundo semestre do ano passado.

Em dezembro, um “Contrato de Tolling” foi assinado entre as partes, onde a Petrobras forneceria gás natural em troca de fertilizantes, permitindo à Unigel retomar a produção sem oscilação nos preços do gás.

No entanto, o acordo foi encerrado em junho após o Tribunal de Contas da União (TCU) alertar para um potencial prejuízo de R$ 487 milhões para a Petrobras.

A carta dos advogados da Unigel, datada de 20 de junho, denuncia que a demora na implementação do contrato agravou a situação financeira da companhia.

"A demora na entrada em vigor do Contrato de Tolling resulta em prejuízos expressivos," afirmaram os advogados à Petrobras uma semana antes do término do acordo. Eles exigem ressarcimento integral pelos danos desde a assinatura do contrato.

💲 Em resposta à Reuters, a Unigel quantificou as perdas em "centenas de milhões de reais."

Apesar das tentativas de solucionar o impasse e retomar a produção, a carta revela que as negociações entre as empresas, atualmente em arbitragem, estão longe de um consenso, com a Unigel classificando a conduta da Petrobras como "abusiva."

O governo Lula tem como prioridade aumentar a produção de fertilizantes. Desde 2023, a Petrobras reverteu a política de desinvestimentos no setor, anunciando a reativação de uma de suas fábricas.

O Brasil, um dos maiores consumidores de fertilizantes do mundo, importa mais de 80% do produto e visa reduzir essa dependência para 45% até 2050, conforme um plano divulgado em 2022.

Mesmo com a importância estratégica, as fábricas arrendadas pela Unigel permaneceram ociosas.

A empresa, que está em recuperação judicial, gasta cerca de R$ 13 milhões mensais nas unidades e tenta reestruturar R$ 4,1 bilhões em dívidas. Até março, os gastos chegavam a R$ 35 milhões por mês, incluindo a manutenção dos funcionários a pedido da Petrobras.

Sem intenção de desistir dos ativos, a Unigel espera retomar as operações quando se tornarem viáveis economicamente.

⚖️ Enquanto isso, a disputa segue em arbitragem confidencial desde dezembro sobre cláusulas do contrato de fornecimento de gás. Segundo Marcelo Godke, especialista em direito empresarial, esses processos podem durar de dois a cinco anos.

A situação das fábricas de fertilizantes da Unigel e Petrobras continua sendo uma questão complexa e de grande impacto para a indústria agrícola brasileira, com desdobramentos significativos previstos para os próximos anos.

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