Dólar atinge R$ 5,61 e Ibovespa cai com piora da percepção de risco no Brasil

Mercado reagiu negativamente a falas de Lula sobre ampliação da isenção do IR e dos gastos com o Minha Casa, Minha Vida.

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Publicado em 11/10/2024 às 17:57h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 11/10/2024 às 17:57h Atualizado 1 mês atrás por Marina Barbosa
Dólar fechou no maior patamar em um mês (Imagem; Shutterstock)
Dólar fechou no maior patamar em um mês (Imagem; Shutterstock)

O Ibovespa fechou no vermelho e o dólar disparou para R$ 5,61 nesta sexta-feira (11), depois que declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reacenderam o temor do risco fiscal no mercado.

📉 O principal índice da B3 caiu 0,28% e fechou aos 129.992 pontos. Com isso, acumulou um baque de 1,37% na semana e emplacou a segunda semana consecutiva de queda, algo que não acontecia desde o final de julho.

Já o dólar avançou 0,50% nesta sexta-feira (11) e atingiu R$ 5,61, o maior valor desde 12 de setembro. Na semana, a moeda disparou 2,92%, a maior alta semanal em quase três meses.

Nesta sexta-feira (11), a bolsa brasileira descolou-se dos pares internacionais, com o mercado preocupado com a situação das contas públicas brasileiras.

O risco fiscal voltou a assombrar depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu a possibilidade de taxar milionários para ampliar a faixa de isenção do IR (Imposto de Renda) e o presidente Lula reforçou que "tem que tirar de alguém".

🗣️ Lula disse nesta sexta-feira (11) que a ampliação da faixa de isenção do IR "não é um compromisso de campanha, é um compromisso de justiça". "Você não pode fazer com que as pessoas que ganham R$ 5 mil paguem imposto de renda, enquanto quem tem ações da Petrobras e recebe R$ 45 bilhões de dividendos não pague imposto de renda", declarou.

O presidente ainda falou em ampliar os gastos com o Minha Cada, Minha Vida. Por isso, mais do que a taxação dos dividendos, o temor dos analistas é o impacto que medidas como essas terão nas contas públicas do governo e na taxa Selic. Afinal, analistas acreditam o governo pode não cumprir a meta fiscal deste ano e o risco fiscal pode levar os juros a subirem ainda mais no Brasil.

EUA

Já nos Estados Unidos, o clima foi de alívio, depois que a inflação ao produtor desacelerou em setembro. O mercado ainda reagiu bem aos primeiros números da temporada de balanços do terceiro trimestre. 

O JP Morgan (JPMC34), por exemplo, viu seu lucro cair, mas apresentou um resultado acima do esperado pelo mercado. Por isso, saltou 4,44% na bolsa.

Diante disso, as bolsas americanas fecharam no azul nesta sexta-feira (11). Veja:

  • Dow Jones: 0,97%;
  • S&P 500: 0,61%;
  • Nasdaq: 0,33%.

Altas

O Ibovespa só não caiu mais nesta sexta-feira (11) porque a Vale (VALE3) saltou 1,44%, na esteira da recuperação dos preços do minério de ferro no exterior.

Já a Azul (AZUL4) subiu 2,07% diante de rumores sobre a retomada das negociações sobre uma possível fusão com a Gol (GOLL4), que fechou estável.

Destaque ainda para a Lojas Renner (LREN3), que avançou 3,37% com a recomendação de compra do JP Morgan.

Veja outras altas do dia:

Baixas

A Gerdau (GGBR4) e a Metalúrgica Gerdau (GOAU4), por outro lado, recuaram 3,76% e 3,77%, respectivamente, diante da notícia de que a siderúrgica americana Nucor reduziu seus preços. O receio é de que as companhias brasileiras também tenham que cortar preços nos Estados Unidos e, assim, percam receita.

O dia ainda foi de perdas para as petroleiras, por causa da baixa dos preços internacionais do petróleo. A Petrobras (PETR4), por exemplo, recuou 0,08% e a Prio (PRIO3), -1,38%. Já a Brava (BRAV3) caiu 1,02%, pressionada ainda pela redução da produção em setembro.

Com o aumento dos juros futuros, os bancos também sofreram. O Bradesco (BBDC4), por exemplo, perdeu 1,33% e o Itaú (ITUB4), -0,75%.

Veja outras baixas do dia: