EUA sem Jaguar e Boeing sem peças: os primeiros reflexos do tarifaço de Trump

Durante o final de semana, a Jaguar Land Rover anunciou a paralização das exportações de veículos para os Estados Unidos. A empresa britânica suspendeu os envios a partir da fábrica local, em decorrência das tarifas adicionais impostas pelo presidente Donald Trump.

🚗 Em comunicado, a companhia destacou que seria impactada com uma taxa adicional de 25%, que foi a porcentagem imposta pelos EUA para exportações do Reino Unido. A decisão da companhia entrou em vigor na manhã desta segunda-feira (7). 

"À medida que trabalhamos para abordar as novas condições de negócios com nossos parceiros de negócios, implementaremos ações de curto prazo, incluindo a suspensão dos embarques em abril, ao mesmo tempo em que desenvolvemos nossos planos de médio a longo prazo", disse o porta–voz da JLR.

Segundo projeção da companhia, há uma reserva de carros nos Estados Unidos que deve ser suficiente para abastecer o mercado pelas próximas semanas. No entanto, considerando que um novo lote demora quase um mês para atravessar o oceano, é possível que o mercado fique desabastecido já em maio.

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Boeing e Airbus na parede

✈ Também nesta segunda, a Howmet Aerospace, uma das principais fornecedoras de peças para aeronaves, emitiu um comunicado em que ameaça deixar de fornecer peças para Boeing e Airbus. A companhia teme ver seus negócios afetados pelo tarifaço de Donald Trump. 

Com sede na Pensilvânia, a empresa declarou um evento de força maior e disse estar, por meio dele, dispensada de fornecer qualquer material para as fabricantes de aeronaves. Esse é um termo previsto nos contratos firmados entre as companhias que desobriga algumas cláusulas contratuais por questões externas imprevisíveis -nesse caso, as tarifas adicionais. 

"A Howmet será dispensada de fornecer quaisquer produtos ou serviços que sejam afetados por esta emergência nacional declarada e/ou pela ordem executiva tarifária", diz trecho do texto. A carta, enviada aos clientes, foi revelada pela Agência Reuters, que não obteve resposta ao pedir um comentário da empresa. 

Ainda não está claro qual é o impacto disso para a indústria aeroespacial, mas esse pode ser um duro golpe a essas que são as duas maiores empresas do setor no mundo. A empresa, no entanto, buscou deixar um espaço em aberto para negociar com suas duas clientes.