EUA confirmam tarifa de 25% sobre aço e alumínio para esta 4ª feira

Governo americano, no entanto, descartou a ameaça de Trump de dobrar a cobrança sobre o Canadá.

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Publicado em 11/03/2025 às 19:53h - Atualizado 7 horas atrás Publicado em 11/03/2025 às 19:53h Atualizado 7 horas atrás por Marina Barbosa
Brasil é o segundo maior fornecedor de aço dos EUA (Imagem: Shutterstock)
Brasil é o segundo maior fornecedor de aço dos EUA (Imagem: Shutterstock)

A Casa Branca confirmou para esta quarta-feira (12) o início da cobrança de tarifas de 25% sobre a importação americana de aço e alumínio. 

O governo americano, no entanto, descartou a ideia de dobrar a cobrança sobre o Canadá, anunciada mais cedo pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

💲 Segundo o Executivo, a tarifa de 25% vai afetar todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos, "sem exceções ou isenções", a partir da meia-noite.

A cobrança foi anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 10 de fevereiro, como uma forma de estimular a indústria nacional, mas também fortalecer a segurança econômica e nacional dos Estados Unidos.

Nesta terça-feira (11), Trump falou em dobrar a tarifa sobre o aço canadense, em retaliação à taxação da exportação de eletricidade do Canadá para os Estados Unidos. Contudo, a medida foi descartada no final do dia.

Impacto no Brasil

O Brasil será diretamente impactado pelo tarifaço de Trump. Afinal, é o segundo maior fornecedor de aço dos Estados Unidos, atrás apenas do Canadá.

⚒️ De acordo com dados do Aço Brasil, os Estados Unidos compraram aproximadamente 60% de todos os produtos siderúrgicos exportados pelo país em 2024. Isto é, cerca de 5,8 milhões de toneladas.

Por isso, o governo brasileiro teria pedido o adiamento de ao menos um mês das tarifas. Segundo o jornal "O Globo",  o pedido foi feito pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em reunião com o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, na última quinta-feira (6).

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O governo americano, no entanto, não atendeu o pedido até o momento e ainda cita diretamente o Brasil na ordem que determina a taxação das importações de aço e alumínio.

O texto alega que países que detêm cotas de exportação para os Estados Unidos, como é o caso do Brasil, estariam vendendo volumes crescentes de metais para o país, "às custas da indústria nacional". 

Além disso, a ordem diz que o Brasil mais do que triplicou a importação de aço da China desde o início do sistema de cotas. 

🗣️ O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (11), contudo, que "a economia brasileira vai continuar crescendo, a gente vai continuar gerando emprego, a inflação vai baixar".

"Nós fizemos a maior política tributária que esse país já viu na história e todo mundo vai ganhar, porque nós não queremos o Brasil para nós, nós queremos o Brasil para vocês. E é por isso que eu digo sempre: não adianta o Trump ficar gritando de lá porque eu aprendi a não ter medo de cara feia", declarou.

Empresas da B3

Na avaliação de especialistas, as tarifas anunciadas nesta segunda-feira (10) pelos Estados Unidos devem atingir sobretudo a Usiminas (USIM5) e a CSN (CSNA3)

A Vale (VALE3) também pode ser afetada, já que o minério de ferro é usado na produção de aço. 

Já a Gerdau (GGBR4) deve sentir menos os danos causados pelas tarifas, porque tem operações industriais nos Estados Unidos.