Pessoas estão pagando para a inteligência artificial escolher seus novos amigos

Aplicativos de IA selecionam grupos para jantares com base em respostas

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Publicado em 11/08/2024 às 11:50h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 11/08/2024 às 11:50h Atualizado 1 mês atrás por Wesley Santana
Aplicativos escolhem pessoas para jantar em grupo. Foto: Shutterstock
Aplicativos escolhem pessoas para jantar em grupo. Foto: Shutterstock

🤝 Seja por mudança de cidade, idade ou até novos projetos, chega uma hora que muita gente sente dificuldade em fazer novas amizades. Por isso, muita gente está recorrendo aos aplicativos de relacionamento para conhecer pessoas e formar novos círculos de amizade. 

Muito parecido com aplicativos de dating, como o Tinder, o Timeleft e Confra são versões para jantar com desconhecidos, inicialmente na amizade. A plataforma está disponível em diversos países do mundo, inclusive no Brasil onde funciona nas principais capitais. 

A ideia é responder um questionário e, com base nesses dados, a inteligência artificial seleciona um grupo de pessoas para jantar juntas. O usuário não tem poder escolher as pessoas com quem vai compartilhar um momento da semana, nem muito menos o local onde o encontro será realizado.

Em entrevista à BBC News Brasil, o gestor de performance Vinícius Ogawa diz que conheceu o serviço pelas redes sociais e se interessou pela ideia. "Gosto muito de novas experiências, de conhecer pessoas e de comer. Por isso me inscrevi", comenta. "Se tornou o meu momento de socializar. Sempre foi uma surpresa a cada vez, com novas pessoas e novas histórias".

Ele afirma já ter ido a mais de 40 jantares como esse e relata o roteiro dos encontros: as pessoas chegam, se apresentam, contam detalhes profissionais, com quem mora e qualquer outra informação que julgar relevante para os seus novos possíveis amigos.

Essas plataformas se vendem como uma solução para a solidão urbana, e surgiram principalmente depois da pandemia do novo coronavírus.

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Um levantamento recente do Instituto Ipsos mostrou que o Brasil é um dos países onde as pessoas mais se sentem sozinhas. Além disso, no ano passado, a OMS (Organização Mundial da Saúde) tornou a solidão como uma das prioridades de saúde global. 

Por isso, a resposta da TimeLeft é latente: "Criamos oportunidades para a magia dos encontros casuais. As conversas que teria perdido. As pessoas que não teria conhecido. Momentos seguros para interagir com pessoas à sua volta. Para que possa estar mais envolvido no mundo em que vive”, diz, em anúncio.

As plataformas disponíveis no Brasil organizam encontros às quartas e sextas-feiras, sem passar informações prévias do grupo. Em alguns casos, as únicas coisas que são compartilhadas são o signo e a profissão dos membros.

Segundo dados da TimeLeft, o público se divide quase que de forma igual entre homens e mulheres. O custo para usar o serviço depende do vinculo que o usuário quer manter, se para um único jantar ou manter a assinatura para aproveitar outras oportunidades.

A plataforma, nascida em Portugal, mas criado por um francês, garante ter juntado mais de 60 mil pessoas ao redor do mundo em mais de 10 mil jantares. Só no Brasil, o número total de usuários já se aproxima de 10 mil pessoas.

 “Nosso objetivo é usar a tecnologia para conectar pessoas”, afirma Lucas Tugas, criador da Confra. À BBC, ele disse que a ideia de criar o serviço surgiu depois de trabalhar em um restaurante e notar que muita gente ia comer sozinha.