IPCA acelera 0,56% em outubro e ‘fura’ teto da meta de inflação

A alta de outubro representa uma aceleração em relação ao índice de setembro, que foi de 0,44%.

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Publicado em 08/11/2024 às 09:31h - Atualizado 13 dias atrás Publicado em 08/11/2024 às 09:31h Atualizado 13 dias atrás por Matheus Rodrigues
Nos dez primeiros meses do ano, o IPCA acumulou um avanço de 3,88% (Imagem: Shutterstock)
Nos dez primeiros meses do ano, o IPCA acumulou um avanço de 3,88% (Imagem: Shutterstock)

📈 O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil, registrou uma alta de 0,56% em outubro, um aumento acima das expectativas do mercado, que previa um crescimento de 0,53%.

Esse avanço é especialmente significativo, pois eleva a inflação acumulada em 12 meses para 4,76%, ultrapassando o teto da meta de 4,5% para 2024, definida pelo Banco Central com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

A alta de outubro representa uma aceleração em relação ao índice de setembro, que foi de 0,44%, refletindo uma pressão inflacionária crescente.

Nos dez primeiros meses do ano, o IPCA acumulou um avanço de 3,88%, sinalizando a persistência de um cenário de custos elevados em áreas essenciais.

Principais componentes do aumento

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a alta foi puxada principalmente pelos grupos de habitação e alimentação.

O setor de habitação registrou um aumento expressivo de 1,49%, impulsionado pela elevação dos preços da energia elétrica residencial, que subiram 4,74%.

Este aumento da energia gerou um impacto de 0,20 ponto percentual no IPCA, evidenciando o peso significativo desse item no orçamento doméstico.

O grupo de alimentação e bebidas também foi responsável por uma parcela relevante da inflação, com alta de 1,06%.

Dentro deste grupo, o preço das carnes disparou 5,81%, representando o maior aumento mensal desde novembro de 2020.

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De acordo com André Almeira, gerente do IPCA e INPC, essa alta pode ser atribuída à combinação de uma menor oferta de carne devido ao clima seco, redução do abate de animais e aumento das exportações.

A alimentação fora de casa também apresentou aumentos, com variações nos preços de refeições (0,53%) e lanches (0,88%), indicando uma aceleração em comparação ao mês anterior.

Transporte: Único grupo em queda

No lado oposto, o grupo de transportes foi o único a apresentar deflação, registrando uma queda de 0,38% em outubro.

O resultado foi fortemente influenciado pela redução nos preços das passagens aéreas (-11,50%) e nas tarifas de outros meios de transporte, como trem (-4,80%) e metrô (-4,63%).

Entre os combustíveis, o etanol (-0,56%), o óleo diesel (-0,20%) e a gasolina (-0,13%) também tiveram leves reduções de preços, exceto o gás veicular, que subiu 0,48%.

Perspectivas para a inflação e a meta do BC

Com a inflação em alta e superando o teto da meta, as expectativas se voltam para as possíveis reações do Banco Central.

A instituição já sinalizou que a política monetária está sob análise contínua para assegurar que a inflação se mantenha dentro do intervalo de tolerância.

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No entanto, os dados de outubro reforçam que o controle inflacionário pode exigir ajustes mais incisivos, especialmente diante de fatores como a volatilidade dos preços de alimentos e energia.

A inflação persistente e os impactos econômicos causados por fatores sazonais e externos trazem desafios adicionais para o Banco Central no cumprimento de suas metas.

Analistas avaliam que o cenário inflacionário para o próximo ano dependerá de políticas assertivas, visando estabilizar os preços e proteger o poder de compra da população.