Eleições nos EUA: Como o resultado pode influenciar o dólar e o real
As pesquisas de intenção de voto indicam um empate técnico entre Harris e Trump

A primeira urna das eleições dos Estados Unidos foi aberta na madrugada desta terça-feira (5), na comunidade de Dixville Notch, em New Hampshire. Lá, Kamala Harris (Partido Democrata) e Donald Trump (Partido Republicano) empataram, com três votos cada.
Reagindo à notícia, o dólar abriu em alta de 0,16%, cotado a R$ 5,7925. Um dia antes, a moeda caiu 1,48% e fechou a R$ 5,78. Já o Ibovespa, recuava 0,24%, a 130. 201,6 pontos, às 10h43.
Trump X Kamala
Tanto o dólar e o real são moedas sensíveis ao resultado das eleições nos Estados Unidos. De um lado, a vitória pode sinalizar uma depreciação da moeda mas, de outro, pode favorecer a normalização da taxa de câmbio, é o que apontam alguns especialistas consultados pelo Investidor10.
🗣️ "Uma vitória de Trump pode fazer com que, pelo menos no curto prazo, o real mantenha o atual patamar de depreciação, enquanto uma vitória da Harris pode implicar numa reversão do Trump Trade, favorecendo uma normalização da nossa taxa de câmbio", analisou André Valério, economista sênior do banco Inter.
Segundo ele, caso a incerteza fiscal continue no mesmo patamar "servirá como uma barreira para a apreciação do real em uma eventual vitória da Harris, enquanto a vitória de Trump poderá limitar os ganhos do real caso o governo apresente um pacote fiscal de contenção de gastos."
Já para Bruno Corano, economista da Corano Capital, ambas as moedas não devem ter reação de apreciação ou depreciação em relação ao resultado das eleições nos EUA. "Seja Kamala Harris ou Trump, o valor do dólar em relação ao real não deve se apreciar ou depreciar por conta disso. O dólar tem se apreciado frente ao real devido à ineficiência e ao comprometimento econômico do Brasil, que continua se enrolando em gastos. Por isso, o real está se desvalorizando", disse.
"Cenário mais atraente para o Brasil"
Na outra ponta, Luan Aral, especialista em câmbio da Genial Investimentos, em um cenário de vitória para o republicano, o Brasil saí ganhando apenas se Trump assumir um congresso dividido.
"O melhor cenário para o Brasil, onde o real e a bolsa brasileira poderiam ganhar um pouco de força, seria o Trump assumindo com um congresso dividido, ou seja, não tão republicano. Caso ele ganhe com maioria republicana, o dólar poderia ganhar ainda mais força e as bolsas mundiais, em especial, as bolsas de emergência, acabariam perdendo força", analisou.
Leia também: Harris e Trump aparecem empatados na véspera das eleições
💬 No entanto, a situação seria mais "atraente" para o Brasil caso Harris ganhasse a corrida eleitoral neste ano. "Os republicanos vencendo as eleições pode ser mais atraente e benéfico para o Brasil. Mas, vale lembrar que, os democratas vencendo tanto na corrida como no congresso pode não ser tão interessante, no que diz respeito à propostas". Para Aral, o ideal seria que o presidente eleito assumisse com um congresso relativamente dividido.
Na contramão, Felipe Sant'Anna, especialista em mercado da mesa proprietária Star Desk, enquanto a vitória de Kamala significa uma continuidade do governo Biden, a vitória de Trump pode pressionar o câmbio para cima. "A vitória de Kamala significa a continuidade do governo Biden, sem maiores mudanças ou alterações no rumo, enquanto Trump promete barreiras comerciais e taxação de produtos estrangeiros", disse.
E acrescentou: "A vitória de Trump pode pressionar o câmbio para cima, mas nada será tão fundamental para tirar a pressão do dólar frente ao Real, quanto a coletiva do Haddad, com um projeto robusto de cortes na casa de 50 bilhões."
Quando saí o resultado das eleições americanas?
🗳️ As pesquisas de intenção de voto indicam um empate técnico entre Harris e Trump, o que significa que o resultado pode demorar dias — ou até semanas —, com a possibilidade de recontagem de votos. No entanto, as urnas fecham às 18h desta terça-feira (05), no horário do leste dos Estados Unidos.
Os eleitores podem votar por correio, de forma antecipada, ou comparecer às seções eleitorais no próprio dia da eleição. Após o fechamento das urnas e a finalização da votação, os votos são contabilizados e os estados têm até 11 de dezembro para certificar os resultados do voto popular.

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